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Os efeitos na base e o futuro dos jovens pilotos PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 10 June 2020 20:13

Caros Amigos, acredito que a maioria das pessoas que não levam em conta suas paixões político-filosóficas, tem mais dúvidas do que certezas sobre o que fazer em relação a pandemia do coronavírus. O Brasil está em uma encruzilhada por culpa de seus dirigentes que tiveram a chance de adotar um procedimento austero, mas preferiram transformar o processo em palanque.

 

Com as particularidades que só o Brasil tem, mesmo com a fuga de capital estrangeiro – desde o ano passado saíram do país 43 bilhões de dólares – das bolsas de valores, o investidor local, com a baixa taxa de juros, vem recuperando o nível de antes da pandemia, mas estamos longe de ter tranquilidade, mesmo com o dólar em queda, tendo saído do platamar dos 5 reais.

 

Apesar das boas notícias na área econômica, este processo que é mundial atinge com grande intensidade o setor de eventos e os eventos esportivos também são vítimas desse processo. Eventos sem público estão começando a ocorrer. Alguns foram cancelados, como no caso da W-Series, a categoria feminina de competição com carros de fórmula que anunciou a não realização da temporada de 2020, mas com a promessa de retorno em 2021.

 

Os desafios financeiros que andei abordando em colinas recentes vão muito mais além das equipes de Fórmula 1 e seus orçamentos de mais de uma centena de milhões de dólares (no caso das maiores, passando de três) ou do difícil malabarismo de se fazer automobilismo em um país de economia cambaleante como o Brasil. Todos os países estão sendo atingidos pelo coronavírus e todas as categorias do automobilismo também estão.

 

As categorias de acesso, onde os pilotos precisam levar uma quantidade considerável – quando não a totalidade – do budget do ano tem um problema enorme e em duas vias. O primeiro é o dos pilotos, que conseguiram um lugar nessas equipes com investidores colocando seu capital e o piloto tendo aquela temporada para mostrar resultado e manter seus apoiadores e conquistar outros. O segundo é o das equipes, que se não tiver os pilotos que mantém as contas em dia, com os pagamentos dos seus patrocinadores não tem como manter aos quadros profissionais de técnicos, engenheiros e mecânicos.

 

O que temos no momento é uma tentativa em uma corrida contra o tempo para que alguma coisa em termos de temporada 2020 aconteça. As categorias sediadas na Europa estão com projetos de calendários de segundo semestre que vão de julho a dezembro, inicialmente sem acesso do público e com grandes restrições de acessos para os profissionais de uma forma geral. Salas de imprensa ficarão bem vazias, mas o esvaziamento do budget das equipes, assim como vimos na Fórmula 1, pode gerar grandes problemas em estruturas menores como as das equipes das categorias de acesso.

 

Sabemos bem que há anos temos nas grandes equipes os programas de jovens pilotos, mas com a redução geral de faturamento, com as contas a pagar das grandes equipes na Fórmula 1 e com o investimento que precisa ser feito nas equipes onde esses programas colocam seus pilotos daria – em teoria – um fôlego para essas equipes, mas ainda assim, isso certamente passará por renegociações. E, no caso das demais equipes, como já exposto, a dificuldade pode ser maior.

 

Este ano está longe de acabar e as dificuldades idem.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva 

 

Last Updated ( Wednesday, 10 June 2020 23:06 )