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A importância do verdadeiro jornalismo PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 07 April 2021 20:47

Caros Amigos, Apesar de estarmos há mais de um ano trabalhando em Home Office devido a pandemia, mas hoje, quarta-feira (porque tenho que entregar hoje a minha coluna das quintas-feiras), recebi os parabéns de vários colegas pelo dia do jornalista.

 

Educadamente agradeci, mas fiz questão de dizer para cada um deles que eu não era e nem tinha “aspirações jornalísticas”, apesar de ter me oferecido em 2010 para ser colunista no Site dos Nobres do Grid, inicialmente com a Coluna “Hyperlink” e, posteriormente com esta coluna semanal, a partir de 2012, quando também passei a ser o Gestor de todo o projeto Nobres do Grid.

 

Quando falamos em jornalismo no Brasil, as primeiras pessoas que me vem a mente são Assis Chateubriand, Wilson Fittipaldi e Ricardo Boechat (este último em muito pelo trágico acidente que abreviou sua brilhante carreira). Mas além deles, o Brasil tem nomes de peso que traçaram trajetórias brilhantes ao longo de décadas no jornalismo: Elio Gaspari, Ibrahim Sued, Mario Filho, João Saldnha, Paulo Francis... e entre estes (e muitos outros dentre os maiores jornalistas do país) há um fato em comum: nenhum deles estudou ou tem diploma de jornalismo, ou mesmo comunicação social!

 

A história do jornalismo e do dia do jornalista tem um fundamento deveras interessante: Em dezembro de 1830, D. Pedro 1º partiu rumo à província de Minas Gerais com a expectativa de ser louvado como antes. “Viagem impopular e melancólica”, escreveu o historiador Pedro Calmon no livro “A História da Civilização Brasileira”.

 

Entre as razões para a receptividade fria, havia um caso trágico ocorrido poucas semanas antes, o assassinato de Líbero Badaró em São Paulo. Apesar da precariedade das comunicações em um país de território enorme, mas população pequena (pouco mais de 5 milhões de habitantes), a notícia da morte do jornalista e médico se espalhou rapidamente. No dia 7 de abril de 1831, dom Pedro 1º abdicou o trono. Cem anos depois, a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) instituiu essa data como Dia do Jornalista em homenagem a Badaró.

 

Seria maravilhoso se fosse simples e uma data apenas celebrasse este dia para uma classe tão importante em um mundo onde informação e desinformação se misturam como o joio e o trigo da passagem do evangelho (Mateus 13:24-46), mas a questão das datas é confusa: Oficialmente o dia 24 de janeiro é Dia do Jornalista. A exemplo de outras categorias profissionais, usa-se a data do padroeiro da profissão, São Francisco de Sales, para homenagear os profissionais do jornalismo. O Dia da Imprensa era comemorado era o dia 10 de setembro. Mas a data mudou. 10 de setembro de 1808 foi quando circulou pela primeira vez a Gazeta do Rio de Janeiro, um periódico oficial que servia à Corte.

 

Até esse ano, eram proibidas a circulação e a impressão de qualquer tipo de jornal. Porém, havia um jornal que antes da criação da Gazeta do Rio de Janeiro, já circulava clandestinamente: era o Correio Braziliense, produzido pelo jornalista Hipólito da Costa. Somente em 1999, Hipólito foi reconhecido oficialmente como pioneiro na história da imprensa brasileira e foi criada uma lei que determinava a mudança do dia da Imprensa para 1º de junho. Dia 7 de abril seria o dia do Jornalismo.

 

Independente de qual data se adotar, se o Dia da Imprensa do Jornalista ou do Jornalismo em um único dia, seria importante concentrarmos em um dia de reflexão verdadeira os problemas na imprensa, seus profissionais e dos seus anseios. A questão da responsabilidade social parece ser algo consagrado no meio jornalístico. A expressão, que carrega força e impacto, é comumente usada como bordão de campanhas institucionais e/ou mercadológicas de empresas de comunicação.

 

Mas onde está o verdadeiro jornalismo? No exercício de seu papel social, o jornalista, ao sair para a sociedade, tem o dever de rastrear o maior número possível de versões, na busca incessante de uma verdade inatingível. Construir a realidade é sua missão, tenha ele um diploma ou não e nossa história é pródiga em grandes jornalistas, não diplomados, que todos nós aplaudimos ou criticamos, ainda mais que o conceito de verdade tem se tornado cada vez mais efêmero.

 

Independente do dia ou de sua formação acadêmica, obviamente excluindo-me deste meio, deixo aqui meus parabéns a todos que abraçaram este ofício, independente do quão bem ou não são remunerados, mas que assumiram o compromisso de levar a notícia com responsabilidade ao público em geral.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva

  
Last Updated ( Thursday, 08 April 2021 11:31 )