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O direito dos direitos deve ser algo direito PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 30 September 2020 21:30

Caros Amigos, uma coisa que eu, definitivamente, não gosto de ser é repetitivo. Entretanto, as coisas neste país quase nos obrigam a ter este tipo de postura e atitude, visto o meu meio de trabalho, o mercado mobiliário, onde os avisos sobre a evasão de capital estrangeiro tem “desidratado” a capacidade de investimento privado no Brasil.

 

Alguns discursos parecem ser aquela popularesca atitude “chover no molhado”, ou discurso repetitivo sobre algo que é o óbvio ululante. Mas caso o meu estimado leitor acredite ser este tipo de postura algo exclusivo no micro universo nacional, saibam que temos este tipo de situação acontecem em outras partes do mundo, inclusive no mundo dos negócios.

 

No mundo dos investimentos costumamos analisar os investidores por perfis, que variam em graus entre os conservadores e os arrojados. Dependendo do perfil de cada investidor, oferecemos opções de investimento que se adéquam àquele perfil de investidor, mas sempre damos uma alternativa caso este investidor queira fazer um movimento diferenciado que vem fazendo de forma contumaz.

 

Há exatas cinco semanas, praticamente um mês atrás, escrevi nesta coluna, nosso espaço de reflexão de todas as quintas-feiras, escrevi sobre o ocorrido entre a DORNA e este grupo de investimento, empresa ou a denominação que nossos estimados leitores preferirem utilizar, Rio Motorpark, do Sr. JR Pereira, que alimenta os noticiários com a ideia (entre outras) de construir um autódromo padrão FIA 1 e FIM A, para receber a MotoGP e a Fórmula 1 pelo valor de pouco mais de 700 milhões de reais.

 

A empresa do Sr. JR Pereira adquiriu junto a promotora das categorias do mundial de motovelocidade os direitos de transmissão para o Brasil depois que o canal de TV por assinatura, então detentor dos mesmos até 2019, informou que não renovaria o contrato para transmissão dos eventos no Brasil. De posse dos direitos, negociou com outro canal de TV por assinatura a transmissão das corridas – e também dos treinos – das categorias da DORNA. Passados seis meses, veio ao noticiário a informação de que a Rio Motorpark não estava pagando as cotas do contrato e a transmissão do evento para o Brasil ficou ameaçada, tendo a proprietária dos canais negociado diretamente com a promotora do evento para garantir a continuidade da manutenção do mundial de motovelocidade em sua grade de programação.

 

Eis que, apesar deste fato, certamente de conhecimento no meio corporativo dos esportes automotores, foi noticiado – no Brasil e no exterior – que a Rio Motorpark (para informação correta, eles usavam o nome Rio Motorsports e mudaram para Rio Motorpark) tinha acertado a venda dos direitos de transmissão para o Brasil por um prazo de cinco anos com Grupo Liberty Media, com início em 2021.

 

Dois pontos estavam em discussão com a ainda proprietária dos direitos de transmissão: o primeiro estava na questão dos valores. Com a disparada da cotação do dólar no país, o valor do contrato, mesmo nas bases atuais, teve um aumento de 38% e absorver isso sem repasse com o aumento dos valores de cotas de patrocínio seria impossível e com a economia do país em estado letárgico, também inviável para os patrocinadores. A negociação de valores não teve progresso e as conversas foram encerradas. A segunda estava na exposição do produto, com os treinos sendo transmitidos em um dos canais por assinatura do grupo e a corrida sendo transmitida na TV aberta, mas com esta tendo cortada a abertura da transmissão e no final, o pódio com as entrevistas dos pilotos não estava agradando ao Grupo Liberty Media, evidentemente por não ver o seu produto bem divulgado.

 

Certamente o rendimento obtido pela atual detentora dos direitos de transmissão (cerca de 600 milhões de reais por ano) deve ter levado o Sr. JR Pereira a fazer uma conta simples: 600 vezes 5 são 3 bilhões de reais em cinco anos e isso podendo ser negociado com TVs abertas, por assinatura, canais de streaming... mas se o negócio é tão bom e o retorno tão grande, porque a detentora dos direitos de transmissão abriu mão destes? Certamente existem detalhes que não temos conhecimento. O único conhecimento que temos é que o Sr. JR Pereira não honrou seu compromisso com a DORNA e custa-me a acreditar que os dirigentes do Grupo Liberty Media não tenham conhecimento disso.

 

Espero que todos estes questionamentos não se tornem em uma grande frustração para os fãs da Fórmula 1 no Brasil e que tenhamos transmissão dos treinos, corridas e até mesmo as categorias que fazem parte do final de semana, com a F2 e F3, com brasileiros correndo e que não vem sendo exibidas, mas não há como deixar de desconfiar deste futuro próximo.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva

 

 


Last Updated ( Thursday, 01 October 2020 11:14 )