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Written by Administrator   
Wednesday, 13 January 2021 20:43

Caros Amigos, Um dos grandes “mitos da democracia” é a chamada “alternância do poder”. Em que pese concordarmos que a democracia não pode ser analisada tão somente pelos seus aspectos formais, não podemos deixar de analisar as peculiaridades de cada país que aplica o regime democrático, seja qual for a esfera de poder.

 

Quem nunca ouviu falar que a alternância de poder é salutar para a democracia? Que a mudança periódica de pessoas e de grupos na ocupação de determinados cargos, seja em qual nível de processo ou cargo, é naturalmente positiva para os regimes democráticos? Muitas vezes este é apenas um discurso conveniente de quem está fora do poder onde já esteve e não consegue convencer os meios vigentes para que este balanço seja novamente alterado.

 

Amanhã, sexta-feira, dia 15 de janeiro, terá lugar a eleição para o quadriênio 2021-2025 na Confederação Brasileira de Automobilismo. Giovanni Guerra ou Milton Sperafico, um dos dois será eleito para conduzir os destinos do automobilismo do país onde, mais uma vez, não consegui enxergar outra coisa se não dois grupos de interesses políticos semelhantes, que em cada um dos seus estados controlam o automobilismo local há muitos anos, defendendo ideias onde a palavra “mudança” não parece ser algo minimamente concreto.

 

A eleição está indefinida? Sim, está se o estimado leitor seguir meu raciocínio. O candidato da chamada “situação”, Giovanni Guerra, conta com os votos das 9 federações do nordeste, Tocantins e da ABPA, Associação dos Pilotos Brasileiros de Automobilismo, que será representada por seu presidente – Felipe Giaffone. Isso é a garantia de 11 dos (a princípio) 23 votos possíveis. O “a princípio” fica por conta das federações do Distrito Federal (FADF), Santa Catarina (FAUESC) e Mato Grosso do Sul (FAMS), com pendências junto à CBA.

 

Estas pendências foram, inclusive, assunto de primeiro plano nesta semana que antecede a votação, que em razão da pandemia acontecerá em um espaço alugado, com 342m², no Hotel Prodigy Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro, para que a eleição ocorra de acordo com os protocolos exigidos de distanciamento social. Na segunda-feira, a FADF quitou seu débito de R$ 147.120,00 junto à CBA. A federação que tinha em seu então presidente, Luiz Caland, o 1° vice-presidente na chapa do candidato Milton Sperafico, que devido a questões judiciais, precisou ser substituído e o mesmo veio a renunciar seu cargo na FADF, assumindo o 1° vice-presidente, Renato Constantino, que indicou o “presidente de honra”, o tricampeão mundial de F1, Nelson Piquet, para representar a federação no pleito do dia 15. O piloto já declarou seu apoio a Giovanni Guerra e isso deve direcionar o voto no sentido oposto ao que contava a chapa de Milton Sperafico.

 

Outra questão que estava pendente foi resolvida na terça-feira: uma assembleia geral extraordinária na FAUESC foi convocada com a assinatura de 10 clubes filiados tinha como 1° assunto a revogação das deliberações tomadas na Assembleia Geral Extraordinária de 29/02/2020 (o mês de fevereiro de 2020 teve 29 dias), e recondução do Sr. João Alfredo de Novaes ao cargo de Presidente da entidade. Isso mudaria a direção de voto da referida federação, que passou a ser presidida por Admir Gelsemino Chiesa (um dos presidentes que assinou o documento pela impugnação da chapa de Milton Sperafico quando Luiz Caland ainda era o candidato à 1ª vice-presidência) e claro apoiador de Giovanni Guerra. O Tribunal de Justiça do estado de Santa Catarina determinou a não realização da referida assembleia e em seu despacho, pronunciou-se, acusando o ato de convocação da assembleia de “tentativa cassação de uma decisão judicial”, impondo ao então presidente afastado, João Alfredo de Novaes, uma pesada multa em caso de insistência na tentativa de seu retorno ao cargo através desta assembleia marcada para o dia 12/01/2021 e intimaou o presidente afastado a dar explicações sobre os atos em que foi acusado na assembleia de 29/02/2020 ao Ministério Público.

 

Caso nada mais aconteça em termos judiciais até o dia 15, estes fatos acima garantiriam mais dois votos para a eleição de Giovanni Guerra, elevando seu total para 13 votos, o que lhe daria a vitória. Entretanto, o voto é secreto e assim sendo, devemos ser muito comedidos sobre o que acontecerá no Rio de Janeiro na próxima sexta-feira. A situação da federação do estado de Mato Grosso do Sul (FAMS) ainda está indefinida.

 

Como pessoa que acompanha os fatos do automobilismo, independente de quem venha a ser eleito, espero que as coisas positivas da gestão de Waldner Bernardo sejam continuadas e aquelas que não tiveram resultados positivos sejam alteradas. Desta gestão que se encerra, considerei o trabalho desenvolvido para a introdução de padrões FIA nos nossos autódromos como algo muito positivo, mas cobro do atual presidente um relatório mais claro sobre o investimento nos projetos nas escolas de kart, vinda de um modelo importado da Europa  e que, nas minhas observações, não vi nenhum resultado prático ao fim de quatro anos ou mesmo a descrição de um processo evolutivo.

 

Espero do próximo presidente uma gestão correta, honesta, eficiente e transparente... independente de quem seja o eleito. E, independente de quem seja eleito, terá neste colunista um apoiador, mas também um fiscal de seus atos.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva