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Bandeira Branca no Mercedes Challenge PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 04 June 2020 16:40

Quando o site dos Nobres do Grid apresentou no dia 14 de fevereiro a matéria sobre cizânia que estava se estabelecendo em uma das mais competitivas categorias – e de maior grid – do nosso automobilismo (o Mercedes Challenge), depois da nossa redação ter sido paciente e meticulosa para não provocar reações que pudessem agravar a já delicada situação entre duas vertentes que haviam se estabelecido, no seu final, deixando de lado a imparcialidade jornalística que deve permear esta nobre profissão, foi deixado um apelo ao bom senso e ao entendimento pelas partes para que a categoria não agitasse uma bandeira quadriculada, encerrando sua trajetória.

 

  A largada da etapa de encerramento em Interlagos no ano passado correu o risco de ser a última corrida do Mercedes Challenge.

 

Ao longo de todo este primeiro trimestre de 2020, o publicitário Roberto Santos, do WTT Group Media (que reúne quatro agências de publicidade), um dos idealizadores da categoria em seu início, buscou por todos os meios possíveis o entendimento entre as partes, os chefes e proprietários das equipes e a diretoria da Mercedes no Brasil para que a categoria tivesse continuidade, mas era vital para o sucesso deste projeto que todos trabalhassem juntos com este objetivo.

 

O grande desafio da categoria era a redução de custo, uma vez que o aporte financeiro da montadora alemã havia diminuído drasticamente para 2018 e a projeção para 2020 era de investimento zero, apenas a cessão da “marca Mercedes” para a categoria, com esta assumindo o compromisso de gerar visibilidade e contrapartidas comerciais para a fabricante dos veículos e isso necessitava de que a categoria mantivesse um alto padrão de competição e um grid considerável para ter a atratividade dos meios de mídia.

 

Um dos maiores desafios que a categoria enfrentava era o de justamente atingir seu público alvo fazendo eventos em praças localizadas em cidades de pequeno porte e regiões circunvizinhas onde não se encontrava o perfil do “cliente Mercedes”. Isso precisava mudar e dentro do novo modelo desenhado isso poderá ser alcançado, com as corridas se concentrando em grandes cidades e com isso ter um maior número de clientes, concessionárias e um consequente ambiente de negócios que move-se nos bastidores das corridas de automóveis com os HCs e áreas VIP.

 

  Com um grande trabalho nos bastidores durante os primeiros meses do ano, o empresário Roberto Santos uniu a todos pela categoria. 

 

Uma categoria nacional paga como “taxa de homologação” para a CBA 370 mil reais em valores de 2020. Segundo Roberto Santos, sensível à situação da categoria e a redução dos valores de investimento que esta passou a receber, a entidade – através de seu presidente – ofereceu uma redução de 50% neste valor e com isso, reduzir a pressão sobre as equipes e patrocinadores para a realização da temporada com o status de campeonato nacional, mas outras questões precisavam ser levadas em conta, não só o aspecto financeiro. A costura de um acordo entre as partes passava por alguns pontos de atritos em que se confundiam questões pessoais com institucionais.

 

A Mercedes colocou nas negociações a condição de se ter um grid com mais de 20 carros alinhados e para isso era preciso o entendimento com os irmãos Fonseca (Alberto – o Betão – e César) para que o grid não só chegasse a este número, como passasse com folga e, quem sabe, com o tempo poder voltar a ter mais de 30 carros alinhados como já teve alguns anos atrás. Essa é uma possibilidade concreta se considerarmos a quantidade de carros disponíveis.

 

Um novo desenho e uma plataforma comercial.

 

O entendimento entre os dois grupos – de Roberto Santos e dos irmãos Fonseca  - permitiu que fosse assinado um contrato com a Mercedes Benz do Brasil para a continuação co Mercedes Challenge de uma outra forma, com uma verve comercial que possa atender os anseios da marca e com uma repaginação do evento, que deixará o “status nacional” e adotará o modelo regional/interestadual (como é o caso da Sprint Cup, por exemplo), vinculando-se à Federação de Automobilismo de São Paulo (FASP).

 

  Um dos pontos fortes do novo formato é investir na relação com o cliente e focar nos grandes centros é fundamental.

 

A competição terá 8 etapas, destas, 5 serão sob a supervisão da FASP, ocorrendo – provavelmente – todas em Interlagos, dentro da programação dos campeonatos regionais das diversas categorias paulistas. Entretanto, o Mercedes Challenge terá um tratamento diferenciado. Os boxes do 1 ao 8 (inicialmente) seriam reservados exclusivamente para a categoria montar sua estrutura. A arquibancada coberta em frente a estes boxes seria de uso exclusivo da categoria para distribuição de “ingressos-convite” por parte da própria Mercedes e dos patrocinadores. A Mercedes deve preparar no prédio construído antes dos boxes (envidraçado, com ar condicionado e conforto térmico) um HC da montadora para receber seus convidados, além dos HCs que a categoria poderá montar no mesmo prédio, em um outro piso.

 

As outras três etapas devem acontecer em Goiânia e Curitiba, duas cidades que possuem autódromos com infraestrutura para receber categorias com carros com potência e velocidade como os da categoria, seguindo o preconizado pelo regulamento que vem sendo implementado na atual gestão da Confederação Brasileira de Automobilismo (à qual todas as federações e ligas são vinculadas) pela Comissão Nacional de Autódromos, presidida pelo engenheiro Luiz Ernesto Morales, que também é membro da mesma comissão na FIA e que vem trabalhando junto aos administradores de autódromos no Brasil para as adequações de segurança estabelecidas pelo órgão máximo do esporte no mundo.

 

Além disso, os autódromos de Goiânia e Pinhais (Curitiba) possuem infraestrutura para oferecer aos promotores do evento, patrocinadores e para a Mercedes montar suas áreas de hospitalidade e camarotes uma vez que são dois pólos de renda considerável na economia brasileira.

 

Dentro do “pacote” para haver uma conciliação entre as partes, foi contratada uma nova empresa para fazer o gerenciamento e acompanhamento dos motores. É o Group Advanced, empresa especializada em preparação automotiva com sede em Campinas-SP, que foi escolhida pelos pilotos. Um grande voto de confiança para Ricardo Souza e sua equipe que tem um portfólio de trabalhos bem realizados e que vai substituir a Giaffone Racing. A mudança contou com aprovação da Mercedes.

 

  A categoria top continuará sendo o CLA45 AMG, repaginado com o design atual do modelo do braço esportivo da montadora.

 

Se os cuidados com os carros vai mudar por dentro, ele também vai mudar por fora. Os carros estão sendo preparados pela oficina Pavão Design, que trabalhou no início da categoria no design dos primeiros carros da categoria e agora está repaginando os carros para a temporada de 2020, com uma atualização visual dos CLA 45 AMG e uma total mudança no design dos carros que hoje são os C250 e que irão para a pista com o visual dos atuais C300 Sport. O seja, os clientes da marca alemã verão carros com o design atual de produtos que ele pode comprar se sair do autódromo e for a uma concessionária.

 

Adequando custos.

 

A categoria com todas estas mudanças pretende reduzir boa parte dos custos por temporada para os pilotos, algo que vem sendo anseio de todos desde 2018, mas algumas outras coisas estão delineadas para a categoria em 2020, como – e talvez principalmente – a mudança no formato das provas, que ao invés de uma corrida com quase uma hora de duração e uma parada de boxes, o novo modelo seguira uma fórmula bastante conhecida nas categorias com carros de turismo, com duas baterias de 30 minutos (no caso das corridas em Interlagos, 30 minutos ou 12 voltas). As duas no domingo, sendo uma às 10:00 horas e a segunda ao meio dia.

 

  O Carro da categoria de entrada será com o design do C300 Sport, um campeão de vendas na Europa e que roda no Brasil.

 

A outra está na exposição. É preciso expor a marca e a categoria e um contrato de televisionamento já foi acertado com o Grupo Bandeirantes, mas a parte da geração das imagens ainda está sendo negociada. Com uma hora na grade da emissora, o plano é iniciar a transmissão com um compacto da primeira corrida e a transmissão ao vivo da segunda, que terá o grid invertido nos primeiros colocados (inicialmente os 8 primeiros).

 

A formatação deste projeto da forma que foi feita manteve na categoria quatro dos principais patrocinadores e fornecedores de equipamentos e insumos, cm a Fras-Le e a Freemax, empresas do Grupo Randon, os lubrificantes da Petronas e da Viemar, que fornece diversos componentes para os carros da marca. Além disso, o contrato de fornecimento dos pneus com a Pirelli também já foi firmado.

 

Como a assinatura do contrato foi realizada há poucos dias, a paralisação das atividades do automobilismo devido a pandemia do coronavírus acabou sendo útil para a categoria, uma vez que deu tempo para que o trabalho de mudança no design dos caros fosse concluído sem uma verdadeira corrida contra o relógio e assim quando os carros alinharem para a etapa de abertura em 2020, uma nova história pode estar começando para esta categoria de carros maravilhosos e que seria uma grande perda se não mais a tivéssemos. Mais uma vez fica a máxima de que a união faz a força. A bandeira branca, que para quem assiste as corridas nos Estados Unidos significa a última volta de uma corrida, para o Mercedes Challenge, além do sinal do pedido de trégua e paz, pode estar sendo a primeira de – quem sabe – mais uma década de sucesso.

 

Da Redação