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Toda Mercedes tem seu dia de Ferrari PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 07 December 2020 08:23

Olá leitores!

 

Da corrida de Fórmula Um mais surpreendente já ocorrida em um país árabe (não apenas no Bahrein) aos resultados de mais uma cirurgia sofrida por Marc Márquez, fomos bombardeados com informações nos últimos dias, e isso sempre é muito bom. Bom menos pra equipe Mercedes, claro, que neste domingo teve um “dia de Ferrari” nos pit stops e propiciou cenas dignas de comédia pastelão, além de ter que se esforçar muito para justificar a permanência do Bottas na equipe em 2021.

 

A respeito do GP de Sakhir, pessoalmente eu acho que a categoria poderia adotar esse anel externo para fazer a corrida do Bahrein a partir do próximo ano... na parte interna da pista não existe nenhuma arquibancada (portanto não há público perdendo lugar), sendo uma pista mais curta o público vê mais vezes os carros passando em sua frente, e a corrida foi MUITO melhor que a da semana passada no circuito “normal”. No final, seria uma alteração que traria apenas benefícios. Não acredito que Dona FIA concorde com isso, mas que seria interessante, isso seria.

 

Um dos marcos da corrida (ao menos para nós brasileiros) foi a estreia de Pietro Fittipaldi substituindo Romain Grosjean no cockpit da Haas. Romain teve algumas queimaduras nas mãos que impediram que ele corresse neste final de semana e no próximo, e mesmo sendo “jogado na fogueira” em uma pista que não conhecia e sem experiência de andar no tráfego com outros carros o 4º piloto da família a pilotar um carro da categoria máxima não decepcionou. Seus tempos de volta foram bem próximos aos de Kevin Magnussen, que disputou a temporada inteira com o carro e o conhece bastante. A Haas já anunciou sua dupla de pilotos para 2021 (Mick Schumacher e Nikita Mazepin, ambos vindos da F-2), mas o serviço mostrado por Pietro pode abrir algumas portas para ele, não necessariamente para continuar como piloto reserva da Haas. Vamos esperar...

 

Aliás, por falar em Grosjean, durante a semana saíram diversas animações de computador mostrando como o Halo salvou a vida do francês e fornecendo explicações convincentes a respeito do motivo do incêndio na batida. Os “especialistas de teclado” claro que deitaram e rolaram a respeito de uma mudança nos tanques de combustível para 2022 (nem acho que seja tão necessária assim, já que o número de acidentes com incêndio nos últimos anos foi mínimo, mas...) e nas luvas dos pilotos. Luvas não tem muito milagre a fazer, o piloto precisa ter sensibilidade nas mãos, principalmente com as dezenas de comandos existentes no volante.

 

Vitória mais do que merecida para Sérgio Pérez, que após ser tocado por um afobado Charles Leclerc na primeira volta e cair para último lugar entre os carros que continuavam na corrida (Leclerc e Max abandonaram logo na primeira volta, causando uma intervenção do safety car), foi para os boxes, colocou pneus novos e de último começou sua corrida de recuperação. Após 5 voltas da relargada, já estava em 11º lugar. Quando tivemos a segunda intervenção do safety car e a Mercedes teve seu “momento Ferrari”, lá estava ele para se aproveitar da confusão e assumir a liderança. Demorou 190 corridas, mas finalmente ele teve sua primeira vitória. E pela primeira vez desde 1970 o hino mexicano tocou no pódio. Seu companheiro Lance Stroll (3º) terminou a corrida um pouco chateado por ter permitido a ultrapassagem de Ocon, mas sem motivo: fez uma corrida consistente, com menos erros do que costuma fazer, e o degrau mais baixo do pódio foi um excelente resultado pelo que apresentou.

 

Em 2º chegou Esteban Ocon, aproveitando a boa velocidade de reta do carro da Renault para conseguir seu primeiro pódio em uma corrida onde ele foi rápido, constante e arrojado na medida correta. Um piloto que ano que vem vai sofrer muito dividindo a equipe com o Senhor da Cizânia (Fernando Alonso) e que obteve hoje um resultado para lhe dar maior confiança para os desafios de 2021. Seu companheiro Daniel Ricciardo (5º) não estava com o carro tão bem acertado, reclamou de um pouco de falta de velocidade quando acionava o DRS, mas fez uma boa corrida, condizente com o carro que possui em mãos.

 

Em 4º terminou Carlos Sainz Jr., insatisfeito por não ter conseguido ultrapassar Stroll após o último safety car, mas que na verdade não teve muitos motivos para reclamar, teve um forte ritmo de corrida e levou seu equipamento à melhor posição que poderia almejar pelas condições da corrida. Seu companheiro Lando Norris (10º) lutou contra a falta de ritmo melhor de corrida apresentado pelo carro, e pela condição geral o solitário ponto conquistado foi um grande feito.

 

Em 6º chegou Alexander Albon, lutando bravamente contra a falta de velocidade nas retas e a dificuldade em fazer ultrapassagens. Não chegou a ser um mau resultado. Seu companheiro Max Verstappen (19º) teve uma corrida muito curta, já que acabou na mureta de proteção da área de escape da 4ª curva do circuito, ao tentar desviar do enrosco entre Pérez e Leclerc. Estava irritado com Leclerc, com todos os motivos.

 

Em 7º terminou Daniil Kvyat, que mesmo ligeiramente chateado por acreditar que tinha chances de um resultado final melhor reconheceu que o final de semana foi muito bom para ele e – palavras dele – estava contente com a própria performance. Seu companheiro Pierre Gasly (11º) reclamou tanto do acerto escolhido para o próprio carro como do azar que teve com o momento de acionamento do safety car virtual. Não foi um final de semana exatamente memorável para ele...

 

Em 8º e 9º chegaram os pilotos da Mercedes, pela ordem Valtteri Bottas e George Russell (este substituindo Hamilton, que foi positivado para COVID-19), após a equipe viver um dia de Ferrari e propiciar uma verdadeira comédia pastelão por ocasião do segundo safety car, colocando os pneus reservados para Bottas no carro do Russell e portanto fazendo Bottas voltar para a pista com os mesmos pneus usados que já estava, além de fazer Russell parar na volta seguinte para colocar os pneus a ele destinados. A equipe ainda conseguiu convencer os comissários a não aplicarem o regulamento e desclassificarem Russell, convertendo a punição em uma multa. Acho que o encosto que acompanha o Binotto deve ter se enganado de box... se bem que, pensando bem, a Ferrari também fez lambança com a parada do Vettel – e tinham apenas um carro com o qual se preocupar. Não, não foi o encosto que acompanha o Binotto... enfim, conseguiram com uma parada nos boxes desnecessária (os carros conseguiriam se manter em 1º e 2º mesmo com os pneus usados perante os novos dos outros participantes) jogar no lixo a primeira vitória do Russell e um segundo lugar que teria garantido o segundo lugar no campeonato para o Bottas. Parabéns aos envolvidos...

 

Agora é ver o que uma das piores pistas projetadas por Hermann Tilke, o Maldito, nos reservará no próximo final de semana... dá até medo de pensar.

 

Na última quinta-feira o Marc Márquez se submeteu a mais uma cirurgia (a terceira), dessa vez para implantar um pedaço de osso extraído da pélvis no úmero do braço direito, que foi danificado não apenas na queda sofrida na primeira corrida da temporada mas também na tentativa atabalhoada de voltar a correr apenas 5 dias após a primeira cirurgia, feita para instalar no osso fraturado uma placa de titânio presa por parafusos a fim de acelerar o processo de solidificação óssea. Essa tentativa agravou de maneira significativa a lesão, e acabou gerando a necessidade de uma segunda cirurgia para trocar a placa de titânio – com novos furos para fixação de parafusos, já que não dava para reaproveitar os anteriores. Com tantos furos feitos, o osso ficou fragilizado e após meses foi constatado que o úmero ainda não tinha se unido novamente, o que levou à necessidade dessa terceira cirurgia, feita não apenas para inserir uma nova placa como para reforçar o úmero com medula óssea retirada da crista ilíaca, rica em fatores de crescimento do sangue, para auxiliar na cicatrização do osso fraturado. Mas como esse aqui não é um ano muito propício ao Marc, este sábado a Honda anunciou que ele ficará mais tempo no hospital que o planejado pois as culturas do material ósseo do úmero obtidas durante a cirurgia indicaram a existência de uma infecção prévia na fratura, o que retardou a alta do piloto para que seja feito um tratamento com antibiótico específico. Isso complicou razoavelmente o quadro para o espanhol, já que apesar do implante ósseo não ser exatamente um procedimento dos mas difíceis, a infecção pode levar o corpo a rejeitar o pedaço de osso retirado da pélvis... e aí as opções do Márquez ficam mais restritas no que diz respeito à recuperação. Resta torcer pelo melhor...

 

No mundo da televisão, chegou a novidade de que a Bandeirantes (que será a emissora aberta oficial da Stock Car e da Copa Truck de 2021 a 2025) já começará o seu trabalho esse ano, transmitindo a última corrida de 2020 que acontecerá próximo final de semana em Interlagos. Consta que pode ter a narração de Luc Monteiro e comentários de Reginaldo Leme (informação carece de confirmação, chegou durante a confecção desta coluna), dupla de profissionais que definitivamente estão entre os mais competentes do país. Em sendo mesmo essa dupla, votos de sucesso!

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini