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O final das temporadas do domingo e uma novela sem fim PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 14 December 2020 08:28

Olá leitores!

 

De uma vez só, o final de 3 campeonatos: a última corrida de Fórmula 1 da temporada (que já acabou tarde), a decisão do campeonato da Stock Car e a decisão da Copa Truck. O que parece estar longe do fim é a novela “antebraço do Marc Márquez”, mas vamos a um assunto de cada vez...

 

A última corrida da temporada 2020 da Fórmula 1 foi bem em clima de festa de final de ano da firma: você está lá, socializa com o pessoal, sorri, mas sabe lá dentro que aquilo está chato pra caramba. Foi uma grande luta permanecer acordado durante a corrida, e para completar a Globo resolveu escalar para a última narração do ano um narrador que em um passado distante fazia um bom trabalho, mas que ultimamente perdeu a mão de forma grandiosa. Resolvi que não iria passar raiva com ele, tirei o som da TV e fui acompanhar a narração pelo rádio... misericórdia. Uma equipe de 5 pessoas entre narrador e comentaristas, e apenas 2 falando coisa com coisa. Ainda não foi definido quem transmitirá a categoria ano que vem aqui na República Sebastianista da Banânia, mas eu espero que quem quer que seja contrate narrador e comentaristas que façam alguma ideia do que estão fazendo. Não bastasse a pista criada por Hermann Tilke, o Maldito, não conseguir propiciar uma corrida minimamente interessante, ainda tendo narradores e comentaristas que se perdem no que estão fazendo é muito sofrimento para um final de temporada.

 

Acho que uma das poucas coisas que se salvou nessa corrida foi a pilotagem do Pietro Fittipaldi: foi consistentemente melhor que o Magnussen, tanto que a equipe o chamou para troca de pneus no final da prova sem que houvesse efetivamente uma necessidade disso para que o Pietro não terminasse na frente do piloto que esteve com o carro a temporada inteira... se ele não continuar como piloto reserva, que consiga um lugar para correr em outra categoria, seja na Europa ou nos EUA. Fórmula 1 é bom, mas não é o único lugar que um piloto deve almejar. Existem vários caminhos para se atingir a realização como piloto, e se a Fórmula 1 não tem vagas disponíveis sem uma monumental quantidade de dinheiro de patrocínio, nada mais justo que buscar outros caminhos.

 

Outra coisa que ficou evidente foi a preocupação da Mercedes em blindar seus pilotos titulares: esse teste negativo do Hamilton para o COVID-19 e a viagem apressada dele para Abu Dhabi apenas 10 dias após o primeiro teste positivo... ficou estranho. Mas empresarialmente até entendo: Russell já tinha provado que Bottas apenas permanece na equipe por não oferecer nenhuma resistência efetiva ao Hamilton, com ele não corre o menor risco de um novo duelo como o que existiu entre Hamilton e Rosberg. Já pensaram se o Russell corre a última corrida e vence? Como justificar o nababesco salário pago ao inglês que tantos lucros comerciais traz à equipe? Melhor “forçar a barra” e trazer o piloto titular de volta (visivelmente mais magro após os dias de confinamento) antes que fique difícil justificar o discurso...

 

Vitória de Max Verstappen, que conseguiu a pole, largou na frente e não foi mais incomodado até a bandeirada, nem por ocasião do safety car que a direção de prova colocou na pista quando o Pérez quebrou e parou perto de um ponto de recolhimento (ali era só puxar o carro para trás, mas...). Merecida e tranquila vitória. Seu companheiro Alexander Albon (4º) fez talvez sua melhor corrida do ano, tendo inclusive diminuído sensivelmente a diferença que o separava de Hamilton no final da prova. Se a boa pilotagem foi suficiente para garantir a renovação do contrato para 2021 ainda não se sabe, mas ele provou que pode merecer uma nova chance.

 

Em 2º e 3º chegaram os pilotos da Mercedes, pela ordem Valtteri Bottas e Lewis Hamilton. Bottas não parece ter se esforçado muito, afinal mesmo com um 4º lugar ele ainda seria vice campeão (pode creditar isso às duas corridas a mais que ele pontuou em relação ao Verstappen), e o piloto principal (Hamilton) estava nitidamente fora do melhor de sua forma física, então ele fez aquilo que melhor sabe fazer, uma corrida burocrática. Lewis não atacou (provavelmente por não estar se sentindo fisicamente bem o suficiente para isso) e também não foi atacado seriamente (a superioridade do carro da Mercedes sobre todo o resto garantiu esse conforto), e assim conquistou mais um pódio em sua carreira.

 

Em 5º e 6º terminaram os pilotos da McLaren, respectivamente Lando Norris e Carlos Sainz Jr., garantindo assim para a equipe o 3º lugar no campeonato de construtores. Ambos terminaram a corrida satisfeitos com seus desempenhos, e com motivos, já que conseguiram extrair tudo aquilo que o carro permitia.

 

Em 7º chegou Daniel Ricciardo, em uma honesta e competente corrida de despedida da Renault, na qual também fez a volta mais rápida. Considerando que largou em 11º e o único abandono à frente dele foi o Pérez, progrediu em uma pista de ultrapassagens difíceis e onde a boa velocidade de reta do carro não é um ponto chave para se fazer os melhores tempos. Seu companheiro Esteban Ocon (9º) lamentou ficar preso atrás de alguns carros no começo da prova e só ter conseguido progredir de verdade na segunda metade da prova, mas levando em conta isso e o carro não se adaptar muito bem a pistas que requerem maior pressão aerodinâmica, uma corrida dentro do esperado.

 

Em 8º terminou Pierre Gasly, contente com o desempenho que arrancou do seu Alpha Tauri, ao contrário do seu companheiro Daniil Kvyat (11º), que considerou seu desempenho “frustrante”... é, cidadão, quando você foi contratado para voltar pra categoria foi mais frustrante ainda para o fã da categoria...

 

Fechando a zona de pontuação chegou Lance Stroll, cujo solitário ponto marcado foi mais do que suficiente para o desempenho que ele apresentou na corrida. Mais que isso ele não merecia. Seu companheiro Sérgio Pérez (20º) foi o único abandono da corrida, mais uma vez vítima do motor.

 

Agora é aguardar a decepcionante temporada 2021... sim, afinal se não fosse algum chinês querer um McBat era para termos novos carros e um novo regulamento... e ao invés disso, novo regulamento só em 2022 e ano que vem  continuam os carros desse ano; ou seja, mais um passeio da Mercedes com os pés nas costas.

 

Em Interlagos tivemos a definição do campeonato da Stock Car, e Ricardo Maurício (Cruze) veio, viu e venceu como um Júlio César, saindo da pole position e não dando oportunidades aos adversários para retirar o troféu de suas mãos. Gaetano di Mauro (Cruze) tentou tirar a liderança dele, verdade, mas deixou para frear pra lá de Deus me livre e acabou errando a curva, perdendo tempo razoável por conta disso. Na pista, o segundo colocado foi Cesar Ramos (Corolla), mas após a corrida os comissários analisaram o incidente da segunda volta entre ele e Ricardo Zonta (Corolla) e resolveram punir o Cesar com 5 segundos no tempo total da corrida, fazendo ele cair para 5º lugar. Aliás, fica (MAIS UMA VEZ) um puxão de orelha nos comissários: a corrida teve 24 voltas, o incidente aconteceu na SEGUNDA volta, e foi analisado só após o pódio????? Que várzea, hein? Aliás, várzea não, futebol de várzea é melhor organizado que os comissários de automobilismo... enfim, pós punição o 2º lugar ficou com Ricardo Zonta (o que também lhe garantiu o vice campeonato) e o troféu do 3º lugar acabou nas mãos de Nelson Piquet Jr. (Corolla), que ano que vem correrá por equipe própria, que se chamará MX Piquet Sports, comandada pelo pai tricampeão de F-1 e com Sérgio Jimenez como companheiro de equipe. A boa novidade foi a transmissão da última corrida pela TV aberta pelo canal que comprou os direitos para as próximas 5 temporadas, a Bandeirantes. A dupla Luc Monteiro e Reginaldo Leme, apesar de um pouco desentrosada (e afinal, vamos lembrar que foi apenas a primeira transmissão), fez uma transmissão de alto nível. Para ficar perfeito, faltou um pouco mais de entrosamento e acionar um pouco mais o repórter que estava nos boxes. De resto, impecável.

 

Quem também definiu o título da temporada em Interlagos foi a Copa Truck, em duas corridas onde os caminhões VW literalmente sobraram na pista. Na primeira corrida Paulo Salustiano (VW) largou na frente e lá permaneceu até a última curva, quando diminuiu o ritmo para retribuir a Beto Monteiro (VW) o favor do final da temporada passada, quando este abdicou de uma vitória para Salustiano, com Wellington Cirino (Mercedes) terminando em 3º, pouco mais de 3 segundos e meio atrás do vencedor. A segunda corrida teve grid invertido para os 8 primeiros colocados, mas mesmo largando em 7º lugar Salustiano novamente foi dominante, e dessa vez venceu com honras e méritos, enfiando mais de 9 segundos sobre o segundo colocado, Danilo Dirani (Mercedes), que participou de intensa disputa de posição com Beto Monteiro nas últimas voltas e acabou na frente do campeão da temporada por... 9 milésimos de segundo. Deu gosto de ver. Completaram o pódio André Marques (Mercedes) em 4º e Rafael Lopes (VW) em 5º. Ao final da corrida, foi anunciado que a categoria também voltará à TV aberta via Bandeirantes. Aparentemente ocorre um desmonte do departamento de automobilismo das Organizações Globo...

 

A novela espanhola “recuperação da fratura de #MM93” parece estar tomando rumos menos sombrios: ele recebeu alta do hospital neste domingo e passará as festas de final de ano se recuperando em casa, concomitante ao tratamento com antibiótico para combater a infecção que atacou seu úmero fraturado. Continua sendo altamente improvável que ele esteja na etapa de abertura da temporada 2021 (isso levando em conta que o otimista calendário definido pela FIM e pela Dorna consiga ser aplicado, claro...), mas ao passo que no começo da semana passada era ventilada a hipótese de ser necessária mais uma cirurgia ainda para efetivamente consertar o braço fraturado na queda – e danificado mais ainda pela pressa do piloto em se mostrar pronto para voltar – agora essa hipótese parece mais distante. Onde as coisas estão fervendo é no HRC e na matriz da Honda. A matriz mandou funcionários mais próximos ao alto escalão para investigar a condução do pós fratura pelos diversos envolvidos (piloto, empresário do MM, dirigentes do HRC, médicos, etc.) e tentar assegurar que o piloto no qual tanto dinheiro foi investido consiga se recuperar o melhor possível, sem “atropelar” nenhum passo. Parece que inclusive a batata do Alberto Puig está no forno lá entre os nipônicos... que dessa vez o Marc consiga entender que ele é que tem que obedecer o corpo, e não apenas o corpo obedecer ao cérebro. Por enquanto, ele ainda está tentando jogar a culpa do fracasso na recuperação da primeira cirurgia nos médicos, que “não teriam avisado ele que a placa poderia quebrar”... enfim, como diz o grande filósofo contemporâneo Homer Simpson, “A culpa é minha e eu jogo ela em quem eu quiser”.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini