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As corridas malucas do mundo virtual PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 11 May 2020 19:33

E aí, galera, como vocês estão se virando com essas restrições por conta do coronavírus? Corretor de imóvel ta tendo que competir agora com o “corretor virtual”! Agora estão fazendo apresentação de imóvel online pra verem se vendem alguma coisa, porque aquela coisa de lançamento, corretor de plantão e visitas de clientes praticamente acabou. E aí, como pagar as contas no final do mês? Corretor virtual não depende de comissão.

 

Já os pilotos andam correndo de tudo e qualquer coisa sentado em casa, nos seus super simuladores, competindo nos quatro cantos do mundo com todo o conforto, no ar condicionado, ganhando seus salários no final do mês sem ter que bater rodas com ninguém... pelo menos de correr o risco de se machucar, algo que não acontece no simulador, por pior que seja o “acidente”.

 

O pessoal que é mais “antiguinho” assistiu desenho animado de corridas, como “Corrida Maluca” ou “Speed Racer”... outro dia descobri um canal na TV por assinatura que ainda passa a Corrida Maluca com as hilárias tentativas do Dick Vigarista (vulgo Michael Schumacher) em vencer as corridas trapaceando. No caso dos desenhos animados, sem nunca conseguir, ao contrário do que fez o alemão em 1990, no GP de F3 em Macau e em 1994 no GP da Austrália de F1.

 

  Personagem dos desenhos animados há muitas décadas, Dick Vigarista tornou-se apelido de muitos pilotos pouco éticos.

 

Mas recentemente tenho visto essas corridas virtuais dessas que andam passando para tentar entreter o público que é fã do automobilismo, E a gente tem visto cada coisa que não são desse mundo! Piloto “largando a brincadeira” pra falar bobagem (a palavra não era essa) em rede social e perder os contratos de patrocínio. Teve outro que deu declarações racistas e foi demitido da equipe onde corria – esses dois foram na NASCAR – mas teve mais.

 

Como no automobilismo virtual – quase – todo mundo pode “brincar”, tem pilotos de umas categorias correndo nas outras e nessa, o Lando Norris, piloto da McLaren foi correr na Fórmula Indy, “no lugar do D. Choronso das Lamúrias”, já que esse pessoal com mais de 30/35 anos não anda colocando a cara a tapa nessas corridas virtuais que as próprias categorias estão fazendo. Ele descarrilou o trem da categoria!

 

  Conhecedor do traçado do COTA, Lando Norris dominou as primeiras voltas da corrida, recuperou-se de uma rodada e venceu.

 

A corrida que ele decidiu disputar foi no Circuito Of The Américas, onde a F1 corre e ele conhece bem o traçado. Já colocou respeito quando conquistou a pole-position e pareceu desde o início como se fosse o piloto a ser batido. Sua extensa experiência no iRacing, abrangendo mais da metade de sua vida, fez a diferença e ele foi deixando os concorrentes para trás.

 

Mesmo depois de uma rodada, após o pit stop feito na bandeira amarela, onde alguns pilotos não entraram, mudando a estratégia como fazem nas corridas reais da categoria. Nem assim o inglês ficou para trás. Numa corrida sensacional, passou todo mundo e venceu a corrida, mesmo sendo atacado no final por outro piloto da “geração videogame”, Pato O’Ward. Chegou chegando e isso, pelo visto incomodou.

 

  O fato de conhecer bem como andar no COTA poderia ter sido uma vantagem para Norris, mas ele não conhecia o "carro".

 

A corrida seguinte seria no templo da categoria: Indianápolis. Um oval, tipo de pista que piloto de F1 não corre, que tem o carro com uma configuração toda particular, que seria a hora de colocar Lando Norris “no seu lugar”. Só que não foi isso que aconteceu e o inglês estava dando trabalho para os pilotos da categoria e aí o espírito do Dick Vigarista encarnou no uma vez campeão da categoria, o experiente Simon Pagenaud.

 

Quando Lando Norris partia para a vitória, o então retardatário Simon Pagenaud avisou para seu spotter que tentaria tirar o inglês da corrida. E assim o fez, ficando muito lento e entrando na frente de Norris, que não conseguiu desviar, acertou a traseira da Penske do rival e rodou, deixando a disputa dos primeiros lugares. Mas não foi só isso. Teve mais... e muito mais! Com prosa ruim nas redes sociais.

 

  O "espírito do Vigarista" foi incorporado pelo piloto da Penske, Simon Pagenaud, que imitou o que fez Schumecher em Macau, 1990.

 

Na “pista”, o “efeito Dick Vigarista” virou “efeito cascata”: na última volta, a baixaria foi total. Primeiro, Pato O'Ward atingiu Marcus Ericsson em disputa que também valia a liderança. O sueco foi mais um a ir para sua página no Twitter reclamar do rival, que se defendeu e defendeu a manobra que fez. Não adiantou, Marcus manteve o ponto de vista e a irritação com o adversário.

 

Depois, metros adiante, já na reta de chegada, Santino Ferrucci virou bruscamente o carro e deu no meio de Oliver Askew, que partia para a vitória. Os dois colidiram, é claro, e acabou que Scott McLaughlin, que era quinto na última curva, venceu sem passar ninguém. Ferrucci tem histórico nas pistas reais: demitido de sua equipe na Fórmula 2 por bater propositalmente no companheiro de equipe Arjun Maini em Silverstone, 2018.

 

  O "acidente visto por outro ângulo" não foi o único. A última volta teve uma "pandemia de vigarices". Baixo nível total.

 

Mas no caso da McLaren, que quer se estabelecer na categoria norte americana, o barraco foi mais longe: depois da corrida, foi mostrado para Lando Norris que Pagenaud tinha planejado tirá-lo da disputa. Mas o menino é do bem e com uma despreocupação de quem tem um futuro pela frente no mundo real deu risadas do acidente, que deixou o carro do francês enganchado na grade depois de um vôo igual a aqueles que vimos uns anos atrás nos carros de verdade.

 

Rindo ou não, britanicamente ele deu sua cutucada no piloto da Penske, chamando-o de perdedor. Quem não levou na brincadeira foi o CEO da McLaren, Zak Brown, quem entrou na polêmica nas redes sociais, criticando Pagenaud, dizendo que atitudes como aquela não era o que se poderia ou deveria esperar de um campeão. Até o ex-fugitivo da FEBEM, Max Verstappen, que não tem participado das corridas virtuais mesmo na F1 disse que aquilo tinha sido a coisa mais idiota que já tinha visto e que aquilo era estúpido.

 

  Em casa, claro, Norris não sofreu um arranhão com o acidente, elevou o moral e ainda fez graça do piloto da Indy.

 

Eu queria ver como seria, se acontecesse, um encontro de verdade, depois do coronavírus, desse pessoal. Quem sabe alguém promove uma corrida com carros de turismo em uma pista curtinha lá nos EUA... poderiam chamar o Kyle Busch e o Joey Logano para dar um “tempero extra” na disputa. Aí sim a gente ia ter uma corrida maluca!

 

Abraços,

 

Maurício Paiva

  
Last Updated ( Thursday, 14 May 2020 16:00 )