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A temperatura da fervura no bairro da Glória PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 17 June 2020 20:45

Caros Amigos, estamos em ano de eleições no Brasil. Na política, com a separação das eleições estaduais das municipais, a cada dois anos o brasileiro vai às urnas, escolher seus representantes que assumem mandatos de quatro anos.

 

Eleições podem ser pulverizadas ou polarizadas, ter várias correntes ou apenas uma dissonância de dois blocos em posições antagônicas. As campanhas eleitorais podem ter temperaturas distintas, chegando ao extremo ou ter um ambiente que mal lembre uma disputa (o que não costuma ser o caso no nosso país).

 

Há situações e situações e entre essas situações estamos vivendo, no automobilismo, uma situação bem distinta do que se viu nesta época do ano em 2016, quando a disputa pela presidência da Confederação Brasileira de Automobilismo, faltando pouco mais de seis meses para a eleição, tinha uma disputa em elevada temperatura com as campanhas do candidato da situação, Waldner Bernardo de Oliveira e o candidato da oposição, Milton Sperafico.

 

Acusações de “compra de votos”, que ocorreriam em função de trocas de favores e vantagens futuras, tentativa de impugnação de votos, como o do caso do inédito voto da ABPA, Associação Brasileira dos Pilotos de Automobilismo, que democraticamente decidiu votar no candidato da oposição e justamente um dos líderes desta oposição tentou impedir que os pilotos votassem, fazendo campanha contra e tentando acusar de que eles – os pilotos – seriam um voto pró-situação por terem conquistado este direito no mandato do presidente que estava encerrando seu mandato (Cleyton Pinteiro) e isso beneficiaria seu conterrâneo e candidato, Waldner Bernardo.

 

Nós tentamos promover um debate entre os candidatos, com transmissão pela internet, mas a falta de agenda nos candidatos nos fez mudar o formato e fizemos duas entrevistas em parceria com a Radio Banda B, do Paraná, com transmissão de áudio e vídeo, ao vivo, com cada um dos candidatos. Foram 90 minutos de programa para cada um deles, inclusive com o candidato da oposição, Milton Sperafico, indo fazer o programa no estúdio da Rádio. Semanas depois, o prestigiado jornalista Livio Oricchio conseguiu reunir os candidatos para o que seria um debate, mas que a mim pareceu um desfile de vaidades dos que, ao invés de fazer perguntas, fizeram discursos.

 

Estamos a pouco mais de seis meses da eleição para o cargo de mandatário (em teoria) do automobilismo nacional. Falo em teoria uma vez que o órgão referenda, dá suporte técnico e legal, mas não é criadora ou promotora de nenhuma categoria, algo que deixa-me surpreso ao ver e ler profissionais que trabalham – profissionalmente – neste meio que insistem (de forma inconsciente ou mal intencionada) em responsabilizar a CBA por jogadas políticas entre caciques da política – e da corrupção – nacional, por crises econômicas nacionais ou mundiais para justificar o encolhimento do esporte a motor no país ou mesmo que defendem uma “renovação” com nomes que estão há décadas como mandatários nas federações de seus estados.

 

Queiram ou não, com erros e acertos, Waldner Bernardo mudou o perfil do cargo, mudou a estrutura de funcionamento da CBA, conseguiu agregar profissionais, garantiu junto à FIA a vinda do Mundial de Kart CIK-FIA e de um mundial de Kart Rotax. Colocou o kartismo na TV, com a transmissão dos campeonatos brasileiros, além de vermos o estabelecimento de alguns seguimentos acontecerem como as provas de velocidade na terra e de endurance realizando campeonatos nacionais.

 

Este ano poderemos ter, quem sabe, um pleito com três candidatos. Milton Sperafico tem dado sinais claros de que é candidato novamente, mesmo depois de ter dito que não mais se envolveria com a política do automobilismo nacional ao final do processo eleitoral que se deu em janeiro de 2017. Além dele, o tetracampeão da Stock Car, Paulo Gomes, que foi Diretor de Marketing da CBA nos anos de mandato de Cleyton Pinteiro, mas que não se apresenta como “candidato da situação”, sem qualquer apoio do atual presidente.

 

É importante lembrar que, uma candidatura, para ser homologada, precisa de ser referendada por 20% das federações filiadas à CBA, o que seriam 5 federações estaduais. Até o momento não há um movimento pais intenso nas “campanhas” dos candidatos. Talvez em vista de tão haver uma clareza de quem pode vir a ser o “candidato da situação”. O nome mais falado é o de Giovanni Guerra, ex-presidente da Federação de Automobilismo do Maranhão e membro do Conselho Mundial de Kart, indicado por Waldner Bernardo, que além dele, indicou o atual presidente do órgão, Felipe Massa.

 

O atual presidente tem desconversado sobre o assunto eleição, com aquelas “conversas de paddock” de que ele não seria candidato à reeleição, mas com a temperatura morna desta campanha, quem sabe não é de um fato bombástico que está faltando para subirmos essa fervura em um certo prédio no bairro da Glória, no Rio de Janeiro?

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva