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Muita ação nas pistas e o vergonhão vermelho PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 13 July 2020 08:54

Olá leitores!

 

Final de semana com muita ação nas pistas, é disso que a gente gosta. E paradoxalmente foi uma das colunas mais difíceis de escrever, pois quando coloco-me em frente ao teclado eu procuro deixar completamente de lado a minha porção de “torcedor”, mas... esse domingo foi complicado.

 

O ponto mais baixo do GP da Estíria de Fórmula 1 foi o “vergonhão vermelho”, também alcunhado de “Haas vermelha” em alusão à Mercedes Rosa, que após cometer erros de equipe iniciante de Fórmula Vee no Brasil (usar os dois jogos de pneus de chuva forte ainda no Q1) na classificação resolveu minimizar as cenas lamentáveis que certamente aconteceriam durante a prova e, logo na primeira volta, Leclerc quis efetuar uma ultrapassagem na curva 3 sem espaço, sem ângulo de tangência e sem noção do que estava fazendo. Resultado: acertou a roda traseira direita do alemão, quebrando a asa traseira dele e o forçando ao abandono. Leclerc ainda tentou continuar na prova, mas os danos no assoalho obtidos com a manobra impensada o impediram de alcançar seu intento. O que o Charles fez me lembrou de uma descrição dada por um conceituado comentarista e ex piloto brasileiro a respeito do Nigel Mansell. Segundo ele, o problema do Mansell é que quando entrava no carro as orelhas começavam a crescer, e em algum momento as pontas das orelhas acabavam entrando na frente dos olhos tampando a visão e causando o acidente. Enquadra-se perfeitamente a descrição ao ocorrido entre os dois carros da equipe.

 

Vitória mega tranquila de Lewis Hamilton, que após pulverizar os adversários no treino classificatório sob chuva no sábado dominou a corrida como quis nesse domingo. Pilotou de pijamas e pantufas, tamanha a facilidade. Seu companheiro Valtteri Bottas (2º) batalhou um pouco por posições, mas no final a superioridade do carro da Mercedes prevaleceu e os dois melhores carros ocuparam as duas primeiras posições.

 

Em 3º chegou Max Verstappen, que fez o máximo que podia e foi o melhor do “resto”. Nitidamente ainda falta potência e velocidade de reta para a Red Bull efetivamente poder disputar de igual para igual com a Mercedes. Seu companheiro Alex Albon (4º) mais uma vez participou de belas disputas na pista e mostrou que pode ter um futuro promissor com um carro que permita regularmente brigar por vitórias.

 

Em 5º chegou Lando Norris, que se não conseguiu pódio como na semana anterior teve uma ótima atuação, com grandes disputas de posição e demonstrando uma maturidade inesperada. Seu companheiro Carlos Sainz Jr. (9º) vinha fazendo boa corrida até ter problemas na parada de troca de pneus, voltando à pista em meio a um tráfego intenso. Daí para frente, pequenas coisas se acumularam e comprometeram o resultado final da corrida para o espanhol.

 

Em 6º e 7º chegaram os Mercedes Rosa, digo, Racing Point de Sérgio Pérez e Lance Stroll, respectivamente. Corrida sólida, ambos participaram de boas disputas de posição e mostraram que o investimento de compra de partes mecânicas do carro da Mercedes do ano passado foi produtivo.

 

Em 8º chegou Daniel Ricciardo, prejudicado por pneus que não corresponderam ao desempenho esperado, principalmente os macios, e o carro não pareceu exatamente dos mais velozes... existe trabalho a fazer pela equipe pra melhorar o carro, sem dúvida. Seu companheiro Esteban Ocon (18º) abandonou com problemas na refrigeração do motor.

 

Em 10º terminou Daniil Kvyat, conquistando um solitário ponto para a Alpha Tauri e fazendo o melhor que o carro permitia nesse domingo. Seu companheiro Pierre Gasly (15º) teve o carro levemente danificado num toque com Ricciardo e passou o restante da corrida lutando contra as instabilidades na parte traseira do carro.

 

Próxima semana, Hungria. Isso é, se a pandemia na Hungria deixar...

 

E a Indy foi fazer rodada dupla naquele que é o meu autódromo misto preferido nos EUA, Road America, a.k.a. Elkart Lake. Na corrida do sábado, apesar do resultado ser razoavelmente previsível, Scott Dixon teve um pouco mais de dificuldades para conquistar sua terceira vitória na temporada, tendo assumido a liderança apenas na volta 40 das 55 programadas. A 2 segundos e meio atrás dele chegou o segundo colocado, Will Power, que estava na liderança até o último pit-stop, quando o mecânico abaixou o macaco hidráulico antes de terminar a troca de pneus, fazendo ele perder poucos mas preciosos segundos que comprometeram o trabalho que o piloto fez para alcançar a liderança. Em 3º terminou o promissor novato Alex Palou, conquistando seu primeiro pódio com o carro #55 da Dale Coyne. A prova do sábado foi menos movimentada. Assim como a de Fórmula 1, teve um começo acidentado, depois entrou em um marasmo soporífero para voltar a ficar interessante nas voltas finais, com o belo duelo entre Patricio “Pato” O’Ward e Felix Rosenqvist. O’Ward lutou bravamente, mas a duas voltas do final a aderência de seus pneus macios acabou e ele não conseguiu mais resistir aos ataques do Felix, que manteve o domínio da equipe de Chip Ganassi esse ano de 4 corridas e 4 vitórias. Foi um final de corrida amargo para Pato, que liderou 43 das 55 voltas da corrida, mas ele definitivamente fez tudo o que era possível para manter a posição. Fechando o pódio teve Alexander Rossi, enfim conseguindo um bom resultado após um início de temporada atribulado. Esse domingo a nota lamentável ficou por conta de Will Power, que cometeu erros e se envolveu em acidentes como se fosse um novato.

 

Para encerrar, a NASCAR foi até o Kentucky para aquela que seria a corrida “de casa” das equipes que correm com Toyota (a unidade que produz os Camry – modelo representado na bolha dos carros da Cup Series – fica nesse estado, mais ou menos uma hora de viagem da pista), mas a vitória acabou ficando com um Ford. E que vitória! Após dois segmentos sonolentos (o primeiro vencido por Aric Almirola e o segundo por Brad Keselowski), o segmento final começou a ter mais emoção, mais tensão nas disputas entre pilotos, e aconteceram 4 bandeiras amarelas nas últimas 40 voltas da prova... na última delas, com relargada a 3 do final, todos os pilotos estavam com a faca entre os dentes para conseguir a vitória, e na abertura da última volta, em plena reta de largada/chegada, acontece um “4 wide” onde, lá por cima, junto ao muro, o novato Cole Custer ultrapassa de uma só vez Blaney, Harvick e Truex Jr. para assumir a liderança e conquistar com muito arrojo sua primeira vitória na categoria principal. Levando em conta que, por conta dos protocolos de segurança sanitária, os pilotos vão para a corrida sem realizar treinos e vão acertando o carro ao seu gosto durante a prova, um feito grandioso do garoto Custer. Nada mal para quem largou na 29ª posição... em 2º lugar terminou Martin Truex Jr., outro que fez uma senhora corrida, tendo largado em 38º e último lugar por conta do carro não ter passado na inspeção pré corrida. Foi de longe o melhor piloto da Joe Gibbs Racing na prova, após toda a propaganda que eles fizeram nas redes sociais a respeito da corrida no estado em que fica a fábrica dos Toyota... em 3º chegou Matt Dibenedetto, outro que vem colhendo bons resultados com o carro #21 da Wood Brothers. Em 4º lugar terminou Kevin Harvick, que ao final da prova estava um pouco triste pela chance de vitória perdida mas contente pela primeira vitória de seu companheiro de equipe Stewart-Haas. Fechando o Top-5 chegou Kurt Busch, com o único Chevrolet entre os 9 primeiros colocados.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini