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Vettel e Senna; Senna e Vettel: o mesmo caminho PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 13 May 2021 20:45

A Covid não foi forte o suficiente pra descarrilar meu trem! Quero agradecer a todos os amigos e amigas que oraram pela minha saúde e pela paz de espírito da minha família, que me viu ser hospitalizado.

 

Mas aqui estou eu, ainda me recuperando dessa maldita doença, mas já de volta à algumas atividades na corretagem de imóveis por via remota e também como colunista no Nobres do Grid, ao público que lê minhas colunas e que deixei sem minhas humoradas linhas em abril passado.

 

Mesmo acamado, estive consciente todo o tempo e pude assistir algumas corridas ao longo das semanas de recolhimento. Preciso aqui, publicamente, agradecer ao Alexandre Gargamel e ao Paulo Shrek pelos excelentes textos sobre as corridas que não pude ou não consegui ver.

 

Das corridas que assisti, uma delas foi o GP de San Marino – que passaram a chamar de Emilia Romanha ou Romagna ou algo do gênero – onde assistimos de tudo em termos de erros, arrojo e vacilos de pilotos, chefes de equipe e direção de prova, que parecem não conseguir lidar com um “circuito das antigas” – ainda que reformado – ao invés dos ‘Tilkódromos’ ou outras coisas que existem por aí.

 

Mas teve uma coisa que vem me chamando atenção e que no GP de Portugal se mostrou novamente: cadê o Sebastian Vettel? A gente se acostumou (ou não) a ver o alemão brigando por vitórias e pódios, mesmo depois que deixou a Red Bull, equipe onde conquistou seus 4 títulos mundiais. Por circunstâncias técnicas, algumas temporadas não foram tão boas, mas 2020 e este início de 2021 mostram uma queda que não são só resultados, é também de desempenho.

 

 Ayrton Senna e Sebastian Vettel fizeram uma evolução de carreira de sucesso nas categorias de base até chegar à Fórmula 1.

 

Nos meus grupos de amigos vez por outra leio que o Vettel é um braço duro, que só ganhou os títulos porque estava na Red Bull, com o melhor carro, que sem o melhor carro mostrou ser um perdedor... e isso me lembra uma outra pessoa, que como o tetracampeão alemão, nunca foi um braço duro, que ganhou seus títulos correndo com o melhor carro e que sem o melhor carro, também perdeu mais do que venceu. Vettel está sendo o novo Senna!

 

A trajetória de ambos, desde as categorias de base, são muito parecidas, com vitórias e títulos sendo dominantes até chegarem na Fórmula 1. Ambos começaram em uma equipe média e, quanto tiveram uma oportunidade de mostrar seus extraordinários talentos sob condições que reduzia a diferença entre os carros das grandes equipes e os das equipes médias. Vettel obteve uma vitória com V maiúsculo em Monza, com uma Toro Rosso, em 2008. Senna poderia ter conseguido uma vitória igualmente maiúscula em Mônaco, 1984, mas a corrida foi interrompida. Isso, contudo, não diminui o show de pilotagem nas ruas do principado.

 

 Em corridas na chuva, no início de suas carreiras, tanto Senna quanto Vettel fizeram suas primeiras grandes corridas na F1.

 

Assim como Senna, Vettel precisou ter o melhor carro do grid para conseguir ser campeão do mundo e conquistar seus títulos. Ambos, em um deles, contou com um “lance de sorte” ou de “problemas com o adversário direto” para garantir um desses títulos, como foi o caso de Senna com o Mansell em 1991, que terminou na caixa de brita em Suzuka, ou o de Vettel com Alonso, que em 2010 ficou preso atrás de Petrov no GP em Yas Marina.

 

Depois de não terem mais o melhor carro nas mãos, tanto Senna quanto Vettel foram capazes de conseguir importantes vitórias e animar o público que torcia e torce (no caso do alemão) até hoje. Contudo, não foram poucas as vezes em que ambos, pilotos já experientes, passaram do limite dos seus carros, erraram, rodaram, bateram. Isso só mostra como ambos fizeram uma carreira competitiva.

 

 Sem ter o melhor carro nas mãos, tanto Senna quanto Vettel não conseguiram vencer campeonatos em sequência.

 

A diferença entre Senna e Vettel foi a morte do brasileiro, de forma trágica e precoce, o que preservou a imagem do piloto competitivo, vencedor, evitando que ele passasse pela decadência e perda de competitividade, algo que diversos grandes pilotos passaram em suas carreiras quando decidiram permanecer na pista por mais tempo do que deveriam. Esse é o estágio na carreira que está passando Sebastian Vettel (assim como na Moto GP está acontecendo com Valentino Rossi) e que – não adianta surtar – Ayrton Senna também passaria com a consolidação de Michael Schumacher como seu maior rival e algoz.

 

Aproveitando ser esta a coluna do mês que tem no calendário a data do acidente fatal do finado tricampeão, a cabeça de burro que foi enterrada em algum lugar de Interlagos tem agourado os pilotos brasileiros que chegaram na categoria após a sua morte. Em algum momento de suas carreiras, Felipe Massa e Felipe Nasr foram manchetes de revistas na Europa com a mesma “pergunta/afirmação”: “É o novo Senna”?

 

 Vettel ainda está vivo enquanto o mundo procura, pateticamente, encontrar um novo Ayrton Senna.

 

Não eram. E do jeito que são as coisas no automobilismo hoje, até pra chegar na Fórmula 1 as coisas estão difíceis para um brasileiro.

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. 
Last Updated ( Friday, 21 May 2021 08:56 )