Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
A lógica da decisão leva a uma decisão lógica? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 08 July 2020 22:01

Caros Amigos, vocês, estimados leitores, já se depararam com aqueles momentos de indecisão, onde têm de fazer uma escolha que, em suas cabeças mudarão suas vidas: as chamadas escolhas ou decisões difíceis?

 

O processo decisório está presente diariamente nas organizações, ele acontece do chão de fábrica até os níveis superiores. Atinge também nossas vidas nas óticas pessoal, sentimental e mesmo espiritual. É normal que neste processo, considere todos os possíveis resultados. Mas como ter a certeza que tomará a decisão (mais) acertada?

 

Os meus leitores brasileiros acordaram na manhã da quarta-feira de ontem (minha coluna semanal é às quintas-feiras), com a notícia de que a Renault e Fernando Alonso chegaram a um entendimento e o piloto espanhol retornará à Fórmula 1 em 2021 para defender o time francês por dois anos, com opção para um terceiro ano. Um contrato consideravelmente longo para um piloto que está completando 39 anos de idade no final deste mês.

 

Em seu retorno Fernando Alonso terá – a menos que haja alguma mudança para a próxima temporada – a convivência do veterano diretor esportivo Alan Permane e do engenheiro Pat Fry, que trabalhou com ele na McLaren e na Ferrari. Ambos conhecem bem o temperamento do piloto espanhol e tem milhagem suficiente para saber que trabalhar com ele não é uma tarefa fácil. Mas será essa tarefa possível?

 

A equipe francesa já teve seus grandes momentos como equipe nos anos 80, mas não conseguiu traduzir sua expertise com motores turbo em títulos na primeira metade de década, principalmente. Teve também períodos de dominação como fornecedora de motores para Williams e Red Bull, mas foi apenas com Fernando Alonso como piloto que ela, Renault, como equipe, conquistou dois campeonatos mundiais de Fórmula 1.

 

Contudo, a história desta década mostra um descompasso entre os feitos do passado e as ambições do futuro. O chefe da equipe, Cyril Abiteboul tem errado mais do que acertado junto com seus liderados, tanto na parte técnica como na visão estratégica, apesar de ter buscado um grande piloto para a equipe e, mesmo tendo um piloto com a capacidade e a carreira de Daniel Ricciardo, é mais fácil responsabilizar um único integrante da equipe do que fazer (acredito – ou pelo menos espero – que ele esteja fazendo isso, longe dos holofotes da mídia) uma análise e um estudo do que precisa mudar na equipe para ela dar os passos certos na direção certa.

 

Então voltemos aos modelos de decisão. O processo de tomada de decisões é complexo e subjetivo, seja nos negócios, na vida pessoal e mesmo nas relações interpessoais. E, por isso, muitas vezes procrastinamos essa decisão, a deixamos arrastar e/ou esperamos que alguém a tome por nós. Todo processo de tomada de decisão e algo passível de erros, uma vez que é afetado pelas características pessoais e percepção do tomador de decisões. Na tentativa de minimizar esses erros e chegar a um melhor resultado, deve-se efetuar um processo organizado e sistemático, adequado para cada tipo de processo.

 

Um modelo racional, longe – ao menos o máximo possível – dos impulsos emocionais, supõe que os tomadores de decisões tenham informações perfeitas, e que sejam capazes de avaliar sistematicamente e logicamente cada alternativa e no final tomar uma decisão totalmente imparcial sobre o que será melhor para a organização. O que nem sempre é possível, pois fatores como emoções, preferências individuais e política da empresa acabam por interferir nesse processo. Ateemo-nos ao modelo comportamental, que leva em conta que o gestor, diretor, CEO, muitas vezes terá que tomar uma decisão considerando sua percepção, experiência, informações e alternativas limitadas. Ou seja: sempre haverá um aspecto emocional!

 

O regulamento da Fórmula 1 para 2021 será o mesmo de 2020 e as perspectivas de que a equipe francesa consiga um salto de qualidade neste período é consideravelmente pequena. Assim, todas as apostas do corpo técnico da Renault e de Fernando Alonso, que na visão do diretor da equipe será capaz de conduzir o trabalho da equipe para que esta – e ele, Alonso – consigam seus objetivos. Terão êxito? Veremos se a lógica da decisão de Abiteboul terá sido ou não uma decisão lógica.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva