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A escolha de Mattia PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 13 May 2020 20:28

Caros Amigos, desde a minha adolescência fui – e ainda sou – um ávido leitor. Não tenho um gênero favorito, mas tenho especial atração por coisas que me instiguem e, as vezes, um livro – que não de deve julgar pela capa, jamais – é capaz de instigar sua compra apenas pelo título e seu prefácio.

 

Publicado em 1979, o Best Seller “A escolha de Sofia” relata, com perfeito domínio do tempo na narrativa e um texto denso, envolvente e cheio de suspense, o drama comovente e aterrador de Sofia Zawistowka, uma polonesa sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz.

 

O romance é em parte autobiográfico, ao narrar o envolvimento de Stingo com a bela Sofia, assombrada pela escolha que precisou fazer um dia e que não somente definiu o resto da sua vida, como também se tornou uma expressão idiomática: fazer uma “escolha de Sofia” significa ver-se forçado a optar entre duas alternativas igualmente difíceis. No caso do livro, insuportáveis.

 

Aqueles que acompanham a F1 mais de perto perceberam na renovação de longo prazo do contrato de Charles Leclerc (até 2024) despertou a desconfiança de que as coisas na casa de Maranello poderiam ter uma mudança de grande monta. Esta mudança foi anunciada nesta semana, com a divulgação de que a Ferrari não vai renovar o contrato de Vettel, após mais um ano de jejum de títulos, que vem desde 2007 vom Kimi Raikkonen.

 

Existe um detalhe interessante no mercado de pilotos: nada menos de 14 pilotos dos 20 do grid não tem destino definido contrato para 2021. Apenas 6 sabem já estenderam seus compromisso, um número que pode ser considerado maior uma vez que Lewis Hamilton, por exemplo, não deve sair da Mercedes. Este “detalhe”, de tantos pilotos buscando melhores possibilidades certamente levará os responsáveis pelas escuderias não podem esperar o último momento para negociar, definir seus pilotos. Apesar de toda a eletrônica dos atuais carros, eles ainda são parte muito importante para a conquista dos melhores resultados.

 

E é aí que entra “a escolha de Mattia”: quem seria o melhor companheiro de equipe para sua aposta para liderança do time pelos próximos 5 anos. Apesar do número de pilotos – potencialmente – disponíveis no mercado, o leque de opções é bem restrito e não se limita às questões técnicas. A Ferrari busca alguém com um perfil capaz de somar para a equipe e não dividir. Acidentes como o que vimos na parte final do GP Brasil do ano passado onde Sebastian Vettel fechou Charles Leclerc e tirou os dois carros da prova não passa pelos planos da direção da Scuderia. Possivelmente o fato pesou, de alguma forma, na decisão anunciada ontem, terça-feira.

 

Mas quais seriam as opções: A “rádio Paddock” (ou no caso, sem atividades na pista, a Paddock Net) falam em Daniel Ricciardo, Carlos Sainz Jr. como os favoritos para a vaga. Daniel Ricciardo, da Renault, australiano, 30 anos, seria um candidato natural, pois seu contrato com a Renault termina no fim do ano e sempre houve uma relação amigável entre o piloto e a equipe italiana (não me parece que o simpático australiano não tenha uma relação não amigável com alguém). Ricciardo chegaria na Ferrari com a condição que ele não aceitou na Red Bull e o levou a deixar a equipe. A diferença – em teoria – e que ele não teria na figura do seu companheiro de equipe uma pessoa com mentalidade, digamos, difícil como a de Max Verstappen.

 

O outro nome falado por boa parte dos especialistas é o do espanhol Carlos Sainz Jr., atualmente na McLaren e também com contrato terminando em 2020. No ano passado ele terminou com a 7ª posição do campeonato, o que seria o título entre as equipes fora das 3 dominadoras da temporada. O pai do piloto foi procurado por Mattia Binotto, mas até onde essa troca seria interessante para ele? Na Toro Rosso ele foi “segundo” de Max Verstappen. Sair da equipe onde está para ser um “novo segundo”? Além disso, a partir de 2021 a McLaren voltará a usar motores Mercedes e isso pode levar a equipe para o pelotão da frente.

 

Eu li na coluna do grande Cláudio Carsughi, a enciclopédia do automobilismo e do esporte a motor como um todo, que Kimi Raikkonen poderia ser uma “opção segura” para permitir que Charles Leclerc se estabeleça como primeiro piloto e postulante a títulos, com a vantagem de que Kimi estaria praticamente em casa. Eu ousarei discordar! Apesar de concordar com o argumento, com a questão dos contratos que se encerram em 2020, optar pelo finlandês seria perder uma chance de aproveitar esta situação, atípica, de tantos pilotos terminando contrato no final de um ano igualmente atípico.

 

A única coisa que eu poderia afirmar é que esta decisão, a escolha de Mattia, vai agitar o noticiário e todos acordaram na quinta-feira aqui no Brasil, o que me obrigou a alterar o texto original desta coluna, que havia sido publicada na noite da quarta-feira, especulando sobre as próximas semanas, tudo ficou exposto em menos de 48 horas sobre a decisão de Mattia, em Maranello, e a dos nomes envolvidos: Carlos Sainz Jr. assinou contrato com a Ferrari, deixando em aberta a vaga na McLaren, que logo em seguida anunciou a contratação de Daniel Ricciardo para o seu lugar.

 

Agora vai nos restar saber se a escolha de Mattia, assim com a dos pilotos que trocaram de equipe, foram as escolhas corretas.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva

 

  

Last Updated ( Thursday, 14 May 2020 07:43 )