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Show de corridas na F1, Indy NASCAR e MotoGP PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 03 May 2021 16:10

Olá leitores!

 

Com a ocorrência de um feriado (em boa parte do planeta) em pleno sábado, comemorando a data que majoritariamente é adotada como Dia do Trabalho, tivemos um final de semana como merecemos, com muitas corridas interessantes para deleite dos fãs do esporte a motor. Antecipadamente peço desculpas a todos pelo atraso na coluna, mas – problemas de Terceiro Mundo, quase despencando para Quarto Mundo – na noite de domingo fiquei sem energia elétrica em minha residência... isso por viver no centro econômico do país, na segunda maior cidade da América Latrina. Enquanto isso, em um país com o sistema de geração de energia elétrica sucateado e trabalhando no limite da capacidade, existem algumas pessoas desconectadas da realidade apoiando entusiasticamente a adoção dos carros elétricos... se me explicarem como substituir metade (nem digo a totalidade) da frota por veículos elétricos sem provocar apagões cada vez que os carros forem reabastecidos, ou sem a adoção de geradores movidos ao poluente combustível fóssil, talvez eu possa aceitar o argumento. Mas enfim, vamos ao que interessa, corridas.

 

No belíssimo autódromo de Portimão tivemos mais uma corrida com bastante movimentação no meio do pelotão, com uma previsível vitória do Hamilton, e com a pontuação do campeonato mais uma vez sendo atrapalhada pela INCOMPETÊNCIA do Michael Masi. Sim, incompetência. O Sergio Berti em sua última coluna – referente aos lamentáveis fatos da corrida barenita – só faltou jurar ajoelhado sobre o milho que comissários e direção de prova não entram no autódromo com o intuito de prejudicar ninguém. Ora, se não é dolo, é incompetência. Já disse e repito: ou se leva os limites de pista A SÉRIO em TODA a pista, ou para com essa frescura de deixa em um lugar, não deixa no outro, vigia de um, faz vista grossa pro outro... já que as áreas de escape asfaltadas aparentemente são um câncer incurável e inoperável, que se coloque obstáculos físicos (como aquelas barreiras usadas na primeira chicane de Monza) para garantir que o piloto que não respeite o limite de pista efetivamente perca tempo. Tá ficando feio, mais feio que trem de carga descarrilando sobre escola em horário de aulas. Sim, eu sei que sempre dá vontade de aplicar todo o rigor possível do regulamento sobre uma equipe que possui uma pessoa abjeta e insuportável como o Ciclope (Helmut Marko), mas não se pode manter a seriedade de um regulamento e de uma competição se começam a aparecer possibilidades de desobediência variadas. Esse negócio de delegar ao piloto a responsabilidade de seguir as regras nunca deu certo em lugar algum, pois um piloto que quer vencer vai utilizar todos os meios possíveis de conseguir andar mais rápido, e se saindo da pista no ponto X ou no ponto Y ele conseguir um centésimo de segundo que seja, ele vai utilizar isso. Então, ou se adotam essas barreiras físicas mencionadas ou que se espalhe sensores eletrônicos em todas as curvas para acender no painel do piloto o alarme informando que ele excedeu o limite ali. Eu acho mais fácil colocar as barreiras físicas, mas...

 

Vitória previsível de Lewis Hamilton, já que seu único adversário real era Verstappen enquanto esse se manteve à sua frente após a largada. Ultrapassado Verstappen e com o companheiro leão de treino na frente, era uma questão de tempo para que ele assumisse a ponta e dela não mais saísse. Seu companheiro Valtteri Bottas (3º) mais uma vez mostrou que é muito bom em uma volta lançada, seja conquistando a pole no sábado seja fazendo a volta mais rápida da corrida obedecendo rigorosamente os limites de pista no domingo. Mas não se espera muito mais dele, assim como não se esperava de Massa pós acidente como companheiro do Alonso nos tempos da Ferrari.

 

Em 2º chegou Max Verstappen, que fez uma corrida no limite daquilo que o equipamento permitiu, embora não imune de erros. E quando se enfrenta uma equipe como a Mercedes e um piloto como Hamilton, o menor erro pode custar muito caro, como ele aprendeu (ou ESPERO que tenha aprendido) com a ultrapassagem recebida na reta dos boxes por parte do Hamilton. Seu companheiro Sérgio Pérez (4º) por sua vez demonstrou que está se adaptando ao carro e obtendo resultados melhores que seus antecessores no segundo carro da Red Bull. Correu com a maturidade e velocidade que demonstrou em seus tempos de equipe pequena/média.

 

Em 5º chegou Lando Norris, colhendo o melhor resultado possível quando Mercedes e Red Bull não quebram ou apresentam algum problema. Grande corrida, mostrando um desempenho bem melhor que seu experiente companheiro Daniel Ricciardo (9º), que conseguiu se recuperar decentemente de uma classificação horrível e, largando mais à frente, poderia conquistar mais pontos.

 

Em 6º terminou Charles Leclerc, resultado possível com um carro que melhorou em relação a 2020, mas ainda é um remendo sobre um projeto definitivamente mal nascido e não muito bem crescido. Ainda depende mais da boa interação dos pneus com a pista para conseguir um desempenho aceitável, e Leclerc novamente tirou Chianti da pedra para esse resultado. Seu companheiro Carlos Sainz Jr. (11º) sofreu muito mais com o equipamento desgastando os pneus, brigou com o carro e nitidamente perdeu a luta.

 

Em 7º e 8º terminaram os pilotos da Alpine, respectivamente Esteban Ocon e Fernando Alonso, obtendo um desempenho bem consistente dos carros e fazendo corridas em que tiveram possibilidades reais de boas disputas com Ferrari, McLaren e Alpha Tauri. Mostram progresso.

 

Fechando a zona de pontuação chegou Pierre Gasly, um pouco decepcionado com o desempenho do carro, mas reconhecendo que um solitário ponto de 10º lugar é melhor do que nenhum ponto. Seu companheiro Yuki Tsunoda (15º) teve muito mais dificuldade com o carro e com o difícil traçado da pista lusitana, e por ser seu primeiro ano na categoria está no direito de enfrentar essas dificuldades.

 

Próximo final de semana preparem o café, pois a corrida será na soporífera pista de Montmelò, que venha uma chuva que dure da largada à chegada para impedir os espectadores de dormir...

 

Sábado eu assisti pela TV a etapa de abertura do Endurance Brasil, que certamente será tratada com mais profundidade na coluna de terça-feira redigida pelo Shrek, mas não posso deixar de comentar a incomum quantidade de intervenções do safety-car na primeira hora da corrida... gente, é uma corrida de 4 horas, não adianta querer resolver tudo logo após a largada... da segunda hora em diante a corrida melhorou consideravelmente, e acabou sendo um grande espetáculo. As disputas entre os Mercedes e o recém chegado McLaren na categoria GT3 prometem ser ainda melhores durante a temporada, a conferir.

 

Final de semana de rodada dupla no Texas pela Indy, em uma pista que merece ter sua permanência no calendário avaliada a sério. Motivo: claramente o foco dos proprietários da pista são as corridas de NASCAR, onde faz todo o sentido a aplicação daquele material usado em pistas de arrancada (VHT) para aumentar a aderência no lado de fora das curvas... só que esse mesmo VHT tirou completamente a aderência para os carros de fórmula. Em pistas de concreto a retirada é mais simples, em pistas de asfalto o processo é mais complexo por conta da porosidade do asfalto... então ou a Indycar procura um oval que não receba esse tipo de tratamento, ou assume o risco de corridas com curvas feitas em fila indiana No sábado à noite tivemos dobradinha neozelandesa, com vitória de Scott Dixon e o segundo lugar ficando com o novato Scott McLaughlin, vindo diretamente da Supercar V8 australiana para a Indy e já mostrando uma rápida adaptação ao circuito oval. Mais um acerto na mosca do Roger Penske... em 3º chegou Patrício “Pato” O’Ward, em um belo resultado para a McLaren, com o Top 5 sendo completado com o Ganassi de Alex Palou em 4º e o Graham Rahal em 5º fazendo papai Bobby sorrir com uma bela atuação. No domingo, em uma prova de maior duração (248 voltas contra 212 do sábado), uma bela quebra de jejum: após muito tempo um piloto mexicano voltou a vencer na categoria e após muito mais tempo ainda um carro da equipe McLaren voltou a vencer, com direito à presença nos boxes do Johnny Rutherford, que tinha sido o último piloto a vencer pela McLaren na categoria, no longínquo ano de 1979. Pato O’Ward venceu com autoridade, fazendo belas ultrapassagens em uma pista nada propícia a isso (por conta do já mencionado uso de VHT), e torna-se um piloto a ser seriamente acompanhado no futuro, pois a curva ascendente dele é promissora. Em 2º chegou Josef Newgarden, que se não conseguiu segurar O’Ward ao menos dificultou o máximo que pôde, e com sucesso, as tentativas de Graham Rahal de assumir a vice liderança da corrida. Ao final, Graham teve que se contentar com o 3º lugar mesmo. Encerrando o Top 5 tivemos Scott Dixon (que chegou a liderar a corrida mas acabou perdendo rendimento no final) em 4º e o promissor Colton Herta em 5º. Colton, aliás, já demonstra ser um piloto bem melhor que seu pai foi. Voltamos a ter brasileiros na pista, e no sábado até que não foi dos piores: Tony Kanaan em 11º saindo lá do fundo do pelotão e Pietro Fittipaldi em 15º, mas no domingo Pietro já se envolveu no acidente logo na largada da corrida – na verdade, foi o causador dele – e acabou ficando por ali mesmo. Tony Kanaan também acabou envolvido nesse acidente, mas conseguiu retornar à pista com 3 voltas de desvantagem, cruzando a bandeirada em 15º lugar.

 

A MotoGP foi até a Espanha para uma das pistas que melhor se adapta à categoria, Jerez de la Frontera. Impressionante como as corridas de moto nessa pista são muito melhores que as de carro. Jerez de la Frontera, por sinal, fez aquilo que deveria ter sido feito caso a cidade mineira de Varginha tivesse construído um autódromo: sobre a reta de largada construíram um restaurante com vista para as curvas do início e do final da reta, com o formato de um disco voador. Políticos e empresários de Varginha, só tenho uma coisa a declarar para vocês: perderam. Comentando sobre o que realmente interessa, a corrida, Fabio Quartararo (Yamaha) começou com um forte ritmo, e parecia que mais uma vitória estava reservada para ele... Partindo da pole, não largou bem, mas se recuperou, assumiu a liderança e abriu pouco mais de 1 segundo para Miller, cimentando o caminho para aumentar a liderança do campeonato... mas nas últimas voltas a moto começou a perder rendimento, e as Ducati oficiais assumiram a liderança. Nas duas últimas voltas dava pra cortar a tensão que pairava nos boxes da equipe com uma faca de pão, mas tudo deu certo: vitória de Jack Miller (a primeira em 5 anos e a primeira com pista seca) e a quebra do jejum de vitórias da Ducati nessa pista, jejum esse que vinha desde 2006. Pra alegria italiana, o 2º lugar também foi Ducati, com Francesco Bagnaia cruzando a bandeirada quase 2 segundos atrás de Miller, e o pódio ficou completo com a Yamaha 2019 de Franco Morbidelli, mais uma vez terminando na frente das Yamahas oficiais e do seu companheiro de equipe, todos com a moto de 2021. Aliás, por falar no companheiro do Morbidelli... 17º, Dottore? Sabemos todos do seu talento, mas a idade chega para todo mundo... e claramente as motos atuais não se adaptam ao seu estilo de pilotagem. Como um fã, eu peço, não destrua a sua imagem arduamente conquistada durante anos e anos... uma corrida bem decente para Marc Márquez, terminando em 9º lugar imediatamente à frente do seu companheiro de Honda Repsol Pol Espargaró. Após a corrida, disse que estava “fisicamente destruído” após a corrida, em parte por conta do tombo que levou no TL3, que causaram as dores nas costas e no pescoço, mas também não podemos deixar de lembrar que ele ficou em recuperação física por um longo tempo, e alguns músculos não tem jeito, a melhor maneira de os exercitar é sobre uma moto.

 

E a NASCAR foi até “Carry On Wayward Son”, ops, Kansas, para mais uma etapa em circuito oval de uma milha e meia. E o aniversariante do domingo não teve do que reclamar: após vencer o 1º segmento e ser o segundo no 2º segmento (neste a vitória ficou com Kyle Larson), Kyle Busch aproveitou a última relargada para assumir a liderança, cruzar a bandeirada final em 1º e garantir seu passe para os playoffs... se bem que, com 10 vencedores diferentes em 11 corridas, a chance de precisar de uma “triagem” para os 16 que começarão a disputar o título parece real. Em 2º chegou Kevin Harvick, que cresceu de rendimento no final da prova, em 3º veio Brad Keselowski, em mais um bom resultado, em 4º o surpreendente Matt DiBenedetto com o carro #21 da tradicional Wood Brothers e fechando o Top 5 chegou o consistente Chase Elliott. Se alguém não ficou contente com o resultado da prova, esse alguém foi Kyle Larson... liderou metade da corrida, tinha chances de vitória, mas no final terminou em 19º lugar...

 

Para encerrar, este domingo nos deixou, de causas naturais aos 87 anos, Bobby Unser, vencedor das 500 Milhas de Indianapolis de 1968, 1975 e 1981. Resquiat in pace, and Godspeed.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.