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O inferno astral de Alexander Albon PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 28 December 2020 14:35

Olá fãs do esporte a motor,

 

O final da temporada do automobilismo mundial mostrou em dois episódios o lado cruel deste meio tão competitivo e nem sempre justo.

 

O jovem Gianluca Petecof, de apenas 18 anos, campeão da Fórmula Regional Europeia, apesar da conquistado título, teve seu vínculo descontinuado com a equipe Prema, que tem times nas principais categorias de base no automobilismo sediado na Europa, indo da Fórmula 4 até a Fórmula 2, passando pelas categorias continental e mundial da Fórmula 3 e uma parceria firmada com a Academia de pilotos da Ferrari. Gianluca não é meu paciente, mas caso ele deseje, coloco meus serviços à disposição.

 

O outro, diferente do que aconteceu com o piloto brasileiro, que de certa maneira surpreendeu aos que acompanharam a temporada, foi um processo de tortura psicológica e que nas leis brasileiras poderia ser facilmente considerado assédio moral.

 

 Depois de apenas meia temporada na Toro Rosso, Alexander Albon foi promovido para a Red Bull e chegou andando bem.

 

Quando Sebastian me pediu que ajudasse o piloto da Red Bull, além de um ato de enorme grandeza e sua parte, uma vez que ele era concorrente de outra equipe, ele sabia bem o que o anglo-tailandês precisaria. Afinal, ele também foi piloto do programa de jovens pilotos da Red Bull e viu como as coisas mudam de uma hora para outra sob a pressão que é imposta em função de resultados que nem sempre o equipamento oferece.

 

Para Alexander, que foi promovido no meio da temporada passada para a equipe principal no lugar de Pierre ele sabia o desafio que precisaria enfrentar e que as cobranças seriam maiores na Red Bull. Para ele, ou você tem que ser ambicioso o suficiente para querer estar no melhor carro da melhor equipe ou então é melhor ir para casa e procurar outra coisa para fazer. No automobilismo, ninguém corre para ser segundo, terceiro ou quarto. Assim como ninguém corre para ser superado pelo companheiro de equipe.

 

 Mas o início da temporada de 2020 foi se mostrando complicado para o piloto Anglo-Tailandês. Muita cobrança e maus resultados.

 

Alexander sabia que as corridas após a segunda metade do calendário (o que seria a volta das férias) seriam decisivas para seu futuro na equipe. Apesar de contar com um engenheiro experiente a passar informações para ele, a cobrança tenderia a aumentar... e aumentou! Especialmente com ele tendo ficado fora dos pontos em 4 de 6 corridas, algo que não foi amenizado pelo pódio na corrida de Mugello e ele sabia que tudo o que não precisava era de maus resultados.

 

Esta sequência ruim e os movimentos no mercado de pilotos levaram as especulações a uma situação bem diferente na Red Bull, quando começaram a pensar em trazer um piloto experiente e rápido para fazer dupla com Max Verstappen, algo que eles tinham em Daniel Ricciardo, onde o australiano vinha sendo mais rápido que o complicado prodígio holandês antes de ver que começava a ser preterido na equipe e deixar claro que não aceitaria ser um segundo piloto.

 

 Em um fogo cruzado dos seus chefes na equipe, Albon foi colocado contra a parede para "entregar resultados".

 

Alexander viu que na fria análise de Christian Horner e Helmut Marko, o seu período como titular da Red Bull em uma temporada e meia não estava à altura do que a equipe queria e nisso ele ainda recebeu a cobrança do companheiro de equipe, Max Vertappen, que afirmou para a mídia que a equipe precisava de um piloto mais rápido, que exigisse mais dele e marcasse mais pontos (um ato nada ético profissionalmente), como se a Red Bull fosse conseguir competir com a Mercedes no campeonato de construtores.

 

Os nomes de Sergio Perez – de saída da Racing Point – e Nico Hulkenberg começaram a ter seus nomes ventilados na equipe austríaca como potenciais opções ao lugar de segundo piloto da equipe, o que poderia estar apontando um erro de condução do programa de jovens pilotos da equipe. Afinal, quem “deu certo”? Sebastian, Daniel e Max? Todos os demais falharam? O “índice de falhas” não seria demasiadamente alto? E onde estaria o erro no processo? Apenas nos pilotos? Mas quem os seleciona? A soberba por aquelas bandas parece ser algo sem medida.

 

 Apesar dos seus esforços, isso não foi suficiente para Alexander Albon continuar como piloto titular na equipe.

 

Alexander está abalado, não poderia ser diferente. Apesar dos 41 pontos somados nas últimas 4 corridas, com um pódio no Bahrain e uma grande corrida em Yas Marina, tudo indica que a decisão já estava tomada: a contratação de Sergio Perez – para ser conhecida do público – só faltava ser anunciada na mídia (Alexander foi oficialmente informado da decisão em uma reunião com Christian Horner pouco antes do anúncio ser feito).

 

Isso marca o fim abrupto do tempo de Alexander competindo pela Red Bull após uma promoção surpreendente de apenas 12 corridas em sua carreira na F1, substituindo o francês Pierre Gasly no meio da temporada de 2019, outro absurdo da parte desta abominável equipe. Embora Gasly tenha renascido ao retornar à Toro Rosso (agora AlphaTauri) a Red Bull descartou uma possível mudança de volta. Antes mesmo do final do campeonato Horner disse que não havia chance de Alexander fazer um retorno semelhante ao de Pierre e após o final da temporada da Fórmula 2, o japonês, piloto da Honda, Yuki Tsunoda, foi anunciado na Alpha Tauri.

 

 Nem tudo está perdido para Alexander Albon na equipe, mas será preciso fortalecer seu psicológico nesse processo de retomada.

 

Resta uma possibilidade, caso contrário, a Red Bull não o teria mantido como piloto reserva e trabalhando nos simuladores, trabalhando com os engenheiros em uma função sob um grau de pressão menor, algo que ajuda Alexander a “amadurecer” como piloto. Teria sido sua promoção à Red Bull foi muito rápida? Eu penso que na forma que foi, sim. Mais um erro da parte da Red Bull.

 

Terei um trabalho muito intenso com Alexander e que não vai parar entre as temporadas. Não vou deixar esses dirigentes da Red Bull estragarem o futuro profissional deste jovem brilhante.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares

 

 

P.S. Minha coluna entrará em "férias" agora em janeiro, mas continuo atendendo meus pacientes. 

 

  
Last Updated ( Monday, 28 December 2020 15:01 )