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habemus corridas e habemus assunto PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 18 May 2020 08:58

Olá leitores,

 

Até que enfim temos efetivamente novidades! Cercado de todas as precauções necessárias para maximizar o isolamento social, a NASCAR voltou à pista enquanto os bastidores da Fórmula 1 encontram-se em ebulição.

 

Em tempos d’antanho, onde o politicamente correto não imperava, quando alguma coisa ficava muito agitada dizia-se que tinha pegado “fogo no cabaré”; atualmente – principalmente no meio radiofônico – tenho ouvido a expressão “fogo no parquinho” para substituir essa versão antiga, sendo que quem já levou criança no parquinho sabe muito bem que sem incêndio aquilo já é uma enorme balbúrdia, pelo que a nova expressão fica sem sentido. E o início do incêndio no estabelecimento de entretenimento adulto foi a declaração conjunta da equipe Ferrari e de Sebastian Vettel que o contrato para 2021 não seria renovado. O anúncio de que Carlos Sainz Jr. iria para o lugar do Vettel pode ter decepcionado alguns (muitos, talvez), mas a essa decepção contrapôs-se uma certa empolgação de imaginar como será a dupla Lando Norris/Daniel Ricciardo na McLaren. Essa dupla na McLaren, em dias bons, tem potencial para ser uma das mais “zueiras” da história da categoria.

 

Mas vamos primeiro tratar de Leclerc/Sainz Jr.; pareceu-me claro que a equipe não quer dois galos de briga no mesmo terreiro. A lembrança dos entreveros entre Leclerc e Vettel deve ter pesado na escolha, e entre pegar um piloto muito rápido, mas que iria querer disputar as (teóricas, possíveis caso a Ferrari acerte a mão no carro E na estratégia) vitórias com Leclerc e pegar um piloto menos rápido, mas muito consistente e que pode somar pontos no Mundial de Construtores para a equipe, a escolha foi a segunda. Não serei maldoso de dizer que a Ferrari quis a sua versão do Bottas na figura do Sainz Jr., mas que eles não quiseram correr o risco de um novo embate estilo Verstappinho X Ricciardo, não quiseram. Escolha certa? Pode ser. Escolha errada? Também pode ser. Essa resposta, infelizmente, só saberemos no final da temporada de 2021, isso se o mundo ainda existir até lá.

 

Por sua vez a McLaren, que deve contar com os motores Mercedes para 2021, tratou de pegar um piloto que com certeza pode fazer a equipe voltar ao seu passado de glória: Daniel Ricciardo. Um piloto de 30 anos (fará 31 em 1º de julho próximo), experiente e que pode contribuir com esse desejado retorno da equipe ao pelotão “de cima” do grid. Ainda que sua passagem pela Renault em 2019 não tenha sido exatamente brilhante, o carro da equipe também não o era. E essa talvez seja a última chance de Ricciardo voltar ao pelotão de elite, já que com a Renault eu não aposto que isso seja possível. Não prevejo grandes rivalidades internas entre Lando e Daniel, mas se acontecerem a equipe terá trabalho pra acalmar os ânimos.

 

E por fim... qual será o destino de Sebastian Vettel? Ele foi para a Ferrari com o sonho de repetir os passos do seu grande ídolo Michael Schumacher, mas seja por questões ligadas ao projeto do carro que não se adaptava ao seu estilo de pilotagem, seja por erros grotescos de estratégia da Ferrari, seja até mesmo por problemas pessoais/familiares, ele nunca conseguiu efetivamente mostrar 100% do seu potencial na equipe de Maranello. Em duas oportunidades (2017 e 2018) ele começou bem a temporada e foi decaindo da metade em diante, e especificamente o ano de 2019 foi BEM abaixo do que ele poderia fazer com o talento que possui. Analisando friamente, Vettel chegou a ser pior que Alonso na Ferrari, e isso não deve ter pesado a favor dele na decisão da dupla de pilotos para 2021. Assim como o toque entre ele e Leclerc em Interlagos ano passado. Assim como as diversas vezes em que ele rodou sozinho por se sentir pressionado... a lista de “mancadas” é considerável. E voltando ao destino do Sebastian... eu acho que, pai de 2 filhos, se aposenta. Começou muito cedo na categoria, ultimamente andou demonstrando que a paciência já não é a mesma com toda a politicagem do meio, e... quais são as possibilidades? Mercedes, acho pouquíssimo provável uma dupla Hamilton/Vettel. Um retorno para a Red Bull, menos ainda. Duvido que ele topasse ser coach de menino rico na Force Daddy, ops, atual Racing Point que ano que vem virará Aston Martin. Ou deve aposentar de vez ou se dedicar a outra categoria (outra possibilidade que não aposto minhas fichas).

 

Mas vamos deixar de papo de bastidores pois, ENFIM, tivemos corrida DE VERDADE!!! A NASCAR voltou a correr esse domingo, com uma lista enorme de protocolos de segurança e higiene para evitar a propagação do vírus, e o resultado – com uma ajuda de uma massa de nuvens de chuva que ameaçava se dirigir ao autódromo de Darlington – foi uma corrida bastante movimentada, com os pilotos se dedicando ao máximo do começo ao fim. Em uma prova – merecidamente – chamada “Real Heroes 400” em homenagem aos verdadeiros heróis desse nosso tempo – os profissionais da área da saúde – quem ficou com a vitória foi Kevin Harvick, sua 50ª na carreira e conquistada após liderar 159 das 293 voltas da corrida. Foi seguido por Alex Bowman (que também fez uma grande corrida, principalmente na primeira metade da prova) e, 2º lugar, Kurt Busch em 3º fazendo uma das melhores corridas dos últimos tempos – afinal em uma pista onde não é muito fácil ultrapassar galgar do 22º para o 3º lugar é um belo feito, Chase Elliott em 4º lugar e com Denny Hamlin fechando o Top-5. Merecem destaques também as corridas de Tyler Reddick (largou em 29º e terminou em 7º) e John Hunter Nemechek (largou em 34º, terminou em 9º); tivemos 2 retornos às pistas nessa prova: Ryan Newman perdeu 3 provas após se machucar na Daytona 500, chegou a conquistar pontos no primeiro segmento, mas acabou em 15º após receber punição por excesso de velocidade no pit lane. O segundo retorno foi o de Matt Kenseth, que vem para substituir na equipe de Chip Ganassi o “jênio” do Kyle Larson, que perdeu a vaga pela boca durante o período de corridas virtuais. Kenseth, cuja última prova tinha sido a de encerramento da temporada de 2018 em Homestead, terminou em 10º lugar. A grande decepção ficou por conta de Jimmie Johnson, que vinha com certa segurança para vencer o primeiro segmento... quando quis sair da curva 2 ao lado do carro de Chris Buescher, deu um pequeno toque na lateral traseira do carro #17, este rabeou, bateu no muro, a traseira voltou... e acertou a frente do carro #48, levando este a uma rodada que nem toda a experiência de 7 títulos da categoria principal foram capazes de evitar a batida frontal no muro e consequente abandono. Pior de tudo: JJ poderia perfeitamente ter passado Buescher na reta, não precisava fazer essa manobra... enfim, coisas que acontecem.

 

As próximas 3 provas da NASCAR prometem se interessantes por conta do protocolo de segurança adotado, em que os pilotos só vão pra pista diretamente para a corrida: ficam em suas casas, na manhã da corrida pegam seu carro, vão para a pista, e após a corrida voltam para suas casas. Praticamente um track day de luxo. As posições de largada foram definidas por sorteio. Meio bizarro? Talvez sim. Necessário nesses tempos pandêmicos que vivemos? Certamente. Era isso ou ficar mais tempo ainda sem corridas. Continuo torcendo para dar certo. Próxima etapa será na 4ª feira, também em Darlington, prova noturna, e no próximo domingo estão previstas as 600 milhas de Charlotte. Esperemos.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini