Olá leitores! Esta semana que passou foi quase um sonho para o fã de esporte a motor, teve corrida de quase tudo e em grande quantidade. Das “banheiras” da NASCAR ao Mundial de Motovelocidade, muito motor roncou pelas pistas mundo afora. Comecemos com a categoria rainha, que foi correr no kartó... ops, autódromo de Hungaroring em um final de semana que a chuva veio no dia errado. Sim, a chuva que atrapalhou a tomada de tempo no sábado tinha que ter aparecido com força no domingo, pois a única forma que existe de termos corrida emocionante na Hungria é com chuva. Sem chuva caindo consistentemente durante a prova, o GP da Hungria foi tão emocionante quanto dançar com a própria mãe no baile. O que teve de disputa e movimentações de posição se deveu a pneus desgastados, pneus escolhidos errados pelo estrategista da equipe, erros de pilotagem... ou seja, nada que não pudesse acontecer em qualquer outra pista melhor que essa. Política e economicamente a etapa húngara deve valer muito, mas muito a pena mesmo, pois apenas isso justifica a continuidade dela no calendário. Mais uma corrida que Lewis Hamilton teria vencido mesmo se pilotasse de pijama e pantufas, tamanha a facilidade do feito. Para completar a humilhação total, ainda partiu para um jogo de pneus macios nas voltas finais para fazer também a volta mais rápida da corrida e bater o recorde de volta da pista. E assim, a não ser que ocorra uma hecatombe, a Mercedes deve vencer todas as etapas do campeonato. O título, esse já pode mandar gravar o nome do Hamilton no troféu, assim como muito provavelmente o de 2021 também (a esperança para o ano que vem residia na mudança de regulamento, que foi adiada para 2022, então...). Seu escudeiro Sancho Pança, ops, Valtteri Bottas (3º) se atrapalhou com as luzes de largada, largou mal e por conta disso não aconteceu a dobradinha mais do que esperada da equipe. Menos mal que após a corrida ele reconheceu que o desempenho foi abaixo do esperado. Em 2º lugar chegou Max Verstappen, que após pagar o monumental mico de bater na volta de instalação fazendo com que os mecânicos tivessem que reparar o carro no grid de largada mesmo, fez uma bela corrida e chegou à frente do que seria a melhor posição que outro carro que não Mercedes poderia almejar, ou seja, terceiro lugar. Outro que fez uma belíssima corrida foi Alexander Albon (5º), que apesar de não se entender com o carro na classificação (classificou-se apenas em 13º) foi muito bem durante a corrida. Ele só precisa entender que na Red Bull o melhor carro, melhor mapeamento de motor e melhor estratégia sempre ficarão com o Max... mas ele é um jovem com muito a aprender ainda e perceberá que não adianta ficar reclamando de “falta de potência” no carro sendo segundo piloto na Red Bull. Em 4º chegou Lance Stroll, mostrando que deu muito certo comprar tudo que era possível do carro da Mercedes do ano passado... classificou-se bem, após a largada chegou a andar em 2º lugar, mas terminou em 4º em um resultado muito bom para ele. Seu companheiro Sergio Pérez (7º) classificou em 4º, largou mal, e tendo em vista os desconfortos físicos que ele alegou no sábado, até que o resultado não foi ruim. Em 6º, arrancando do carro um desempenho que ele não possui, terminou Sebastian Vettel. E a corrida só não foi pior por conta de que, quando a pista secou e a equipe avisou que ele receberia pneus macios para prosseguir na prova, ele questionou a equipe e conseguiu que colocassem os pneus médios – o que evitou que ele tivesse os problemas enfrentados pelo seu companheiro Charles Leclerc (11º), que aceitou a indicação da equipe. Ambos os pilotos sofreram com a impotência dos motores da Ferrari, cujo projeto e desenvolvimento nitidamente seguiu um caminho no mínimo questionável e que agora não conseguem reverter esse caminho tortuoso de desenvolvimento. Se foi ruim nessa pista, onde a cavalaria do motor é secundária, nas pistas mais velozes será lucro chegar nos pontos... Em 8º chegou Daniel Ricciardo, arrancando do carro da Renault aquilo que ele permite que se arranque – ou seja, um 8º lugar ficou de excelente tamanho para o que o carro oferece. Seu companheiro Esteban Ocon (14º) não conseguiu se entender com o carro em nenhuma parte do final de semana, e estava bastante decepcionado ao final da prova. Em 9º terminou Carlos Sainz Jr., capitalizando um ponto a mais em relação ao 10º lugar no qual terminou a prova com a punição de 10 segundos dada aos dois carros da Haas por conta de... vamos ser sinceros? Equipe que não lê a porcaria do regulamento? Enfim, após uma largada ruim coube a Sainz Jr. ser o piloto melhor colocado da McLaren, com seu badalado companheiro Lando Norris conseguindo apenas um 13º lugar. Sim, a McLaren evoluiu, mas o caminho ainda é longo até ser uma máquina confiável para todas as pistas. Fechando a zona de pontuação chegou Kevin Magnussen, em um domingo que até a boa ideia da equipe acabou não dando certo ao final. Explicando: como perceberam que entre o alinhamento dos carros e a largada a pista deu uma secada, a equipe achou que seria uma ótima ideia parar na volta de apresentação para colocar os pneus para tempo seco e largar dos boxes... o problema é que o modo como foi feito o chamamento passou para a FIA a impressão que a equipe estava passando instruções para os pilotos, o que é proibido. Enfim, o carro não é nenhuma maravilha e de quebra também sofre com os problemas de impotência comuns a todos os que usam motores Ferrari. Seu companheiro Romain Grosjean terminou em 16º lugar. Próxima corrida daqui a 2 semanas em Silverstone, e pelas características da pista o vexame do Vergonhão Vermelho será digno da 312 T5 ou da 643... Mas vamos escrever sobre coisa boa: sábado, na etapa “curta” disputada em Sebring na temporada da IMSA, vitória brasileira na geral com a dupla Pipo Derani/Felipe Nasr, corrida que viu um pódio inteiramente Cadillac: além do carro vencedor, teve o carro 2º colocado com Ryan Briscoe/Renger van der Zande e o carro 3º colocado com João Barbosa e Sébastien Bourdais. Helinho Castroneves, em dupla com Ricky Taylor, chegou em 7º lugar. A Indy foi para mais uma rodada dupla, dessa vez no Iowa, e o grande ponto positivo é que a eficiência em termos de segurança do Aeroscreen foi comprovada: na primeira das corridas do final de semana, ainda na sexta feira, menino Colton Herta, em uma relargada abortada, não desviou da traseira do carro de Rinus VeeKay e decolou em direção ao topo da mureta de proteção. Para GRANDE sorte de Colton o carro não foi para o alambrado... mas que deu pra assustar, isso deu. Por falar na corrida da noite de sexta, a vitória ficou com Simon Pagenaud, que após largar em último lugar veio escalando o pelotão até alcançar a liderança e ainda conseguiu segurar os ataques de Scott Dixon, que queria mais uma vitória na temporada mas teve que se contentar com um ótimo 2º lugar. Completando o pódio, o garoto Oliver Askew da McLaren em 3º lugar. Tony Kanaan acabou danificando a suspensão do carro em um contato com o muro e teve de se contentar com o 18º lugar. Já no sábado foi a vez de Josef Newgarden fazer valer a boa posição de largada e vencer pela primeira vez nessa temporada, com Will Power terminando em 2º lugar e Graham Rahal em 3º lugar. Tony Kanaan arrancou do carro de A.J.Foyt um desempenho que ele não possui e terminou em um honroso 11º lugar. Próxima etapa dia 09/08 em Mid-Ohio. E na abertura da temporada de MotoGP (a categoria principal não fez a etapa de abertura no Oriente Médio) nos presenteou com a primeira vitória de Fabio Quartararo, merecida por sinal graças à ótima corrida que vez. Justiça seja feita que Marc Márquez contribuiu para isso: estava nitidamente andando acima do limite da moto, tendo enfrentado e saído ileso de dois “sustos” ao guidão da moto enquanto tentava primeiro alcançar a liderança e abrir vantagem... até que a moto, em mais um momento de perda de aderência, o jogou para o alto e ainda o atingiu quando ambos já estavam na caixa de brita. Esse tombo rendeu um úmero fraturado para Marc, que deve ser operado nesta próxima terça-feira para correção da lesão. Quartararo dividiu o pódio com Maverick Viñalez em 2º lugar e com Andrea Dovizioso em 3º. E não posso sair do assunto 2 rodas sem comemorar a vitória de Eric Granado na MotoE, fazendo o hino brasileiro ser ouvido novamente em um pódio de motociclismo internacional. Parabéns, Eric! Que outras vitórias venham! E na NASCAR tivemos no meio da semana o All-Star Race (com vitória de Chase Elliott), dessa vez não em Charlotte mas no curto oval de Bristol... e foi uma prova MUITO melhor que as de Charlotte. Espero que ano que vem mantenham o All-Star Race em Bristol. O que não tenho convicção se gostaria que fosse mantido foram as luzes neon debaixo dos carros, com cores diferentes para as 3 marcas de motores que participam do campeonato. Menos mal que a luz estava apenas na traseira do carro, não contornando ele por baixo como no padrão “Velozes e Furiosos” ou Need For Speed Underground... em termos de corrida válida pelo campeonato, esse domingo mais um piloto se garantiu nos playoffs: Austin Dillon conseguiu sua primeira vitória do ano liderando a dobradinha da equipe de Richard Childress (nossa, quanto tempo isso não acontecia...), já que 149 milésimos de segundo atrás cruzou a bandeirada seu companheiro de equipe, o estreante Tyler Reddick. Foi bonito ver a emoção do papai fresco Austin na comemoração (há um mês ele se tornou o pai do menino Ace), Austin que obteve sua primeira vitória em uma corrida “não festiva”, afinal as duas anteriores foram na Daytona 500 de 2017 e na Coca-Cola 600 de 2018, coincidentemente as duas provas mais importantes do calendário. Em 3º lugar chegou Joey Logano, em 4º terminou o atual campeão Kyle Busch, ainda em busca de descobrir o funcionamento do carro desse ano para obter o melhor desempenho dele, e fechando o Top-5 chegou Kevin Harvick. Até a próxima! Alexandre Bianchini |