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O complexo jogo da diplomacia PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 03 February 2021 20:20

Caros Amigos, um dos meus cunhados é mestre em direito internacional e para este colunista, que formou-se na área de exatas, sempre foi um enorme deleite conversar com ele sobre aspectos da política internacional, cujo os efeitos costumam influenciar – positiva ou negativamentea minha área de trabalho, que é o mercado de ações.

 

Apesar de ser um fenómeno geral e registrado à escala europeia, não restam hoje dúvidas de que ο desenvolvimento da diplomacia ocorreu, de um modo especialmente precoce, no espaço italiano. A Itália do século XV era composta por várias cidades-estado, cada uma delas com um grau de organização e de desenvolvimento bastante acentuado, contando com cinco principais entidades - ο ducado de Milão, a República de Veneza, a República de Florença, ο Estado da Igreja, ο Reino de Sicília e Nápoles -, e com um número significativo de cidades-estado com um menor poderio político. Devido a esta situação de partilha do poder, a Itália deste tempo costuma ser encarada como uma espécie de microcosmos da evolução do dispositivo político-diplomático.

 

Nos dias de hoje a diplomacia ou “o jogo diplomático” estendeu-se a todas as áreas do entendimento e do lidar da humanidade. Um personagem em particular, o ex-secretário de estado dos EUA, Henry Kissinger foi capaz de fazer com que os conceitos aplicados às mesas de negociações entre governantes chegassem às mesas de negócios das grandes corporações e outras tantas áreas.

 

Este “jogo da diplomacia” é o que estamos vendo ser jogado entre Lewis Hamilton e a Mercedes no intrincado processo para assinatura do seu próximo contrato. Haverá algum risco de que este contrato não venha a ser assinado? Sim, sempre haverá, mas creio que ninguém que acompanha este meio mais de perto e há mais tempo acredite que as partes não chegarão a um acordo, que evidentemente não atenderá todos os anseios de qualquer das partes, mas de uma certa forma, poderá ser aquilo aceitável para que não haja uma perda dos interesses de ambos.

 

Com todos os contratos fechados nas outras equipes, a única alternativa tecnicamente viável para a Mercedes em caso de uma não assinatura de contrato com Lewis Hamilton seria buscar George Russell na Williams, mas isso não seria um processo simples – e provavelmente não seria barato – além de ser necessária uma ação que atendesse a lacuna deixada na equipe que está passando por um processo de reestruturação após a sua venda. Além disso, mesmo com toda a vantagem que a equipe tem apresentado ao longo dos últimos anos, as mudanças no regulamento de aerodinâmica para este ano pode fazer uma diferença suficiente para surgir uma ameaça ao domínio da estrela das três pontas.

 

Certamente Lewis Hamilton sabe disso e também tem seu desejo pessoal de superar todos os recordes possíveis no automobilismo e usar a sua posição como melhor piloto do mundo na atualidade para continuar fazendo seu trabalho fora da pista no envolvimento com causas sociopolíticas, algo que a Mercedes aceitou no ano passado mas que não parece ser algo muito afeito ao perfil dos alemães. Entretanto, quem iria colocar freios no melhor piloto do mundo? Mas isso pode ter um preço embutido, que seria a não extensão de três anos de contrato como o inglês deseja e a Mercedes não quer.

 

Este xadrez diplomático ainda vai nos proporcionar movimentos muito interessantes nos próximos dias e semanas.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva