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Verstappen, o lacrador e Da Costa, o campeão PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 10 August 2020 09:17

Olá leitores!

 

Mais uma semana com a agenda repleta, para a enorme alegria dos fãs da velocidade; e digo semana pois não se tratou apenas do final de semana, mas também no meio da semana passada tivemos corrida, graças à estratégia utilizada pela Fórmula E para encerrar seu campeonato. Enfim, seja em 2 ou 4 rodas (essa vez não tivemos ninguém cruzando a bandeirada em 3 rodas, hehehe), corrida foi o que não faltou.

 

Como sempre começando com a categoria rainha, que para alegria geral da torcida de origem não inglesa – ou que não pertence à Lacrolândia – teve uma corrida bastante interessante no que ser refere às estratégias, por conta dos pneus mais macios escolhidos pela Pirelli para a segunda corrida de Silverstone, que fez as equipes reverem aquela coisa pasteurizada que foi a etapa anterior, que se não fossem os furos de pneus no final seria um confiável substituto para os remédios para dormir. Essa vez as coisas se desenvolveram melhor, e a corrida apresentou novas alternativas e maiores emoções.

 

Vitória de Max Verstappen, construída desde o sábado, quando a Red Bull conseguiu classificar para o Q3 com o pneu duro, dando uma vantagem estratégica que Max certamente soube como aproveitar. Justiça seja feita, a equipe também mostrou extrema competência quando a Mercedes tentou dar o “pulo do gato” com o Bottas e ela chamou imediatamente o Max para pararem na mesma volta, alterando rapidamente de estratégia. Fosse com uma certa equipe italiana já sabemos o que aconteceria... enfim, vitória magistral de Max Verstappen, pena que pelo andar da carruagem da temporada deve ser a única... seu companheiro Alexander Albon (5º) continua lutando para se adaptar a um carro desenvolvido para o estilo de pilotagem do Verstappen, mas essa prova conseguiu mostrar maior desempenho que nas anteriores, fazendo os críticos que querem levar ele de volta para a Alpha Tauri diminuírem o volume de suas reclamações.

 

Em 2º e 3º dobradinha da equipe campeã de 2020, com o campeão de 2020 Lewis Hamilton na frente e com seu escudeiro Sancho Pança, ops, Valtteri Bottas em 3º. Lewis correu muito bem, fez o que dava para alcançar o Max, mas sem aqueles pneus duros como pedra da etapa anterior não funcionou tão bem assim a supremacia mecânica do carro Mercedes. Bottas... bom, fez o que ele sabe fazer bem.

 

Em 4º lugar um inesperado Charles Leclerc, que mais uma vez levou o carro a uma posição adiante daquela que seria natural pela ruindade do projeto do chassis e pela impotência do motor. Lamentável o que a equipe está fazendo com o seu companheiro Sebastian Vettel (12º), que independente de estar rodando sozinho tentando extrair desempenho do carro quando ele não se adapta nem um pouco ao seu estilo de pilotagem ainda tem que lutar contra uns defeitos e erros de estratégia que só acontecem no carro dele... difícil a vida quando a Ferrari resolve que você será o segundo piloto.

 

Em 6º e 7º chegaram as Mercedes cor de rosa, ops, Racing Point, respectivamente com Lance Stroll e Nico Hülkemberg. Sim, não foi dessa vez que Nico chegou ao pódio... mas fez uma corrida honesta, e estava à frente do Lance quando parou nos boxes no final com a alegação de “vibração nos pneus”... sei... OK, faz de conta que acredito que não foi para deixar o filho do dono na frente.

 

Em 8º terminou um feliz Esteban Ocon, afinal largou em 14º e fez uma grande corrida arrancando o melhor que podia do seu equipamento. Seu companheiro Daniel Ricciardo (14º) teve uma jornada oposta, com a situação piorando progressivamente durante a prova, e o homem sorriso não sorria ao final da corrida.

 

Em 9º, razoavelmente decepcionado, chegou Lando Norris, que não conseguiu com os pneus mais macios repetir o bom desempenho da corrida anterior. Faz parte da curva de aprendizado... Seu companheiro Carlos Sainz (13º) enfrentou os mesmos problemas e ainda teve um pit-stop ruim por conta da falha em uma das pistolas de troca de pneus... como diria Felipe Massa, um dia para esquecer.

 

Fechando a zona de pontuação chegou Daniil Kvyat, feliz por não ter batido por conta de pneu furado como na corrida anterior e por ter conseguido extrair do carro aquilo que ele podia oferecer. Seu companheiro Pierre Gasly chegou logo atrás, em 11º, desapontado com os problemas de bolhas nos pneus que enfrentou durante a corrida.

 

Por enquanto está se confirmando minha expectativa de 2020 ser uma versão piorada da temporada 1988, vamos ver se com o desenvolver da temporada ela se ratifica...

 

Como mencionei antes, a Fórmula E resolveu fazer uma verdadeira maratona para conseguir encerrar a temporada no único lugar possível de efetuar as corridas (que em sua quase totalidade são em pistas de rua) com os protocolos de segurança necessários por conta do COVID-19, o antigo aeroporto de Tempelhof, que tão importante papel desempenhou na crise de 1948, quando o totalitarismo soviético tentou expulsar as forças americanas, inglesas e francesas de suas áreas de controle na então Berlim Ocidental bloqueando os acessos à cidade via terra e rio, sobrando apenas a via aérea para abastecer a cidade. Graças à uma forte resistência dos governos ocidentais e a uma improvável ponte aérea organizada para abastecer a cidade, Berlim não morreu de fome ou se rendeu aos soviéticos por conta dos aeroportos de Tempelhof (no setor americano), Tegel (no setor francês e que ainda se encontra em uso) e a base aérea britânica de Gatow. Enfim, acabei desviando do assunto, quem voou na pista no antigo aeroporto foi o português António Felix da Costa, que assegurou neste domingo o título da temporada ainda faltando 2 corridas para o encerramento do certame. Ele venceu as corridas de quarta (05/08), quinta (06/08), chegou em 4º lugar no sábado (08/08) e, como seus principais rivais não apresentaram bons resultados no meio da semana, ele poderia se sagrar campeão no domingo mesmo que não vencesse. Assim se fez: mesmo com o vice líder do campeonato Jean-Éric Vergne vencendo a corrida do domingo, um segundo lugar bastou para o talentoso piloto português sagrar-se o campeão da temporada 2019/2020, para alegria da equipe DS Techeetah .O Brasil não esteve bem nessas corridas disputadas, Lucas Di Grassi chegou 2 vezes em 8º (quarta e sábado), um animador 3º lugar na corrida de quinta e nesse domingo acabou tendo que se conformar com um 6º lugar. Assim sendo, terminou o final de semana empatado em pontos com Maximilian Günther, mas perde no critério de desempate, ficando em 4º lugar na tabela, 11 pontos atrás de Vergne. O vice ficou um pouco mais difícil, mas não impossível. Vamos ver como será o desempenho nas próximas duas etapas, a serem disputadas no meio dessa semana, 4ª feira dia 12 e 5ª dia 13. Felipe Massa, para não dizer que passou em branco pelas corridas berlinenses, conseguiu um solitário ponto neste domingo, ao passo que o estreante Sérgio Sette Câmara enfrentou aqueles problemas habituais de quem está aprendendo ainda como competir em um carro elétrico contra pilotos que já estão consideravelmente habituados a essa competição. Nem é justo querer cobrar resultado dele agora... o que não é o caso do Massa, claro. Enfim, vamos ver como se comportam as disputas agora que a briga pelo -título se encerrou.

 

A MotoGP foi até a República Tcheca (já andei lendo por aí o neologismo “Tchéquia” mas a palavra doeu nos meus olhos de tão horrível e recuso-me terminantemente a adotar) para uma das melhores corridas dos últimos tempos – e olha que no geral as corridas da categoria já são boas... – onde mais uma vez tivemos uma grata surpresa no degrau mais alto do pódio: ao passo que a maioria das pessoas aguardava mais uma vitória da sensação francesa Fabio Quartararo, ele teve dificuldade em gerir os pneus no asfalto não exatamente muito novo de Brno e teve que se contentar com o segundo lugar no pódio. A vitória coube a dois estreantes nesse lugar: primeira vitória da KTM na categoria principal, obtida com o também novato Brad Binder, que largou em 7º lugar e veio conquistando posições no pelotão até assumir a liderança e não mais a perder – tanto que terminou com pouco mais de 5 segundos de vantagem para Franco Morbidelli, que ao terminar em 2º lugar dessa vez levou a melhor sobre seu badalado (e líder do campeonato...) companheiro Quartararo, que teve que se contentar com um 7º posto. Johann Zarco, que fez a pole position, levou sua Ducati satélite até um bom 3º lugar, seu primeiro pódio desde 2018. Foi uma corrida difícil para a Yamaha oficial (5º lugar com o Dottore Rossi e 14º com Viñalez) e para a Ducati (11º e 12º respectivamente com Dovizioso e Petrucci), mas conseguiu ser ainda pior para a Honda, que com sua política de fazer uma moto sob encomenda para o único estilo de pilotagem do Marc Márquez fez uma moto inguiável para os outros pilotos da marca: Alex Marquez não passou de um 15º lugar e o substituto de Marc, Stefan Bradl, foi o último piloto a cruzar a bandeirada, em 18º lugar. Aliás, a melhor Honda foi a do Nakagami, da LCR, em 8º lugar. Imagino o nível das discussões no Quartel General do HRC esses dias...

 

A NASCAR fez uma rodada dupla no oval de Michigan, pista que notoriamente produz melhores corridas com os monopostos da Indy que com as barcas da NASCAR, e assim foram as duas corridas. Apesar da prova do domingo ter uma duração menor e ter sido menos chata por conta disso (o pessoal tinha menos tempo para procrastinar as disputas), o vencedor foi o mesmo: Kevin Harvick, piloto que faz os fãs amarem a regra dos playoffs... pois do jeito que ele e o Hamlin estão dividindo as vitórias, se não existissem os playoffs muito provavelmente a 12 corridas do final da temporada a disputa pelo título estaria polarizada apenas entre os dois. God bless the playoffs... enfim, sábado deu Harvick em 1º, Keselowski em 2º, Truex Jr ficou com a 3ª posição, Ryan Blaney em 4º lugar e encerrando o Top-5 chegou Kyle Busch, que mais uma vez liderou a prova mas no final não conseguiu converter essa liderança em vitória. Ano provavelmente será passado em branco, e já está começando a ficar complicada a classificação dele para os playoffs. No domingo mais uma vez deu Harvick em primeiro lugar, dessa vez com Denny Hamlin em 2º (ele bem que tentou, mas não conseguiu ultrapassar nas voltas finais...), novamente Truex Jr. em terceiro lugar, Kyle Busch chegou em 4º e Joey Logano encerrou o Top-5. Não diria que esse ano a NASCAR está previsível como a Fórmula 1, mas...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

  
Last Updated ( Monday, 10 August 2020 09:27 )