Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
A alegria da chegada do circo PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 24 March 2021 20:38

Caros Amigos, Nas nossas vidas sempre temos momento que certamente levaremos por todos os anos de nossa existência neste plano. As conversas com meu pai sobre cultura geral, nossas idas a museus, mas nesta semana vi meus filhos assistindo o ‘Cirque du Soleil’ e lembrei-me imediatamente da minha emoção na infância quando os grandes circos do Brasil chegavam à Belo Horizonte.

 

O meu favorito era o Circo Orlando Orfei. Eu era fascinado pelos trapezistas que voavam sobre o picadeiro, mas também achava o domador de leões um verdadeiro herói por entrar na jaula com todas aquelas feras. Eram momentos mágicos e as duas horas de espetáculo pareciam voar.

 

O ‘Cirque Du Soleil’ é muito diferente dos circos que eu ia na minha infância. Sem redes, animais, mágicos ou atiradores de facas, mas ainda assim tem seus encantos com sua arte coreografada. Entretanto, por mais belos – e são belos – os espetáculos que a companhia de entretenimento canadense proporciona ao seu público, confesso sentir a falta da lona e da atmosfera que os circos que fui na infância tinha.

 

A nós, fãs do automobilismo, assunto corrente nas nossas quintas-feiras, a palavra “circo” nos é muito familiar. Afinal, sempre ouvimos falar do “Circo da Fórmula 1” ao longo de décadas e, ao longo dessas décadas, este “Circo” mudou bastante. Minhas primeiras memórias são da década de 80, que comparado aos avanços tecnológicos atuais seria quase como ver o iluminismo aflorando no século XVII.

 

A grande mudança, contudo, deveu-se a um mestre de cerimômias que entendeu a importância da frase que tantas vezes ouvi Orlando Orfei pronunciar: “Respeitável Público!” Sim, ao longo dos anos 70 e de forma mais proeminente nos anos 80, o “Circo da Fórmula 1” conheceu seu grande mestre de cerimônias, que transformou-a de um circo mambembe a um dos maiores – talvez o maior – circo do mundo. Este foi e sempre será Bernie Ecclestone.

 

Enquanto os mecânicos vestidos de macacão (quando estavam de macacão. Quantas vezes os víamos de bermudas, camisetas e até usando chapéus de palha) dos anos 70 chafurdavam em banhos de lama, ou manchados de óleo enquanto reconstruíam carros exaustivamente, hoje vemos seus equivalentes modernos trabalhando em obras-primas cintilantes, com nenhum cabelo fora do lugar ou mancha no uniforme enquanto realizam suas tarefas em boxes bem iluminados e quase esterilizados como um centro cirúrgico.

 

Bernie Ecclestone realmente entrou em cena em 1972, retratado acima daquele ano com Colin Chapman, tendo comprado a equipe Brabham, mas ele já estava envolvido com o automobilismo há mais de uma década. A posse de uma equipe foi só o primeiro passo. Ecclestone era ambicioso e em uma década seu Brabhams imaculadamente apresentado ganhou campeonatos mundiais. Em seguida, ele (com o amigo próximo, o advogado Max Mosley) enfrentou a FISA, então o corpo governante, de frente sobre a propriedade do esporte. Previsivelmente, Bernie venceu os “burocratas de terno e gravata”, criando os “Acordos da Concórdia” e pulverizando o espetáculo – com imenso retorno financeiro – através dos direitos comerciais e de transmissão pelas TVs de todo mundo daquele espetáculo.

 

A Gestão da Fórmula 1 tornou-se, indiscutivelmente, em uma entidade mais que verticalmente integrada do esporte, controlando feeds de TV, passes de paddock, agência de viagens da F1, sinalização / hospitalidade na pista e, evidentemente, a Comissão F1 que estrutura os regulamentos da F1 antes de enviá-los à FIA para ratificação. Este modelo estabelecido se aproxima mais do que seria o modelo “clean” do Cirque Du Soleil” do que daquele romântico “Orlando Orfei” que sempre me encantou.

 

Os autódromos de hoje são lindos, limpos, seguros, assim como os carros, os integrantes das equipes, as estruturas por trás dos boxes e, para os fãs que assistem a Fórmula 1 na TV, com o passar dos anos as transmissões ficaram cada vez mais sofisticadas, com câmeras nos carros, gráficos na tela que mudaram várias vezes, com mudanças que iam desde algumas pequenas revisões menores feitas para cada temporada aos tempos da interatividade praticamente em tempo real com os áudios dos rádios dos pilotos com as equipes.

 

Neste final de semana, “o Circo está na cidade”, seja dentro de nossas casas através das nossas televisões de alta definição, seja nas ruas em nossos smartphones ou em qualquer equipamento eletrônico como um tablet ou laptop. É chegado aquele momento que esperamos por semanas desde o final da temporada passada. Que o mestre de cerimônia tome o microfone e fale: “Respeitável Público”!

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva