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Um final de semana com muita ação na pista PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 06 July 2020 20:16

Olá leitores!

 

Um final de semana com tudo aquilo que gostamos: muita ação na pista, momentos de superação, grandes surpresas, cenas lamentáveis e até polêmicas, teve de tudo um pouco para amenizar o sentimento de abstinência de corridas que estávamos sentindo um mês e meio atrás, onde o único refúgio era o videogame, ops, automobilismo virtual (ESports)...

 

Começando com a categoria rainha, a Fórmula 1, que com 4 meses de atraso conseguiu reunir protocolos de segurança sanitária suficientes para a realização da primeira etapa do campeonato de 2020, que nem tem todas as suas corridas garantidas ainda mas que começou garantindo muita emoção, seja da boa ou da ruim. E ainda que o completo domínio da equipe Mercedes preta esteja longe de desaparecer, os pelotões atrás dela estão muito melhores esse ano, seja pelo crescimento da McLaren e da Mercedes rosa (ops, Racing Point), seja pela decadência vivida pela Ferrari, que hoje deve ser a 4ª ou 5ª força da categoria e saiu da condição de equipe com chances (ainda que pequenas, graças ao domínio da Mercedes) de disputar a vitória para equipe que tem que dar graças aos céus de conseguir qualquer coisa superior ao 7º lugar. Não sabemos o que foi que a Ferrari fez nos motores ano passado que a FIA não considerou exatamente muito legal e ordenou a retirada esse ano, mas se Fernando Alonso estivesse lá teria saído um “F-2 engine!” ou coisa que o valha. Todos os carros equipados com motores Ferrari foram mais lentos na classificação esse ano do que ano passado, ao contrário dos carros com outros motores, que melhoraram seus tempos.

 

Vitória merecida de Valtteri Bottas, que fez a pole position e soube controlar com maestria as disputas atrás dele. Aliás, vitória em grande estilo: fez a pole e liderou todas as voltas. E quase que leva a melhor volta da prova também, não fosse um jovem promissor em uma equipe em (novo) crescimento... mas isso fica mais pra frente na coluna. Se eu tivesse que dar nota, não poderia ser outra que não um 10. Seu companheiro Lewis Hamilton na pista terminou em 2º... mas graças a uma (branda, em minha opinião) punição de 5 segundos no tempo total da corrida por não dar espaço para Alexander Albon quando este o ultrapassou por fora e já tinha quase o carro inteiro à frente do Mercedes, tocando na roda traseira do Albon e retirando dele a chance de ao menos terminar a prova em 2º lugar, terminou na 4ª posição. Repito, punição muito branda. Fosse QUALQUER outro piloto a fazer aquilo, seria 10 segundos de penalização. Sem contar que nas últimas 3 corridas é a 2ª vez que o Hamilton bate no Albon. O Cachorro Lobbo (Toto Wolff) reclamou que a punição para Lewis foi ‘muito rígida’... ao contrário, teria que ser até maior por conta do infrator ser reincidente. Enfim, li um bocado de opiniões na internet “passando o pano” para o Hamilton, mas esse vosso colunista aqui NÃO passa pano. Se outros gostam de defender o inglês pela postura “lacradora” dele em causas sociais, eu me atenho apenas ao que ele faz na pista. Aliás, temos um modus operandi para o Lewis: ele durante a corrida atinge outro piloto, tira ele da corrida ou ao menos tira as condições dele chegar nos pontos, e depois da corrida faz cara de cachorrinho que virou o cesto de lixo e pede desculpas dizendo que “não queria fazer aquilo”. Sim, panaca, não queria, mas fez e fez diversas vezes na carreira. Mais do que na hora de tomar um gancho pra aprender a tratar os outros pilotos como ele quer ser tratado.

 

O segundo lugar no pódio ficou com Charles Leclerc, contando não apenas com os abandonos alheios mas com uma pilotagem acima da média, tirando Chianti da pedra, haja vista que a deficiência de velocidade em linha reta do SF1000 era evidente. Com os dois Red Bull na pista e sem as entradas de safety-car, provavelmente terminaria em 6º ou 7º, a conferir semana que vem, quando a mesma pista receberá o intitulado GP da Estíria (região austríaca em que fica a pista). Grande prova do monegasco. Seu companheiro Sebastian Vettel (10º) desde 5ª feira já chamava as atenções por confessar na entrevista coletiva que não recebeu proposta de renovação de contrato nenhuma para a temporada que vem, contrariando o discurso de Binotto de que “não tinham alcançado um acordo”. Depois o fraquíssimo dirigente veio dizer que “ele era a primeira opção da equipe, mas que a pandemia fez com que eles mudassem de ideia”... sei... conheço bem esses “gestores” para saber que isso é conversa fiada. Enfim, o alemão não se entendeu com o carro o final de semana inteiro, não conseguiu passar para o Q3 na classificação (largou em 11º) e durante a corrida não teve real chance de brigar por posições mais adiante. Quando partiu para disputar posição com Sainz Jr., acabou rodando. Como ele mesmo disse, ainda bem que foi apenas uma rodada durante a prova. Que fase... Agora é tentar analisar os dados obtidos para ver se dá pra fazer algo melhor final de semana que vem. Mas que o carro está muito ruim de reta, isso está.

 

Em 3º lugar chegou Lando Norris, que fez um final de corrida digno de Chuck Norris e saiu demolindo o cronômetro nas voltas finais. Encontrei no Twitter a câmera onboard da última volta dele: coisa linda, simplesmente nada a retocar. Tanto que a volta foi quase 2 décimos mais veloz que a melhor volta do Bottas (1.07.475 do Lando contra 1.07.657 do Valtteri). Primeiro pódio da carreira dele, e em grande estilo, conquistado na raça. Seu companheiro de equipe Carlos Sainz Jr. chegou em 5º, num grande final de semana para a equipe McLaren, que com certeza irá pra próxima corrida com a intenção de no mínimo repetir esse resultado.

 

Em 6º chegou Sérgio Pérez com seu Mercedes rosa, ops, Racing Point. A cópia do carro do ano passado da equipe alemã foi bem sucedida e permitiu aos dois pilotos disputarem com mais consistência as posições no pelotão intermediário, embora o resultado final tenha saído semelhante ao dos anos anteriores por culpa direta do crescimento da McLaren. Acredito que quando a equipe entender melhor o carro (e com os desenvolvimentos necessários durante a curta temporada desse ano) um pódio não deve estar fora de cogitação. Seu companheiro de equipe Lance Stroll, a.k.a. “filho do dono” (17º) abandonou na 20ª volta após o motor começar a perder potência e os técnicos da equipe não conseguirem contornar o problema alterando as configurações possíveis pelo volante do carro.

 

Em 7º terminou Pierre Gasly com o seu carro da Alpha Tauri, o novo (e horroroso) nome da Toro Rosso que um dia foi Minardi. Participou de boas disputas durante a prova, e fez o melhor que o carro permitia, boa corrida. Seu companheiro Daniil Kvyat (12º) abandonou a 4 voltas do final, com um misto de quebra de suspensão e furo do pneu, ambos do lado traseiro direito, que o impediram de também marcar pontos nessa corrida. No geral, corrida consistente da Alpha Tauri.

 

Em 8º chegou Esteban Ocon, que mesmo um pouco fora de ritmo conseguiu um resultado convincente para a equipe Renault... que na verdade esperava que os pontos viessem principalmente de Daniel Ricciardo, que com problemas no motor abandonou ainda na volta 17, em um final de semana decididamente frustrante.

 

O 9º lugar ficou com Antonio Giovinazzi, graças aos abandonos à sua frente, já que o carro da Alfa Romeo esse ano não parece bom e o motor também não ajuda nem um pouco. Ao menos ele não sofreu com um abandono bizarro como seu companheiro de equipe Kimi Räikkönen (14º), que no momento da relargada, em frente à entrada dos boxes, simplesmente perdeu a roda dianteira direita. A roda decidiu que não queria mais continuar na prova e foi embora, fazendo com que o Vettel (que então vinha atrás do Kimi) tivesse que desviar da roda fugitiva para continuar na prova.

 

Vamos ver o que dá para as equipes que não foram bem fazer nos carros até semana que vem, que aposto que será uma corrida totalmente diferente. E possivelmente muito mais chata. A conferir.

 

No sábado tivemos corrida da Indy no circuito misto de Indianapolis, uma corrida bem chata na verdade. Tudo aquilo que o carro atual da Indy ficou bonito com o Aeroscreen, a corrida foi aborrecida de assistir. Pode ser psicológico, já que foi a primeira corrida da Indy em muitos anos sem um único brasileiro no grid. Enfim, como de costume o pessoal da Ganassi tinha algumas diversas opções de estratégia preparadas, e quando o garoto Oliver Askew bateu na entrada da reta dos boxes o Scott Dixon aproveitou para mudar a estratégia, deu certo e ele assumiu a liderança poucas voltas após a relargada, permanecendo lá na frente até o final. Dixon é o tipo de cidadão que é tão competente no que faz que faz aquilo parecer a coisa mais fácil do mundo. E o melhor, ele é competente e não precisa ficar se autopromovendo fora das pistas como um badalado piloto inglês... em segundo lugar chegou Graham Rahal, que optou por não trocar pneus na bandeira amarela (provavelmente estava esperando uma interrupção por conta da chuva que ameaçava mas não veio) e, com os pneus bem mais desgastados, foi presa fácil para o Scott após a relargada e assim deixou passar uma provável vitória. Fechando o Top-3 apareceu Simon Pagenaud, que fez uma senhora de uma bela corrida, largando lá atrás e conquistando um belo 3º lugar em uma corrida que, olhando lá do começo, tinha quase tudo para ser um fiasco para o piloto da Penske. Grande corrida do estreante Rinus VeeKay, que conseguiu um 5º lugar entrando na mesma estratégia do Dixon. Fiasco completo a prova de Will Power, que não bastasse ter errado na estratégia ainda cometeu um erro de iniciante nos boxes... com isso tudo, até que mereceu o 20º lugar. Felizmente as duas próximas corridas serão em uma pista onde é difícil ter corrida ruim, Road America. Aguardemos...

 

O campeonato da IMSA também retornou, com uma prova de 2h40m em Daytona que, como quase tudo nesse verão norte americano, acabou tendo a largada atrasada por conta da chuva. Na categoria principal (DPi) foi mantida a tradição dos carros da Mazda andarem forte nas corridas disputadas no mês de julho, e tivemos dobradinha dos Mazda, com o carro #55 de Jonathan Bomarito/Harry Tincknell vencendo a prova com vantagem de pouco mais de 10 segundos sobre o carro #77 da dupla Oliver Jarvis/Tristan Nuñez, que chegou no segundo lugar. O último lugar do pódio ficou com o Cadillac DPi de Sébastien Bourdais/João Barbosa. Pipo Derani, em dupla com Gabby Chavez por conta da descoberta que seu parceiro de carro Felipe Nasr testou positivo para o COVID-19, chegou em 5º lugar ao passo que o Acura de Hélio Castroneves e Ricky Taylor acabou apresentando problemas de motor e ficou em último lugar. Na GTLM tivermos a vitória da Ferrari genérica, ops, do Corvette C.8R de António Garcia e Jordan Taylor, a 100ª dos Corvette nas categorias da IMSA. A dupla do Corvette #3 foi acompanhada no pódio pelos dois carros da equipe de fábrica da Porsche, o #912 de Earl Bamber/Laurens Vanthoor em 2º lugar e o #911 de Frederic Makowiecki/Nick Tandy em 3º Na categoria GTD, dobradinha dos Lexus da equipe AIM Vasser Sullivan, com vitória folgada do carro #14 de Jack Hawksworth/Aaron Telitz, uma volta à frente do carro #12 de Townsend Bell/Frankie Montecalvo. O último lugar do pódio da categoria ficou com o Acura NSX GT3 de Mario Farnbacher/Matt McMurry.

 

E se no sábado a Xfinity Series fez uma bela corrida no circuito misto de Indianapolis, neste domingo a Cup Series correu no oval tradicional mesmo, numa prova de 400 milhas que teve a curiosidade de um dos acidentes mais bizarros que já presenciei... o carro #37 de Ryan Preece iniciou o que se pode chamar de um “big one dentro dos boxes”, ou um “pit one”... enfim, nessa carambola que se formou na volta 15 o carro de Brennan Poole acabou sendo empurrado para cima do carro de Ryan Blaney, prensando o mecânico Zach Price entre os dois carros. Zach, muito ágil, se arrastou o mais rapidamente possível para junto da mureta, onde foi socorrido e levado para o centro médico do autódromo, de onde foi transferido para o hospital para melhor avaliação do que pode ter acontecido com a perna dele. Após o reinício da corrida (que ficou cerca de 11 minutos em bandeira vermelha para atendimento do mecânico e limpeza da área dos boxes), tivemos o primeiro estágio vencido por William Byron, o segundo vencido por Kevin Harvick, e no estágio final a disputa entre Harvick e Denny Hamlin estava intensa quando, a sete voltas do final, estourou um pneu do carro de Hamlin, levando-o ao muro e acabando com suas chances de vitória. Na relargada, Harvick segurou a liderança e comemorou no mesmo estilo que o chefe dele (Tony Stewart) comemorou as suas vitórias de 2005 e 2007 nessa pista, escalando o alambrado no estilo Helinho Castroneves. Em 2º lugar chegou Matt Kenseth, em seu melhor resultado desde seu retorno às pistas, em 3º terminou Aric Almirola (que está em uma grande fase), em 4º lugar chegou Brad Keselowski e em 5º lugar a surpresa do dia, vindo do 30º lugar na largada, o estreante Cole Custer. E a “zica” jogada no carro #48 continua: primeiro o piloto titular Jimmie Johnson fez um teste após saber que a esposa pegou o COVID-19 e... descobriu que ele também estava contaminado. No seu lugar, largando do final do grid, correu Justin Allgaier, que vinha progredindo bem na corrida até ser envolvido no bizarro acidente da volta 15 no pit lane, com danos suficientes no carro para impedir que ele prosseguisse na prova. Que fase...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini