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Um final de semana marcante em termos de esporte a motor PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 12 October 2020 15:40

Olá leitores!

 

Este foi um final de semana marcante em termos de esporte a motor, e temos que agradecer uma parte razoável disso às condições climáticas, que tiraram o mundo da sua chatice extrema e deram um tempero diferente se não às corridas, pelo menos ao planejamento global dos eventos. Do Hamilton igualando o recorde de vitórias do Michael Schumacher (e recebendo um capacete do Schummy entregue pelo Mick Schumacher) à NASCAR disputando uma prova da categoria principal com o piso úmido, foi um final de semana de momentos marcantes.

 

E mesmo o “GP-Strecke” (a pista usada na Fórmula 1) de Nürburgring sendo muito chato, não faltaram ingredientes para melhorar o final de semana. Começando com a ausência de condições de treino na sexta-feira, por conta de uma forte neblina que impediu a decolagem do helicóptero de resgate, e como não existe UTI com capacidade de atendimento para as necessidades da categoria a no máximo 20 minutos da pista, não teve treino. “Ah, mas Alexandre, como a cidade tem uma pista mundialmente reconhecida e não tem essa capacidade hospitalar?”, alguém pode perguntar... ora, a cidade de Nürburg tem cerca de 170 habitantes (sim, é isso mesmo, não são 170 mil nem 1700, são 170 habitantes), não tem condições econômicas de manter uma estrutura hospitalar dessas. Sabendo das condições climáticas nessa época do ano, concordo que poderiam ter providenciado uma espécie de “hospital de campanha” para as proximidades da pista, mas... enfim. Serviu como prévia da corrida em Imola, que também não terá atividade de pista na sexta-feira.

 

Vitória nº 91 para Lewis Hamilton, que não teve grandes dificuldades para a alcançar. Muito bonito o gesto da família Schumacher ao final da prova, com Mick Schumacher indo entregar um capacete do Michael para o Hamilton como reconhecimento ao piloto que igualou o recorde do pai. Atitude civilizada, declarações após a corrida civilizadas, ao contrário de alguns membros da imprensa automobilística tapuia que, em sua ânsia de “lacrar” a qualquer custo, mencionaram até “o Hamilton vencendo na Alemanha de Hitler” (sic) para justificar sua torcida sem limites para um piloto que se comporta como presidente de centro acadêmico de faculdade de Filosofia fora das pistas... enfim, dentro da pista Hamilton aproveitou seu talento, seu carro superior e a ausência de rivais que consigam competir com ele para atingir mais essa marca na carreira, que deve chegar pelo menos até umas 110 vitórias. Seu vassalo Sancho Pança, digo, Valtteri Bottas (19º), abandonou com problemas na unidade de potência.

 

Em 2º chegou Max Verstappen, que fez uma ótima corrida, em boa parte do tempo solitária, mas não deixando a Mercedes escapar muito lá na frente e mantendo grande vantagem sobre os pilotos que vinham atrás dele. Ainda conseguiu fazer a volta mais rápida da corrida. Seu companheiro Alexander Albon (17º) abandonou com superaquecimento causado por um radiador furado.

 

Em 3º terminou Daniel Ricciardo, que ao conquistar o primeiro pódio da Renault no seu retorno à F-1 venceu a aposta que fez com o Abiteboul... estou curioso para saber qual será o desenho da tatuagem que o Daniel vai fazer para o Ciryl... dou risadas só de imaginar. Seu companheiro Esteban Ocon (18º) sofreu uma pane hidráulica quando vinha fazendo uma corrida bastante decente, uma pena para ele.

 

Em 4º chegou Sérgio Pérez, em mais um bom desempenho para a Force Daddy, ops, Racing Point, um tanto quanto frustrado por achar que, sem o safety car, ele poderia ter alcançado o pódio. Sim, poderia, a previsão era que chegasse no Ricciardo na última volta, mas aí ainda teria que ultrapassar o Ricciardo, o que não é muito fácil... enfim, fica para a próxima vez. Seu companheiro Nico Hülkemberg (8º) fez uma mega corrida, tendo sido chamado às pressas para substituir Lance Stroll que não se sentia bem, chegou na pista e já foi direto pra classificação, e largou em último para terminar nos pontos. Merecidamente eleito como o piloto do dia, foi grandioso.

 

Em 5º terminou Carlos Sainz Jr., arrancando o que era possível de desempenho de um McLaren que não tinha o mesmo rendimento dos carros que chegaram à frente dele. Seu companheiro Lando Norris (16º) abandonou após lutar com diversos pequenos problemas no carro boa parte da prova, problemas que foram se agravando até causar o abandono (e gerar a entrada do safety-car).

 

Em 6º chegou Pierre Gasly, feliz com a evolução do carro do treino de sábado para a corrida, e efetivamente conseguiu um belo resultado para seu Alpha Tauri. Seu companheiro Daniil Kvyat (15º) teve o carro danificado logo após a largada em um toque com o carro do Albon, e daí para frente foi lidar com os danos recebidos pelo carro.

 

Em 7º terminou Charles Leclerc, mais uma vez arrancando do Vergonhão Vermelho um desempenho que o carro não tem. Sinal claro disso foi a colocação do seu companheiro de equipe, Sebastian Vettel, que terminou em 11º, posição mais condizente com a impotência do motor Ferrari.

 

Em 9º chegou Romain Grosjean, marcando preciosos 2 pontos para a Haas, equipe que só não é a pior do grid por conta da existência da Williams... seu companheiro Kevin Magnussen não passou do 13º lugar.

 

Fechando a zona de pontuação chegou Antonio Giovinazzi, lamentando que, sem o safety car, talvez pudesse ter chegado em 8º lugar... não impossível, mas acho meio difícil que se concretizasse. Seu companheiro, o novo recordista oficial de largadas disputadas (323) Kimi Räikkönen, não esteve contente com o carro e não conseguiu passar do 12º lugar.

 

Agora é ver o que a bela pista de Portimão nos reserva...

 

A MotoGP foi até Le Mans para mais uma etapa no Circuit Bugatti, talvez uma das pistas do calendário mais especificamente adaptadas ao motociclismo que existe: suas curvas propiciam um belo espetáculo em corridas de motos, mas não tem como aquilo funcionar com os carros de corrida atuais, que dependem mais da aderência aerodinâmica do que da aderência mecânica. Para motos, repito, uma pista excelente. E a chuva que atingiu a pista pouco antes da largada acelerou alguns processos... por exemplo, Valentino Rossi percebeu claramente o problema de se classificar mal: enroscado no meio do pelotão, foi o primeiro a ir ao chão, logo na 3ª curva do circuito.

 

O WTCR realizou sua primeira rodada tripla do ano no Slovakia Ring, uma interessante pista que apresenta um aproveitamento de espaço semelhante ao de Goiânia, Brasília ou Pinhais... só que com muito mais alternativas de traçado, claro. Não fosse a última curva do circuito, o anel externo lembraria bastante Pocono em menor escala. Como é hábito na categoria, disputas intensas do começo ao final da prova, com a curiosidade que cada uma das 3 corridas registrou a primeira vitória de cada piloto no WTCR. A primeira corrida teve a vitória de Nathanaël Berthon (Audi), acompanhado no pódio pelo interminável Gabriele Tarquini (Hyundai) em 2º e por Jean-Karl Vernay (Alfa Romeo) em 3º. Corrida interessante, começou com piso molhado por conta da chuva que caiu antes, e depois a pista foi secando, com os pilotos escolhendo uma combinação de pneus interessante: Slicks na frente e pneus de chuva na traseira... a segunda corrida teve a vitória do Tom Coronel (sim, mega veterano, com vitórias no WTCC... mas primeira no WTCR), que logo na primeira volta pulou de 7º para 2º lugar com seu Audi e depois aproveitou uma (rara) brecha deixada por Esteban Guerrieri (Honda) na 8ª volta e assumiu a ponta para lá ficar até a bandeirada. Foi acompanhado no pódio pelo seu companheiro de equipe Gilles Magnus (Audi) em 2º e por Esteban Guerrieri em 3º. A terceira e última corrida da etapa eslovaca teve a vitória de Nicky Catsburg (Hyundai), acompanhado no pódio por Jean-Karl Vernay em 2º e por Nathanaël Berthon em 3º. Claro que como na 3ª corrida você não tem que “poupar o carro para a corrida seguinte” todos foram com a faca entre os dentes para a prova, e tivemos quantidades razoáveis daquilo que os fãs de WTCR gostam, troca de tinta entre os carros.

 

O WRC foi até a Sardenha para mais uma etapa (cuja cobertura completa vocês podem conferir na coluna dos nossos especialistas em rally) com muito cascalho para desgastar rapidamente os pneus. Nessas condições difíceis para carros, pilotos e navegadores quem levou a melhor foi Dani Sordo (Hyundai), que ao final das 16 especiais conseguiu a magra vantagem de 5 segundos sobre seu companheiro de equipe Thierry Neuville, que terminou em 2º lugar, e de 6 segundos sobre Sébastien Ogier (Toyota). O líder do campeonato, Elfyn Evans (Toyota), chegou em 4º lugar, conseguindo levar uma vantagem de 14 pontos no campeonato sobre Ogier e 24 para Neuville para as duas últimas etapas, a serem disputadas na Bélgica (região de Yprés) e Itália (sim, 2 etapas italianas, e a última será o Rally de Monza – espero que ao menos uma das etapas utilize a velha pista inclinada). Apesar da confusão causada pelo vírus chinês, a temporada está emocionante.

 

E a NASCAR teve enfim uma etapa com piso molhado! OK, não foi aquela pista deliciosamente encharcada da Xfinity no sábado, mas os carros tiveram que largar com pneus de chuva na etapa disputada no Roval de Charlotte, e a alternância entre os trechos completamente secos do oval com os filetes de água que insistiam em permanecer no miolo do circuito por uma quantidade razoável de voltas certamente deram um tempero especial à corrida. A vitória ficou, previsivelmente, com o piloto que melhor se adapta a curvas para os dois lados: 4ª vitória consecutiva de Chase Elliott (Chevrolet) em circuitos mistos, a 2 de igualar o recorde de Jeff Gordon (6 vitórias em seguida em mistos). Primeiro segmento ficou com Ty Dillon (Chevrolet), ao passo que o segundo teve a vitória de Ryan Blaney (Ford). Em 2º lugar chegou Joey Logano (Ford), em 3º Erik Jones (Toyota), em 4º Kurt Busch (Chevrolet) e fechando o Top-5 veio Ryan Blaney. Como era uma etapa eliminatória, os pilotos que caíram fora da disputa pelo título foram Kyle Busch, Clint Bowyer, Aric Almirola e Austin Dillon. Almirola, Bowyer e Dillon estavam “no lucro”, mas essa eliminação serviu para coroar o ano horroroso que está vivendo Buschinho, que nunca efetivamente mostrou nesta temporada ter condições de defender o título conquistado ano passado. Agora para ele é pensar em 2021...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini