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As previsões de Pai Alex para 2021 PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 11 January 2021 08:53

Olá leitores!

 

Eu confesso que tive uma surpresa quando, após um período incomunicável, recebi um telefonema do Pai Alex na manhã desse domingo (e quando eu digo manhã, significa que ele me acordou pouco antes das 7 horas da manhã). Disse que após muita consulta com seus guias tinha se decidido e iria me passar as previsões de 2021. O sono foi maior que a vontade de dizer que não precisava (devo ter respondido algo como “Uhm”), ele entendeu como sim, e disse que iria mandar o seu ajudante me buscar e desligou. Bom, nessa circunstância o que me restava era tirar o pijama, colocar uma roupa, tomar uma quantidade de café suficiente para fazer os neurônios Huguinho, Zezinho e Luisinho acordarem na marra, e pegar os apetrechos para a entrevista.

 

Nem tinha terminado de comer alguma coisa e já apareceu na porta o ajudante que está cooperando com Pai Alex, o Fitisgeraldo. Apesar do nome um tanto estranho, sua cabeleira branca amarelada e a voz de barítono sempre contando alguma história divertida entretiveram o trajeto até o terreiro sacolejando na velha C-14 do Pai Alex.

 

Entrei na sala de atendimento, entreguei a sacola com as garrafas de costume e Pai Alex colocou do meu lado da mesa uma caneca e uma garrafa térmica com o chá preto mais forte que tomei em muito tempo, e começamos a consulta. Primeiro perguntei sobre a Fórmula 1, ele acendeu o cachimbo, embaralhou as cartas de Tarô, as dispôs na mesa, e disse “esse calendário que fizeram já nasceu pedindo pra desencarnar, ainda vão ter que mexer muito nele. Não vai dar para viajar pra alguns desses países nessas datas que escreveram não”. E continuou: “vai ter muita confusão dentro de equipes com essa mudança de piloto que teve. E a volta do agricultor da confusão pra categoria vai deixar o pessoal de azul vermelho de raiva”. Agricultor da confusão deve ser o Fernando Alonso, e o “pessoal de azul” a Alpine. Também disse que “o pessoal de vermelho” vai continuar “batendo a cabeça na árvore” e a inveja vai estragar tudo na equipe verde. Pelo que entendi, quando começar a tomar muito tempo do Vettel o Lance Stroll vai começar a reclamar com o pai... perguntei se a temporada seria um pouco mais competitiva e ele apenas deu de ombros e balançou a cabeça, dando um longo trago de um cantil de alumínio que estava em uma geladeira de isopor à direita da cadeira dele. Confesso não ter me surpreendido.

 

Questionei sobre rali e Endurance, e após consultar as cartas, não ficar satisfeito, tomar mais um longo gole e consultar também as runas, ele confirmou que apareceram as mesmas previsões de, pelo menos, um começo de campeonato atrapalhado por conta de viagens e restrições por conta da pandemia. Mas disse que no Endurance pode ser que os pilotos brasileiros tragam algumas alegrias.

 

Perguntei então sobra a MotoGP. Mais uma embaralhada nas cartas, baforou a fumaça do cachimbo no baralho por 3 vezes, e as distribuiu na mesa. Após a leitura, disse que a temporada vai ser tão competitiva quanto a do ano passado, pois “o menino sem juízo” (deve ser o Marc Márquez) ainda vai ficar um tempo “de castigo” para “aprender a respeitar os sinais do corpo e dos orixás e não apressar o que leva tempo”. Também disse que o campeão do ano passado (Mir) não vai ter vida fácil e para defender o título vai ter que batalhar mais ainda que aquilo que batalhou para ser campeão. E completou dizendo que o calendário também vai dar trabalho por conta do vírus. Perguntei do Dottore na equipe satélite e a previsão foi de que não deve subir no pódio com frequência, mas como vai correr mais por “diversão” do que para conquistar título pela equipe de fábrica deve ficar mais sorridente e feliz que ano passado. Sobre a Ducati, a resposta foi que “tirou o peso que a atrasava” e, se não ficarem com questões internas na equipe, podem terminar bem o ano. E pegou outro cantil da geladeira, tomando vários goles. Comecei a achar estranho, afinal estava quente de manhã, mas não o suficiente para aquela sede toda, mas enfim...

 

Perguntei então sobre as categorias norte-americanas, e nesse momento ele largou as cartas e foi consultar os búzios. Jogou três vezes, e informou que “os caminhos estão livres, devem ser menos afetados pela doença que as corridas do outro lado do mar”, pelo jeito a pandemia não deve afetar tanto as competições na América do Norte. Pedi para ser mais específico a respeito de alguma das categorias, mas ele falou que não teria grandes diferenças entre o desenvolvimento das competições durante o ano entre uma e outra. Pessoalmente, acho que ele só quis se esquivar, mas...

 

Perguntei em seguida sobre o automobilismo brasileiro, e ele de imediato fechou o semblante. Mais uns longos goles no cantil, que ao término ele deixou de lado. Jogou os búzios, leu as cartas, as runas, e assegurou que as competições que conseguirem sobreviver à crise econômica vão conseguir fazer seus campeonatos sem maiores dificuldades. Mas que ele vê muitas dificuldades para aparecerem novos talentos nos próximos 3 anos (sim, até eu me surpreendi com a extensão da previsão). E foi tomar mais do cantil, só que estava já quase vazio. Ato contínuo, abriu a geladeira, tirou uma garrafa de vodca e esvaziou a garrafa em dois cantis, metade em cada um... sim, ele estava tomando vodca domingo de manhã como se fosse água. Isto posto, agradeci pelas previsões, e pedi pro Fitisgeraldo me levar de volta pra casa.

 

Enquanto isso, lá nas areias da Arábia Saudita, o rali Dakar continua. Esse domingo, ao final da 7ª etapa, a liderança entre os caros estava com o ET dos raids, Stéphane Peterhansel (Mini), que mantinha quase 8 minutos de vantagem para o Toyota de Nasser-Al Attiyah e já tem a mais que confortável vantagem de 41 minutos para seu companheiro de equipe Mini Carlos Sainz, que está em 3º lugar. Do 4º lugar para trás, todos têm mais de 1 hora de desvantagem. Se nos carros a disputa está espaçada, a briga pela liderança nas motos está... empolgada. Os 4 primeiros colocados na classificação estão separados por apenas 2m34, o que num rali raid é quase nada. O chileno José Ignacio Cornejo (Honda) tem a monumental vantagem de... um segundo (!!!!!) sobre o australiano Toby Price (KTM) e 2m11 sobre Sam Sunderland (KTM), com o 4º posto sendo ocupado por Xavier de Soultrait (Husqvarna). Entre os UTV/SSV/sei-lá-que-nome-queiram-dar-para-aquele-negócio, que é onde estão os brasileiros, o melhor colocado é o navegador Gustavo Gugelmin, em dupla com o piloto Austin Jones, que está em 3º na classificação com cerca de 9 minutos e meio de desvantagem para os líderes Domzala/Marton. A dupla Reinaldo Varela/Maykel Justo é a melhor colocada, em 6º lugar na classificação da categoria, com 1h21m de desvantagem para os líderes e meia hora atrás do 5º colocado. Entre os caminhões, nenhuma surpresa, os russos da Kamaz ocupam os 3 primeiros lugares...

 

Por falar em Dakar, cumpre noticiar o falecimento neste domingo de Hubert Auriol (não, nenhum parentesco com o ex piloto do WRCX Didier Auriol), primeiro homem a vencer o Dakar nas motos e nos carros. Estava internado por conta de complicações do COVID, mas a causa mortis foi um AVC. Ainda não se tem notícia se ele chegou a ser informado no hospital do falecimento de sua ex esposa e mãe de seus 3 filhos há cerca de um mês, vítima de um acidente de trânsito. Resquiat in pace, campeão.

 

As próximas duas colunas serão feitas por alguém da competente equipe do Nobres do Grid, já que estarei em férias. Tenho certeza que estarão bem servidos.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

Last Updated ( Monday, 11 January 2021 09:18 )