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Uma eternidade de 3 semanas PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 14 April 2021 21:30

Caros Amigos, Aquele estudante que opta pelo caminho das ciências exatas na sua vida universitária tem como desafio nos dois primeiros anos superar uma maratona de matérias de cálculo, física e química onde os fortes sobrevivem. Como sempre gostei de cálculo, eu me sentia muito à vontade, mas foi um professor de física que me cativou naquela época.

 

Quando Albert Einstein disse que “tudo era relativo”, ele justificava sua afirmação com a contextualização de que o tempo era capaz de relativizar outras grandezas no estudo da física. Mas o que o tempo é capaz de fazer quando falamos de velocidade nas pistas?

 

Na F1, os tempos são calculados na casa dos milésimos de segundos. São três casas decimais. Na Fórmula Indy usa-se o décimo de milésimo. Ou seja, quatro casas decimais. O tempo é um fator preponderante para que as coisas se definam e um intervalo de menos de um mísero segundo pode separar uma dezena ou mais de carros. Lembro-me, nas transmissões da F1 quando Ayrton Senna ainda era vivo que o narrador falava: “Senna diz que uma diferença de 3 segundos é uma diferença confortável, que lhe permite cometer um erro sem que implique na perda da posição”.

 

Na última corrida, na abertura do campeonato, vimos o que a equipe Mercedes, depois dos três dias de testes pré-temporada, onde acumulou problemas, em pouco mais de 10 dias os alemães foram buscar, no trabalho de fábrica, com os dados recebidos de pista, meios para corrigir as deficiências e fazer com que Lewis Hamilton tivesse como enfrentar o favoritismo da Red Bull e sair do deserto com uma vitória improvável.

 

Agora temos corridos praticamente o dobro do tempo onde não apenas as equipes postulantes por vitórias – Red Bull e Mercedes – mas todas as demais que fizeram uma interessante disputa no pelotão intermediário. Helmut Marko, homem-forte da Red Bull, afirmou que o carro de Max Verstappen perdeu cerca de três décimos de segundo por volta na corrida um problema no diferencial. Problema que, caso realmente tenha ocorrido, não deve se repetir. Da mesma forma que os alemães irão trabalhar para que, caso tenha havido essa perda, esta seja compensada por mais trabalho visando não apenas a corrida em Imola, mas também Portimão e Barcelona.

 

Se o tempo pode ser um fator preponderante para que o favoritismo penda para um lado ou outro na balança neste próximo final de semana, há um fator ainda mais relevante neste ano para as equipes pensarem: uma vez que os carros sofrerão uma grande mudança para 2022, este ano entrou em vigor o teto de orçamento de 145 milhões de dólares por temporada e com isso, é preciso gerenciar bem o quanto investir no desenvolvimento do carro desta temporada e o quanto investir no projeto do carro da próxima temporada.

 

A partir da sexta-feira veremos o quanto as equipes evoluíram nestas longas três semanas de intervalo entre Sakhir e Imola, que tem uma pista com características bem diferentes do que o moderno circuito barenita ofereceu.

 

Por fim, deixo aqui meu desejo de pronta recuperação para meu primo e colunista do Nobres do Grid, Mauricio Paiva, acometido com a covid19, no momento em repouso sob cuidados médicos em casa.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva