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Duas rodas na Europa, quatro nas Américas e muita emoção na pista PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 24 August 2020 09:40

Olá leitores!

 

Um grande final de semana para o fã de esporte a motor, com muita ação, emoção e mesmo sustos; aliás, acho que descontando as corridas de Dover na NASCAR não tivemos corridas chatas.

 

Começando com a MotoGP, que fez sua segunda etapa seguida no Red Bull Ring, pista que se por acaso fosse no Brasil seria alvo de enorme repercussão negativa por conta dos acidentes nas duas corridas, MAS como se trata de pista localizada na Europa e de propriedade de um dos grandes patrocinadores do esporte... o pessoal passa o pano que nem se passa pano em Terra brasilis para o político favorito de cada um. Enfim, fizeram um “puxadinho” no guard-rail na parte interna da Remus para dificultar que uma moto descontrolada atravessasse o caminho de quem estivesse na saída da curva e amenizaram o problema. Esse final de semana quem levou (e deu nos espectadores) um grande susto foi Maverick Viñalez, que já vinha acusando problemas na moto, e foi perdendo posições até que simplesmente perdeu o freio no final da reta dos boxes, habilmente saltou da moto a cerca de 215 km/h deixando ela ir se chocar contra a barreira de proteção e se incendiando em seguida. Claro que foi deflagrada a bandeira vermelha, os pilotos foram para os boxes, quem tinha pneu novo para colocar o fez... e isso definiu o destino da corrida. Joan Mir vinha fazendo uma bela corrida com sua Suzuki, e demonstrava ter chances de se manter na frente até o final... mas ele não pôde colocar pneu dianteiro novo como as Ducati e KTM colocaram, e nisso o pódio fugiu das mãos dele. Na relargada para as 12 voltas finais, Mir largou bem, mas não demorou para perder a posição para Miller, tivemos uma acirrada disputa pela liderança nas últimas voltas entre Pol Espargaró (KTM oficial), Jack Miller (Ducati Pramac) e Miguel Oliveira (KTM Tech 3). A 2 voltas do final, parecia que a vitória não ficaria com ninguém que não fosse Miller ou Espargaró, até que chegou a última curva e... esses dois pilotos acabaram se tocando, abriram muito a trajetória, e o português Miguel Oliveira passou ambos, conquistando a primeira vitória de um piloto lusitano na categoria máxima do motociclismo.

 

Sábado a IMSA foi até o Virginia International Raceway, uma pista de corrida no melhor molde das tradicionais pistas inglesas, para uma corrida sem os carros protótipos, apenas os GTs participaram. E a prova não foi boa, foi MUITO boa, com acirradas disputas de posição envolvendo carros de diversas marcas. Pena que o grid da GTLM estava meio pequeno, mas a GTD estava com um bom número de carros preenchendo a pista. Na GTLM vitória do novo Corvette C8.R, pilotado por António Garcia/Jordan Taylor, seguido pelo BMW M8 de Connor de Phillippi/Bruno Spengler em 2º lugar e o Porsche 911 de Nick Tandy/Fred Maokwiecki em 3º. O pódio da GTD – decidido nos instantes finais da corrida, muito bom o final da prova – teve a vitória de Bill Auberlen/Robby Foley com BMW M6, seguido pelo Acura NSX de Mario Farnbacher/Matt McMurry em 2º e pelo Lamborghini Huracán de Bryan Sellers/Madison Snow.

 

E a Stock Car fez rodada dupla em Interlagos esse final de semana, duas provas em condições de tempo diferentes entre si (tempo bem úmido no sábado e sol aberto no domingo) e com dinâmicas diferentes entre si. Sábado por conta da pista molhada no começo da corrida (motivo pelo qual tive que ouvir do repórter do SporTV que “não tinha água acumulada na reta dos boxes”... fiquei pensando quanta água teria que ter no resto da pista pra acumular água na reta do boxes, mas deixa pra lá) a largada foi com safety car, e talvez pelo tempo bem frio em São Paulo os pilotos não pensaram em poupar nada do equipamento, se entregando às disputas com muita decisão. César Ramos conseguiu fazer valer a sua pole position e assumiu a liderança, que manteve até pouco após a janela de paradas nos boxes ser aberta. Justiça seja feita, bela disputa entre ele e Nelsinho Piquet. Vendeu bem caro a posição. Na parada para a troca dos pneus de chuva pelos de pista seca (já não tinha água suficiente na pista para justificar continuar com os pneus de piso molhado) ele entrou bem perto de Nelsinho, mas perdeu mais tempo na parada e saiu da disputa pela liderança. Dessa forma Nelsinho Piquet conseguiu sua primeira vitória na categoria, seguido por César Ramos em 2º e por Ricardo Zonta em 3º. No domingo aconteceu a Corrida do Milhão, dessa vez com o prêmio em dinheiro sendo entregue a entidade assistencial de pessoas carentes, e Ricardo Zonta conquistou sua segunda vitória nessa prova (a primeira foi há sete anos), seguido por César Ramos em 2º lugar e por Denis Navarro em 3º. Aliás, que belíssima corrida do Navarro, não venceu, mas definitivamente convenceu. A prova com tempo totalmente seco empolgou menos que a do sábado, mas não dá pra dizer que foi chata. Boa quantidade de disputas nos pelotões intermediários, me agradou.

 

Alguns meses após a data original, e sem público nas arquibancadas, foi realizada nesse domingo a tradicional 500 Milhas de Indianapolis, encerrada sob bandeira amarela devido ao assustador acidente de Spencer Pigot a 5 voltas da bandeirada. Esse renasceu: 20 anos atrás, ele entraria para a lista de pilotos que morreram na disputa na prova. Felizmente a resistência do chassis atual e a volumosa barreira de pneus na entrada dos boxes evitou que o pior acontecesse. Ele foi retirado consciente do carro, evidentemente muito desorientado pela violência da batida, e levado para o hospital para maiores avaliações. A vitória ficou com Takuma Sato, que protagonizou um belo duelo contra Scott Dixon que misturou momentos de partida de xadrez com pôquer. Pelo menos desde a bandeira amarela causada por Alexander Rossi na volta 145 os dois disputaram a liderança, e devo dizer que o anel de vencedor da corrida ficou em boas mãos, Sato fez por merecer. Maiores detalhes na quarta feira, na coluna do Leandro Fausto...

 

Também tivemos rodada dupla da NASCAR, dessa vez na segunda pista que menos gosto na categoria, Dover, a “Milha Monstro”... ao menos antes da pandemia as duas etapas nessa pista vinham espaçadas entre si, não era essa overdose de pista chata e previsível. E os resultados na pista previsível também foram previsíveis: na etapa de sábado a 6ª vitória da temporada para Denny Hamlin (com direito a vencer também os dois primeiros segmentos) e no domingo a 7ª vitória da temporada para Kevin Harvick. Sábado Hamlin foi seguido por Truex Jr. em 2º, Kyle Busch em 3º, Harvick em 4º e Chase Elliott fechando o Top-5. Domingo Harvick foi seguido por Truex Jr. em 2º, Jimmie Johnson em 3º (até que enfim um bom resultado...), William Byron em 4º e Alex Bowman fechando o Top-5. A exemplo do Hamlin no sábado, Harvick também venceu os 2 primeiros segmentos. Ainda bem que a próxima corrida é em Daytona, lugar que pode ser tudo menos previsível...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini