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Chances irreais PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 02 December 2020 20:49

Caros Amigos, todos os seres humanos em seu caminho para formação de caráter, crescimento pessoal e profissional, uma relação de trabalho, investimento e expectativas.

 

Meu pai sempre dizia que nós precisávamos estar prontos para os desafios que surgiriam em nosso caminho, mesmo sem saber que desafios seriam estes, como seriamos confrontados e como teríamos que decidir o que e o que não fazer ou falar.

 

Expectativas costumam ter dois lados: um, desafiador o outro, angustiante. Expectativas podem nos conduzir a caminhos de crescimento e também de sofrimento, especialmente quando vivemos situações que nos levam a uma condição irreal, aquela que cruza os nossos caminhos, mas que são momentâneas, que podem não nos levar a lugar algum.

 

De uma certa maneira, isso pode estar passando pelas mentes de George Russell e de Pietro Fittipaldi devido a sequência de fatos que aconteceu nos últimos dias. No caso do piloto inglês, titular da equipe Williams, mas piloto da academia da Mercedes Benz, o anúncio no início da semana de que Lewis Hamilton havia testado positivo para o covid19 abriu as portas para que ele tivesse a oportunidade de assumir o volante do melhor carro da categoria.

 

A Mercedes tem um “piloto reserva”, que é o belga Stoffel Vandoorne, que foi campeão da F2 e é piloto da equipe alemã na F-E. Inclusive, ele está nos testes pré-temporada da categoria esta semana. A escolha da Mercedes faz muito sentido, uma vez que Russell é uma aposta lógica em termos de futuro para a equipe alemã e está “com ritmo de corrida”, uma vez que está na disputa do campeonato há dois anos e em 2020, conseguiu colocar o carro da Williams no Q2 algumas vezes.

 

Esperar que ele sente no carro e supere Valtteri Bottas é algo que podemos considerar pouco provável, mas não totalmente impossível. Podemos lembrar da estreia de Mika Hakkinen na McLaren em 1993, depois de alguns anos em uma decadente Lotus, quando assumiu o lugar de Michael Andretti, e largou na frente do primeiro piloto da equipe, ninguém menos que Ayrton Senna. Mas se há uma coisa que Russell sabe é que ele terá todos os olhos da montadora sobre ele e seu desempenho, que pode ser – ou não – a abertura de portas futuras.

 

A outra mudança no grid vai se dar devido ao terrível acidente do qual Romain Grosjean escapou com vida milagrosamente. Depois de muita especulação e, por fonte segura que temos na Alemanha, a posição da Ferrari e do piloto em conquistar o título da F2 neste final de semana, Mick Schumacher não foi colocado no cockpit da Haas, que está sendo entregue ao “piloto reserva” da equipe há três anos, Pietro Fittipaldi.

 

No caso do brasileiro, esta condição tem diversos envolvimentos e grandes riscos para seu futuro como candidato a uma colocação no grid da categoria em um futuro possível, seja na Haas ou em outra equipe. Analisando à letra fria dos fatos, os riscos que Pietro estará correndo são enormes neste próximo final de semana e um desempenho consistente (em um carro que não proporcionou isso aos seus pilotos titulares, onde apenas 3 pontos foram conquistados em 15 corridas).

 

Contra tudo que tenho lido, a única vantagem que o neto de Emerson Fittipaldi terá neste final de semana será o inédito traçado do chamado GP de Sarkir, com as três retas do circuito e um misto rápido entre elas, compondo o traçado externo. A F1 nunca correu neste traçado e os acertos serão todos novos, onde, no máximo, o que foi feito foram treinos em simuladores.

 

Os fatores corroborantes contra Pietro é uma lista interminável. Começa pelo fraco desempenho do motor Ferrari em 2020, um preço que os italianos estão pagando pelo “acordo” nada transparente com a FIA no final de 2019 sobre irregularidades nas suas unidades motrizes e vão além, passando pelo fato de que em 2020 ele não andou com o carro um mísero metro sequer na pista, ficando limitado aos simuladores na fábrica, e que em fato informado por Kevin Magnussen, a Haas não tem o traçado externo do Bahrain em seu simulador. Ou seja, tanto ele quanto Pietro estarão encarando este circuito sem experiência sequer de simulador.

 

Pietro entra em uma prova de fogo neste final de semana onde um mau desempenho pode comprometer qualquer possibilidade dele num futuro na categoria, que ficou mais difícil esta semana, com o anúncio de que a família Mazepin comprou parte do time e que Nikita, piloto que ocupa a 3ª posição no campeonato da F2 estará em um dos cockpits. O outro também já está definido em favor de Mick Schumacher, piloto da Academia da Ferrari. Ou seja: caso se saia bem, Pietro pode continuar “piloto reserva” da equipe. Caso não consiga isso, até isso pode perder. Além disso, o campeonato da F2 termina neste final de semana e caso Romain Grosjean não possa estar de volta em Abu Dhabi, independente da performance neste final de semana, Pietro corre o risco de não estar no grid em Yas Marina, sendo substituído por um dos dois pilotos titulares da próxima temporada.

 

Só nos resta torcer para que Pietro faça um bom final de semana e, mesmo com “chances irreais”, consiga mostrar ter condições de ser um dos pilotos titulares  em alguma equipe um dia.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva