Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Janelas que se abrem PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 25 August 2020 17:44

Escrevo isto um dia depois de assistir à final da Liga dos Campeões de futebol. Claro, não vi quase nada porque calhou no mesmo dia de umas 500 Milhas de Indianápolis disputada perante bancadas vazias, triste exemplo de uma pandemia em que vivemos. E a mesma coisa reparei no maior jogo de futebol clubistico da Europa, que se disputou em Lisboa.

 

Mas na realidade, isso não era para acontecer. Originalmente, iria ser noutro lugar. A pandemia obrigou a se mudar para outro lugar, e a UEFA escolheu Lisboa porque era um lugar periférico e porque a pandemia tinha sido controlada. Tinham garantido lugares vazios e um controle sanitário impecável, e foi o que aconteceu. Mesmo os casos entre jogadores foram raros e aconteceram antes de eles rumarem à capital portuguesa, logo ficaram nos seus lugares de origem e em isolamento.

 

Isso é um exemplo de muitos eventos desportivos que aconteceram ou vão acontecer este ano. Por causa da pandemia, Portugal irá receber a Formula 1, e a MotoGP. Esta última será a prova de encerramento do campeonato, a 22 de novembro, quatro semanas depois da visita da Formula 1 ao país, e provavelmente com duas coisas: público nas bancadas e um dos seus candidato ao título. É que Miguel Oliveira, piloto da KTM, venceu a sua primeira corrida na classe raínha no passado dia 23 de agosto no Red Bull Ring, palco do GP da Styria. E com Marc Marquez fora de combate, o título está aberto e poderá vencer o mais regular. E o piloto de 25 anos tornou-se a partir de agora num sério candidato.

 

 

 

Mas não é só isso. Como sabem, a Formula 1 regressará a 25 de outubro, no Autódromo de Portimão, e prometem que será aberto ao público, com cerca de 50 mil bilhetes vendidos, para assegurar um distanciamento social seguro. Mas o preço a pagar foi irrisório, apenas a nova camada de asfalto que custará cerca de um milhão de euros e demorará dez dias para ser colocado, pronto para receber as duas e quatro rodas.

 

 

 

E a prova da MotoGP acontece porque desde há algum tempo que a Dorna e a FIM, Federação Internacional de Motociclismo, tinham combinado que Portimão iria ser uma substituta caso alguma prova caisse no calendário. E a FIM é neste momento liderada por um português, Jorge Viegas de seu nome.

 

 

 

Grande ironia: a única prova marcada inicialmente no calendário para terras portuguesas, o Rali de Portugal, que estava previsto para o final de maio, foi a única cancelada. Todas as outras provas são substitutas. O resto do mundo conhecerá um circuito que não estava prevista a sua passagem nos calendários iniciais.

 

No dia seguinjte à vitória, andava a ver as capas dos jornais desportivos por aqui, e todos eram unânimes na vitória do piloto de Almada. Aos poucos, por aqui, estavam a reparar que o automobilismo e motociclismo português poderá fazer escrever no futuro alguns dos melhores momentos da história da nação. Já escreveu semanas antes, com António Félix da Costa na Formula E, quando venceu o campeonato, algo inédito na história do automobilismo português.

 

 

 

Mas se agora é assim, como será se, vamos supor, dentro de três meses, termos um candidato da mesma nacionalidade para algo que outro conseguiram, desde Geoff Duke até Marc Marquez, passando por John Surtees, Mike Hailwood, Giacomo Agostini, Barry Sheene, Wayne Rainey e Valentino Rossi, entre outros?

 

 

 

E tudo por causa de uma pandemia. Com ela, tornamo-nos num centro do mundo, com quase todos os nossos sonhos a concretizar-se. Estranhos, estes tempos.    

 

Saudações D’além Mar,

 

Paulo Alexandre Teixeira