Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Emoção e velocidade com duas, quatro e seis rodas PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 17 August 2020 08:41

Olá leitores!

 

Mais um final de semana com as mais diversas opções de entretenimento para o fã do esporte a motor, com dois, 4 ou 6 pneus, leves ou pesados, opções não faltaram para nosso deleite.

 

Um dos maiores malefícios da pandemia de COVID-19 para a Fórmula 1 definitivamente foi o retorno de Montmeló ao calendário. Sim, era para essa pista chata, absolutamente previsível, ter ficado de fora do calendário desse ano para ceder espaço a Zandvoort... infelizmente os holandeses não conseguiram viabilizar economicamente a corrida sem público e essa pista que produziu boas corridas pela última vez nos anos 1990 acabou voltando para uma prova excelente para dormir em frente à TV. Só não foi mais sonolento para os espectadores brasileiros pois a narração da corrida fez tudo o que estava ao alcance para que o espectador soltasse palavrões... sim, eu entendo a dificuldade de narrar estando longe da pista, com menos informações, mas... esse domingo foi difícil. A narração televisiva brasileira ainda sofre muita influência do rádio, e no rádio – pela ausência de imagens – é necessário falar muito mais para suprir ao ouvinte essa falta de utilização de um dos sentidos. Na TV a enorme maioria não aprendeu ainda que não precisa falar feito uma metralhadora... e a diferença ainda foi maior pelo fato do SporTV ter colocado o ótimo Everaldo Marques para narrar os treinos na sexta e no sábado. Será que daria certo um abaixo assinado para fazer o Everaldo narrar todos os treinos e as corridas até o final dessa temporada? Se alguém fizer esse abaixo assinado para as Organizações Globo, eu assino! Nada como ter quem entende do assunto narrando...

 

Vitória mais do que previsível do Presidente do Diretório Acadêmico Lewis Hamilton, que não teve a menor dificuldade para se manter na liderança a corrida toda. Corrida foi tão fácil, mas tão fácil, que ele colocou uma volta sobre o 4º colocado... como já disse antes e repito, 2020 está uma versão “filme B” da temporada de 1988. Só que em 1988 ao menos a equipe dominante tinha 2 pilotos se estapeando na pista pelas vitórias, ao passo que na Mercedes o Hamilton pode ter um pouco de resistência nos treinos, mas na corrida o Sancho Pança, digo, Valtteri Bottas não oferece ameaça alguma. Nessa corrida inclusive ele largou mal (de novo...), foi ultrapassado por Verstappen e Stroll (sim, o elemento de MERCEDES foi ultrapassado pelo Filho do Dono com o Mercedes do ano passado...) e não conseguiu ir além do 3º lugar.

 

Em 2º terminou Max Verstappen, que largou muito bem, tentou pressionar Hamilton, mas desistiu depois que viu que não tinha ritmo para acompanhar o inglês. Seu companheiro Alexander Albon (8º) passou a corrida brigando com os pneus, que superaqueciam e perdiam aderência. Um dia difícil, do qual ele confessou ter saído da pista insatisfeito.

 

Em 4º e 5º chegaram os pilotos da Force Daddy, ops, Racing Point. Na pista foi Pérez na frente do Stroll, mas como o mexicano recebeu uma daquelas punições de 5 segundos no tempo final por desobedecer bandeira azul que só no final do sistema digestivo de Suas Altezas Imperiais, os comissários de pista, existem o resultado final oficial foi Lance Stroll em 4º e Sérgio Pérez em 5º. Corridas consistentes e bastante boas para ambos, diga-se de passagem.

 

Em 6º terminou Carlos Sainz Jr., satisfeito por ter arrancado todo o desempenho possível de seu McLaren, e seu companheiro Lando Norris teve que se contentar com um 10º lugar, reclamando da dificuldade de ultrapassar no horrendo circuito catalão, mas ainda assim satisfeito por ter feito o que era possível dentro das circustâncias.

 

Em 7º chegou Sebastian Vettel, fazendo ele mesmo as mudanças de estratégia, já que o corpo técnico do Vergonhão Vermelho, ops, Ferrari, está cada corrida mais perdido. Como ressaltou após a corrida o alemão, foi o máximo que dava para fazer com o carro. Seu companheiro Charles Leclerc (20º) foi o primeiro e único piloto a abandonar a corrida, fruto de uma alegada pane no sistema elétrico do carro que fez o motor apagar e as rodas traseiras travarem na chicane antes da entrada dos boxes. Ele conseguiu fazer o carro ligar, mas aí já tinha desamarrado o cinto de segurança e retornou aos boxes para abandonar.

 

Em 9º terminou Pierre Gasly, que fez um bom primeiro stint, mas voltou no meio de um tráfego intenso no segundo, não conseguindo progredir muito a partir desse ponto. Participou bem de algumas disputas de posição. Seu companheiro Daniil Kvyat (12º) além de não se sentir com o carro “na mão” esse domingo ainda foi a outra vítima de Suas Altezas Imperiais e sua sanha por punições de 5 segundos por “desobediência de bandeira azul”...

 

Próxima corrida, felizmente, será numa pista que sempre rende boas corridas, Spa-Francorchamps. Se tiver uma narração decente (Grupo Globo, por favor, escalem o Everaldo Marques...) tem chances de ser a melhor prova da temporada.

 

Falando de outras categorias, no meio da semana acabou a temporada 2019/2020 da Fórmula E, com o campeonato já decidido no final de semana passado, mas com as posições seguintes ainda em disputa. Tudo indicava que o vice campeonato ficaria com Jean-Éric Vergne, principalmente após os dois pódios no final de semana passado, mas... a não pontuação na quarta feira e um modesto 6º lugar na quinta-feira permitiram que Stoffel Vandoorne, com um 9º lugar na 4ª e uma vitória na 5ª, ultrapassasse Vergne por um ponto na classificação de pilotos e ficasse com o vice campeonato. Belo trabalho do piloto da Mercedes, que mostrou que veio para – talvez em um futuro não muito distante – dominar a Fórmula E. Nessas duas corridas finais foi usado um traçado nunca antes utilizado em Tempelhof e... ficou muito boa a pista. Definitivamente o “traçado oficial” foi a pior das escolhas: esse alternativo da final é bem melhor, e o “oficial” no sentido contrário rendeu corridas bem melhores. Confesso que poderiam voltar a utilizar aquela proposta acho que da primeira ou da segunda corrida disputada em Tempelhof e fazer uma parte do circuito entrar dentro do hangar, mas aí já teria que fazer modificações maiores nas opções de traçado... e a chance de fazerem algo pior ainda que o traçado “oficial” é grande. O melhor brasileiro na temporada foi Lucas di Grassi, que encerrou a temporada em 6º lugar na classificação de pilotos. Nessa “Tempelhof Season” destaco a evolução de Sergio Sette Câmara, que do período de adaptação com o carro nas duas primeiras corridas passou para disputar posições com pilotos muito mais acostumados com o carro nas duas últimas, e se o carro não perdesse tanto desempenho na segunda metade da corrida poderia certamente marcar alguns bons pontos nas etapas finais. Já Felipe Massa pediu o boné e anunciou a saída da equipe Venturi. Não o culpo, a equipe é fraca e ele – em manifestando vontade de permanecer na categoria – merece um equipamento melhor. Agora é ver o que se pode fazer para a próxima temporada, já que parece que a opção de circuitos de rua ainda não deve ser muito viável em termos sanitários.

 

Sábado tivemos o retorno do WEC, com a disputa das 6 Horas de Spa debaixo daquelas condições instáveis de clima típicas das Ardenas, e acabou dando a lógica, dobradinha da Toyota, com o #7 de Mike Conway/Kamui Kobayashi/ José “Pechito” López na frente do #8 de Sébastien Buemi/Brendon Hartley/Kazuki Nakajima. Completando o pódio da geral, o Rebellion #1 de Gustavo Menezes/Norman Nato/Bruno Senna, carro que fez a pole position, mas perdeu terreno nos momentos de chuva. Tivemos participações brasileiras também na LMGTE-Am, com o Porsche #57 de Jeroen Bleekemolen/Felipe Fraga/Bem Keating chegando em 6º na categoria e o Aston Martin #98 de Augusto Farfus/Ross Gunn/Paul Dalla Lana terminando em 9º na categoria. O Alpine #36 LMP2 no qual estava André Negrão acabou abandonando a corrida.

 

E na Copa Truck, que fez uma maratona na belíssima pista de Goiânia para disputar a Copa 2 da categoria, ficou muito claro que em 2020 o homem a ser batido é Beto Monteiro (VW): após ter vencido a Copa 1 (disputada em Cascavel), ele varreu o sábado (venceu as duas corridas) e no domingo bastou um 2º lugar e um 8º para se sagrar campeão também da Copa 2. Mas vamos lá: sábado na corrida 1 Beto Monteiro foi escoltado por Wellington Cirino (Mercedes) em 2º (pouco mais de 5 segundos atrás no momento da bandeirada), Felipe Giaffone (Iveco) em 3º, André Marques (VW) em 4º e Rafael Lopes (VW) em 5º. Na corrida 2 a companhia no pódio foi de Jô Augusto (VW) em 2º, Luiz Lopes (Iveco) em 3º, Djalma Pivetta (Iveco) em 4º e Glauco Barros (Volvo) em 5º. Impressionante que na corrida 2 apenas 6 caminhões estiveram entre aqueles que completaram 75% da prova. O que aconteceu? A turbina do 3º colocado Adalberto Jardim explodiu na frente do pelotão e diversos caminhões foram danificados na tentativa de desviar em alta velocidade nas áreas de escape gramadas da pista... não tenho certeza se na NASCAR aquilo seria considerado um “big one”, mas o efeito prático foi de um. Já no domingo, a corrida 1 teve a vitória de André Marques (Mercedes), com Beto Monteiro (VW) em 2º, Jô Augusto (VW) em 3º, Roberval Andrade (Mercedes) em 4º e Débora Rodrigues (Mercedes) em 5º. Por sua vez, a corrida 2 teve como vencedor Paulo Salustiano (VW), em 2º lugar Roberval Andrade (Mercedes), em 3º Wellington Cirino (Mercedes), em 4º André Marques (Mercedes) e em 5º Djalma Pivetta (Iveco). Foram dois dias em que a resistência dos caminhões e dos pilotos foram testadas pelo intenso calor e pela reduzida umidade do ar, até servindo de justificativa pelo relativamente alto número de quebras. Eu gostaria de dizer onde será a próxima etapa, mas... com as restrições sanitárias por conta do COVID-19 ainda está sendo estudado. Espero que seja um lugar que permita a solução que foi encontrada em Goiânia para a prova não ser completamente sem público no domingo: criaram um espaço na parte mais alta da pista (um platô existente na região da Curva 1) batizado de Drive In Truck, com espaço demarcado para 200 carros com 2 ocupantes cada um, cujos ocupantes poderiam levar alimentos e bebidas e obrigatoriamente usar máscaras para assistir a corrida de dentro dos carros, evitando assim aglomerações. Ideia interessante, mas no calor de Goiânia haja ar condicionado funcionando para manter um mínimo de conforto para o público...

 

A MotoGP foi para a primeira de 2 corridas a serem disputadas em uma pista que, definitivamente, não atende os padrões esperados para o motociclismo. Muito se fala de Interlagos ser perigoso para motos, e concordo que o trecho da subida após a Junção tem praticamente zero área de escape, e o muro próximo exatamente em frente aos boxes não ajuda, mas a pista em Spielberg tem o mesmo problema de muro com o agravante de permitir velocidades máximas maiores que Interlagos... junte-se a isso uma geração de pilotos que acha que pilotar na vida real é a mesma coisa que pilotar no simulador, e por muito, mas muito pouco mesmo, não tivemos uma catástrofe neste domingo. O feio acidente na Moto2 já deveria ter acendido a luz de alerta, mas... enfim, entre o Zarco dizendo que “não fechou a porta do Morbidelli de propósito” e todos os outros criticando o Zarco, fico com a maioria. Li dezenas de textos a respeito do mesmo acidente, vi as imagens mais de 10 vezes, e efetivamente passa a impressão do Zarco querendo alargar a trajetória para fazer um movimento defensivo em um trecho da pista em que você vem a cerca de 300 km/h para fazer uma (longa, lembremos que moto freia pior que carro por ter muito menos borracha em contato com o solo) freada para contornar a fechada curva Remus a pouco mais de 50 km/h... não poderia dar certo. Sei que Viñalez e Rossi escaparam da morte por poucos centímetros, e “il Dottore” deve ter ido dormir pensando seriamente no projeto da aposentadoria. Vamos ver se para a próxima corrida colocam algumas barreiras adicionais no final da caixa de brita para impedir que alguma moto descontrolada atinja quem está contornando a curva. Não acredito, mas não custa sonhar. A vitória ficou com o recém demitido Andrea Dovizioso, que já sabe que em 2021 não estará mais na Ducati, repetindo o feito de Lorenzo, que venceu o GP da Áustria logo após saber que não correria no ano seguinte pela fábrica italiana. Acho que o italiano deve ir para a Superbike, não vejo alguma vaga em equipe competitiva para ele ano que vem na MotoGP. Completando o pódio tivemos Joan Mir em 2º após uma bela disputa e ultrapassagem sobre Jack Miller literalmente a 2 curvas da bandeirada, fazendo Miller (que chegou a liderar 9 voltas após o recomeço da corrida) ter que se contentar com o degrau mais baixo do pódio. A grande esperança da KTM, Brad Binder, não conseguiu converter seu grande conhecimento da pista (essa é a pista de testes da fábrica austríaca) em pódio, ao passo que o renascido (sim, escapar daquele acidente foi renascer) Valentino Rossi chegou em um bom 5º lugar.

 

E a NASCAR foi para uma pista inédita, o traçado misto de Daytona, sem que os pilotos tivessem treinado na pista (novo protocolo pós interrupção pela pandemia), mas o vencedor acabou sendo aquele que melhor tem desempenhado nos circuitos mistos: Chase Elliott mereceu conquistar sua 3ª vitória seguida em “road courses”, tendo liderado 34 das 65 voltas da corrida e vencido o 1º estágio (o 2º ficou com Denny Hamlin). E foi justamente Hamlin que pressionou fortemente Elliott na relargada a 3 voltas do final na tentativa de mais uma vitória nessa temporada, mas teve que se contentar com o 2º lugar. Em 3º chegou Martin Truex Jr., que por algumas vezes apareceu como forte candidato à vitória mas não conseguiu se manter na liderança nos momentos mais decisivos da prova, em 4º terminou Jimmie Johnson (é, não foi dessa vez que ele ganhou, mas ao menos já ficou melhor posicionado...) e fechando o Top-5 apareceu Chris Buescher, após largar em 21º lugar em uma prova mais curta que a média das corridas da NASCAR. A título de curiosidade, Austin Dillon testou positivo para o COVID-19 antes da corrida e foi substituído por Kaz Grala, que levou o carro #3 da Richard Childress a um bom 7º lugar... provavelmente melhor que o menino Austin teria feito nessa pista.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini 
Last Updated ( Monday, 17 August 2020 08:45 )