Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Fórmula 1, MotoGP, Indy e NASCAR: só corrida boa PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 19 April 2021 09:49

Olá leitores!

 

Espero que estejam todos bem e saudáveis... esse final de semana felizmente foi um daqueles que nós merecemos ter, com muitas corridas e todas elas com belas disputas para acompanharmos. E que disputas! Seja na Fórmula Um, na MotoGP, na Indy ou na NASCAR, foi bem difícil dizer que “a corrida não foi boa”...

 

Começando o assunto Fórmula Um com o anúncio da realização de um sonho da categoria desde a compra da mesma pelo Liberty Media, a segunda corrida nos EEUU, que no caso será o GP de Miami, em cujo planejamento consta que terá um acordo inicial para ser realizado por 10 anos em uma pista de rua nos arredores (contornando, na verdade) o Hard Rock Stadium. Confesso que a descrição da pista me deixou meio preocupado... o comunicado oficial da Fórmula 1 ao mesmo tempo que diz que “foi projetada para encorajar a aproximação dos carros durante a corrida” diz que a pista “atende aos mais altos padrões de segurança”. Isso tudo em um circuito de rua. Ou seja, interpretando a declaração para a realidade atual da categoria, teremos inúmeras punições por “exceder limites de pista” (e se a categoria acha que vai atrair a atenção do público estadunidense que gosta de esporte a motor com essas punições ridículas e estapafúrdias, está redondamente enganada, já que a filosofia do automobilismo por aquelas bandas é diametralmente oposta) por conta das áreas de escape criadas e provavelmente colocarão o safety car na pista por tudo e por nada... foi anunciado que a data ainda não foi definida, porém não será próximo da corrida em Austin. OK, basta evitar a época de furacões em Miami que está tranquilo...

 

A segunda edição do GP da Emilia Romanha não poderia deixar de ter alguma polêmica, afinal estamos falando de uma categoria que tem mão pesada com algumas coisas e mão leve com outras... mais uma vez os limites de pista foram flexíveis, com o inteligentíssimo diretor de prova da FIA (não escreverei o nome daquele biltre, o que ele quer é aparecer, e não baterei palma pra louco dançar) punindo alguns pilotos por excederem os famigerados “limites” enquanto outros tiveram mais liberdade para isso. Uma corrida que começa com pista molhada e termina com pista seca sempre rende emoções extras, e essa vez não foi diferente. Uma delas, o acidente entre Valtteri Bottas e George Russell, muito estranhamente passou sem punição por parte da direção de prova. Provavelmente a direção de prova e os “sempre zelosos” comissários nem olharam direito a imagem a partir da câmera onboard do Russell. Os “jênios” que tão rigorosamente olham e punem as movimentações envolvendo outras equipes simplesmente resolveram aceitar como verdade absoluta as palavras do taxista do carro #77. Ora, olhando atentamente as imagens a partir do carro do Russell percebe-se que o espaço que o finlandês disse ter deixado era apenas a saída dos boxes de Imola, que todos os pilotos sabem que é mais larga que a pista em si (lembremos, é uma pista “old school”, não um Tilkódromo) e que com a trajetória escolhida por Bottas, com o DRS aberto, ou o Russell iria para a grama (como fez) ou batia pneu contra pneu, o que fatalmente levaria o Williams a decolar, e o acidente seria BEM pior do que foi. O argumento que “não desviou a trajetória” em um trecho em que a pista faz uma leve curva para a esquerda é inválido quando existe alguém ao seu lado direito a mais de 300 km/h, tentando te ultrapassar com pelo menos 10 km/h a mais de velocidade. Enfim, mais uma demonstração da inutilidade e parcialidade do quadro de comissários da FIA. Será que se o incidente fosse entre um Williams e um Ferrari, ou um McLaren, ou um Red Bull, o resultado seria o mesmo? Duvido publicamente.

 

Vitória mais do que merecida de Max Verstappen, que só não foi sem erros por conta daquela escapada na Rivazza enquanto tentava aquecer os pneus para a segunda largada da corrida. Excelente do começo ao final da prova. O mesmo não se pode dizer do Sérgio Pérez (11º), que está naquela fase de acertar uma no cravo, outra na ferradura. Tento defender ele contra as críticas do Ciclope, mas no mesmo final de semana em que ele foi magistral na classificação ele cometeu uma série de erros durante a corrida, que inclusive renderam uma punição de 10 segundos adicionais parado nos boxes durante a troca de pneus. Rápido o mexicano é, falta aprender a ser constante... e é mais difícil ser constante com um carro arisco como o Red Bull que com o carro da ex Racing Daddy, atual Aston Martin.

 

Em 2º chegou Lewis Hamilton, que até quando teve azar deu muita, muita sorte. O acidente que levou à paralisação da prova, logo após ele cometer o erro na Tosa que o fez perder muito tempo manobrando o carro pra voltar à corrida, permitiu que tudo aquilo que fazia ele perder rendimento em relação ao carro do Max fosse corrigido, facilitando o trabalho de galgar posições após a relargada. Como dizem, sorte de campeão. Como já escrevi bastante a respeito do Sancho Pança, digo, Valtteri Bottas (18º), complemento aqui dizendo que o Cachorro Lobo (Totó Wolff) saiu em defesa do taxista, digo, motorista depois da corrida, provavelmente usando o mesmo método de “investigação” dos Deuses do Olimpo (comissários da FIA), já que apenas a palavra do Bottas serviu como parâmetro.

 

Em 3º, com uma pilotagem de altíssimo nível, terminou Lando Norris, cujo único motivo de desapontamento pode ser não terminar no 2º lugar, mas ele mesmo deve reconhecer que não teria como segurar o Hamilton com o carro 100% como estava após os reparos feitos durante a bandeira vermelha. Seu companheiro Daniel Ricciardo (6º) não conseguiu lidar tão bem com os pneus macios adotados na relargada, pelo que o resultado, se não foi ótimo como o de Norris, também não pode ser chamado ruim. Até o meio da temporada ele se acostuma com o carro...

 

Em 4º e 5º chegaram os pilotos da Ferrari, respectivamente Charles Leclerc e Carlos Sainz Jr., com um resultado final bastante parecido para duas corridas bem diferentes, com Leclerc se mostrando mais consistente e regular e Sainz cometendo diversos erros, mas conseguindo se recuperar deles. No fim das contas, um resultado bem positivo para a equipe.

 

Em 7º lugar (após a punição de 30 segundos dada a Kimi Räikkönen por cometer um erro de iniciante durante a bandeira amarela) terminou Pierre Gasly, conseguindo um resultado consistente para a Alpha Tauri após perder diversas posições no começo da prova. A segunda metade da corrida foi muito boa para ele. Seu companheiro, o ótimo estreante Yuki Tsunoda (12º), pagou pela inexperiência com um Fórmula 1 em condições adversas de aderência, mas definitivamente foi um bom aprendizado para ele. Não dava pra exigir muito mais do que ele fez.

 

Em 8º chegou Lance Stroll, apesar de todos os problemas técnicos apresentados pelos Aston Martin durante a corrida. Ele ao menos conseguiu levar o carro à bandeirada e aos pontos, coisa que não foi possível para seu companheiro Sebastian Vettel (15º), que quase no final abandonou com problemas no câmbio; muito trabalho a ser feito para dar confiabilidade ao carro.

 

Em 9º e 10º lugares chegaram os pilotos da Alpine, pela ordem Esteban Ocon e Fernando Alonso. Ambos os pilotos estiveram mais satisfeitos com o equipamento que na primeira corrida do ano, mesmo sob condições de corrida mais do que adversas. Sabe-se que o foco da equipe é no carro para o novo regulamento que estreia ano que vem, mas parece que em algumas pistas o equipamento poderá ser minimamente competitivo.

 

Muito bonita a homenagem em conjunto feita pela Fórmula Um e pelo Mundial de Motovelocidade em relação ao minuto de silêncio conjunto das duas categorias em respeito ao Fausto Gresini, importante nome do motociclismo nascido em Imola. Primeira vez que vejo no esporte transmissão de um minuto de silêncio de duas categorias diferentes em dois países diferentes.

 

Por falar em motociclismo, o Mundial de Motovelocidade esteve em Portimão (onde, a propósito, será a próxima corrida de Fórmula 1) para mais uma etapa cheia de emoções. A expectativa clara era pelo retorno de Marc Márquez após a longa e conturbada recuperação da fratura sofrida ano passado. Pelos movimentos do braço do piloto, seja fora da moto, seja sobre ela, percebe-se que o osso pode ter se consolidado, mas definitivamente ele não está 100% recuperado ainda. Por poucas voltas ainda consegue pilotar com a velocidade habitual, mas a perda de desempenho mostrada a partir do segundo terço da corrida deve ser com certeza creditada a alguma dor que ele esteja sentindo. De qualquer forma, pelo quadro geral, terminar em 7º lugar foi um ótimo resultado. A vitória acabou caindo no colo do Fabio Quartararo, que quando era seriamente ameaçado por Alex Rins foi beneficiado pela queda do piloto da Suzuki, que perdeu a frente na freada e não teve a menor chance de segurar a moto. Como a disputa entre ambos já tinha rendido uma confortável vantagem de ambos para os outros pilotos, foi só Quartararo levar a moto no colo até a bandeirada. Rins não foi o único a conferir a superfície das áreas de escape de Portimão: o ídolo local Miguel Oliveira, Jack Miller, Valentino Rossi e Johan Zarco também deram trabalho para os fiscais que retiram as motos caídas. Em 2º lugar chegou Francesco Bagnaia, que fez uma ótima corrida com sua Ducati, e o pódio se encerrou com Joan Mir, sempre regular com sua Suzuki. Ótimos resultados para Brad Binder (KTM), que chegou em 5º lugar, e Aleix Espargaró, 6º com a Aprilia.

 

Começou no Alabama a temporada de 2021 da Indy, com a grata surpresa da vitória de Alex Palou em sua estreia pela Ganassi, resistindo de maneira consistente à pressão do muito mais experiente Will Power, que teve de se contentar com o segundo posto. Para a alegria de Chip Ganassi, outro piloto dele completou o pódio, o sempre candidato ao título Scott Dixon. Foi uma corrida diferente: ver um acidente de proporções razoáveis no qual o Romain Grosjean não foi protagonista ou sequer participante ainda é meio estranho. A estreia dele na categoria foi muito boa, em 10º lugar ele ficou à frente de alguns pilotos bem mais experientes, e não fez nenhuma besteira digna de nota. A estreia de Jimmie Johnson na categoria já não foi tão livre de empecilhos, mas levando em conta que nunca ele foi piloto de monoposto, terminar a corrida sempre é um avanço.

 

E a NASCAR foi para um dos meus circuitos curtos favoritos, Richmond, para uma prova que teve momentos de tensão e de empolgação bem distribuídos pelas 400 voltas da corrida. Tudo indicava que Denny Hamlin varreria a pista, já que venceu os dois primeiros segmentos e liderava o terceiro... só que na última relargada Alex Bowman veio com muita vontade, passou Hamlin, e se tornou o 8º vencedor diferente em 9 corridas. As últimas voltas dele foram praticamente em ritmo de classificação, só que lidando com retardatários. Vitória em grande estilo. A Hamlin restou o segundo lugar, e a expressão de decepção dele ao descer do carro era nítida. Em 3º chegou Joey Logano, à frente de mais dois carros da Joe Gibbs Racing, respectivamente Christopher Bell em 4º e Martin Truex Jr. em 5º. Excelente prova de Almirola, que garantiu um 6º lugar. Ficando ansioso pela chegada dos playoffs, que prometem ser dos melhores desde a criação do formato de decisão do título.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini