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Freios inteligentes não eximem o motorista PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 22 January 2021 19:29

Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid,

 

Recebi inúmeros emails sobre o que está acontecendo no Brasil. Muitas pessoas sabem onde eu trabalho há muitos anos e o que posso fazer é deixar a minha solidariedade com muitos que conheci pessoalmente.

 

Não posso externar posicionamentos – nem mesmo os tenho – com relação a tudo que as pessoas tem falado comigo. O que posso fazer é lembrar que todos somos vencedores natos e sempre encontramos uma forma de sobreviver às adversidades.

 

Uma respirada funda e vamos ao assunto do mês na nossa coluna. A gente já conversou muito aqui sobre automação e de que, num futuro, os carros poderão não ter mais a interferência dos motoristas. Alguns destes dispositivos já podem ser encontrados em diversos modelos, como o “parking assistance” para estacionar e o redutor de velocidade, conectado ao “cruise control”, que chamamos comummente (e erradamente) de piloto automático.

 

Mas nos últimos anos temos visto uma evolução neste último dispositivo, que vem sendo melhorado ao ponto de funcionar como um verdadeiro freio automático de emergência, com o objetivo de atuar rapidamente em situações que isso se faça necessário, seja em relação a obstáculos físicos ou móveis, até mesmo de menor tamanho que um outro carro, por exemplo.

 

 

 

Você provavelmente pode pensar em um momento em que pisar no freio antes teria feito uma grande diferença. Uma fração de segundo ou alguns metros podem transformar uma viagem comum em uma dor de cabeça - ou pior. Seja por circunstâncias inevitáveis ou lapsos momentâneos de foco, as colisões acontecem. Vamos a um exemplo que pode acontecer com qualquer um.

 

Você está voltando para casa após um dia longo e estressante de trabalho. O tráfego na rodovia está lento e testando a paciência de todos. Para piorar a situação, você está cansado e com fome. O sol poente está proporcionando uma pequena distração, no entanto, tornando o céu noturno um vermelho ardente. E só para adicionar a este panorama deslumbrante, um balão de ar quente está flutuando no céu. Que espetáculo! Em um momento, você poderá ver o balão através do teto solar. Você olha para cima apenas por um segundo e - há um barulho nauseante quando você atinge o carro da frente.

 

 

 

No momento em que você desviou o olhar, o tráfego lento parou. E quando você não está prestando atenção, não existe uma distância segura de seguimento. Qualquer distração corta metros vitais de sua distância de frenagem. A 50 km/h, você perde aproximadamente 15 metros para cada segundo que tira os olhos do trânsito. A menos, é claro, que seu carro esteja equipado com Frenagem de Emergência Autônoma.

 

Porque a Frenagem de Emergência Autônoma (AEB – Autonomous Emergency Breaking) nunca se distrai. Como um navegador sempre atento, está sempre pronto para intervir quando detecta uma situação crítica. A tecnologia de frenagem automática está evoluindo o tempo todo e, com cada nova geração, um trabalho coletivo de montadoras, empresas de informática, fabricantes de pneus e outros seguimentos da indústria automotiva está buscando tornar as estradas cada vez mais seguras.

 

 

 

Então, como a AEB realmente funciona? AEB é um sistema de assistência ao motorista pró-ativo e preditivo que fornece assistência na frenagem de emergência – ou pode até mesmo frear autonomamente – caso seja detectado um risco de acidente. Este sistema inteligente visa evitar colisões com todos os tipos de obstáculos. Alternativamente, se um acidente for inevitável, o sistema visa a redução máxima da velocidade de impacto.

 

Os sistemas AEB usam uma rede de sensores para monitorar e avaliar continuamente as condições básicas de operação e direção, como velocidade, aceleração e proximidade de obstáculos, juntamente com as posições dos pedais e o ângulo de direção. Os sensores podem detectar, digamos, se o veículo está começando a se aproximar de um veículo na frente. Os dados de velocidade e proximidade detectados são usados ​​por um computador de bordo para calcular quando o motorista precisa reagir para evitar uma colisão.

 

 

 

Se o motorista não tiver respondido de forma adequada até esse momento, por exemplo, tirando o pé do acelerador ou freando, o sistema toma as medidas adequadas automaticamente. Os especialistas estimam que equipar veículos com sistemas AEB de última geração poderia reduzir os ferimentos em acidentes rodoviários em aproximadamente 35 por cento.

 

Os sistemas de frenagem de emergência autônoma vêm em três tipos diferentes, diferenciados por suas aplicações: “pedestre”, “cidade” e “interurbano” (para condução em rodovias fora da cidade). Os algoritmos dos sistemas AEB da cidade são adaptados às condições de tráfego denso, frenagem e aceleração frequentes e rotatórias, enquanto os sistemas interurbanos são adaptados às velocidades mais altas e margens de segurança mais longas nas rodovias. Os sistemas AEB para pedestres, por sua vez, apresentam sensores especiais projetados para detectar pedestres nas imediações do veículo, que podem entrar repentinamente em seu caminho. Idealmente, a tecnologia AEB será complementada por sistemas de proteção de ocupantes adequados.

 

 

 

Se um impacto com um obstáculo for inevitável, esses sistemas podem responder apertando instantaneamente os cintos de segurança, ajustando os encostos para uma posição vertical e levantando os encostos de cabeça abaixados. Finalmente, a AEB mantém sua capacidade de intervir, mesmo após a ocorrência de uma colisão. Por exemplo, se o sistema estiver integrado com a unidade de controle do airbag, o computador de bordo pode usar o sistema ESC para estabilizar e frear automaticamente o veículo após o acionamento do airbag, a fim de minimizar o risco de colisões secundárias.

 

Na Alemanha, o AEB foi instalado pela primeira vez em 2006, no Mercedes CL Class, e, entretanto, esta tecnologia de “co-piloto inteligente” tornou-se uma característica padrão em muitos modelos de gama média desta montadora. Mas os especialistas também alertam: a responsabilidade por tomar as decisões corretas de direção sempre recai sobre o motorista, e a Frenagem de Emergência Autônoma foi desenvolvida apenas para auxiliar em emergências. Não é um substituto para a frenagem normal.

 

Muito axé pra todo mundo,

 

Maria da Graça