Olá leitores!

Esse domingo foi comemorado no Brasil (e creio que a data coincida em alguns outros países também) o Dia das Mães, pelo que começo a coluna homenageando as mesmas, certamente um Dia das Mães que muitas não gostariam de enfrentar, distantes de seus filhos por conta do confinamento social nos países onde os políticos não tiveram a inteligência de decretar lockdown logo no começo da pandemia, mas enfim... nos cabe fazer a vida prosseguir, mesmo com esses entraves pagos com o dinheiro da população.

O pessoal da Fórmula 1 fez mais uma etapa de demonstração de videogame, ops, F1 Esports Virtual Grand Prix, dessa vez na pista de Barcelona. A respeito das corridas virtuais, elas acabam me lembrando dos tempos de adolescência nos anos 80, quando eu babava nas propagandas de jogos eletrônicos, acabava tendo um pouquinho de contato com eles quando ia na casa de colegas de escola cujas famílias tinham melhor poder aquisitivo que a minha, e na maior parte das vezes quando íamos jogar era aquele negócio: perdeu, sai até chegar sua vez de novo... eu como não tinha em casa, perdia rápido e acabava como espectador do pessoal a maior parte do tempo. E ser espectador de videogame é chato. Sim, sei que hoje em dia existem até narrações de campeonato de esportes virtuais pela internet ou mesmo canais por assinatura, mas... não consigo gostar. É uma curiosidade, serve aos propósitos de continuar exibindo as marcas dos patrocinadores das equipes, mas automobilismo virtual é igual vôlei: legal de jogar, mas muito chato de assistir. Entretanto, tergiverso. A corrida foi marcada pela disputa entre o pole position George Russell e Charles Leclerc. Russell largou mal, caiu para 5º lugar, veio recuperando as posições até voltar à liderança, e quando conseguiu reassumir a liderança na pista já se encontrava em uma situação complicada, pois recebeu nas voltas anteriores uma punição de acréscimo de 3 segundos ao seu tempo de corrida por conta de ter desobedecido aos limites da pista. Entretanto, na penúltima volta Leclerc também infringiu os limites da pista, recebendo a mesma posição e selando a vitória do George Russell, que comemorou como se fosse uma corrida real. Tem que comemorar mesmo, já que com a Williams dificilmente ele irá conseguir algo próximo a isso no mundo real... O pódio virtual ficou completo com Esteban Gutierrez, que correu pela Mercedes. Pietro Fittipaldi, pela Haas, terminou em 8º lugar, atrás de Giovinazzi pela Alfa Romeo e à frente de Antonio Fuoco pela Ferrari.

Acho que valeu mais à pena assistir aos VTs de corridas antigas disponibilizadas pelo site da categoria: essa semana colocaram na íntegra o GP de Mônaco de 1982, uma das corridas mais malucas da história da categoria, alcunhada de “a corrida que ninguém queria vencer” pelos mais maldosos, tamanha a quantidade de acidentes/incidentes envolvendo os líderes da corrida nas últimas voltas. Aliás, independente da loucura causada pela garoa nas últimas voltas, vale a pena ver nem que seja para presenciar o calmo e cerebral Alain Prost ultrapassar o retardatário Elio de Angelis quase jogando o carro pra cima do italiano na freada da Saint Devote... uma corrida na qual o primeiro colocado recebeu a bandeirada, o segundo (Pironi) e o terceiro (de Cesaris) abandonaram na última volta, e os pilotos em 4º e 5º lugar terminaram a prova mas sem conseguir ultrapassar os dois que abandonaram (se a prova tivesse uma volta a mais...). Loucura total.

Coisa muito, mas muito mais interessante, foi a corrida da eNASCAR iRacing Pro Invitational Series na versão digitalizada do antigo templo das corridas em ovais curtos dos primórdios da categoria, North Wilkesboro. Primeiro que a digitalização ficou perfeita, parecia que você pegou carona na Time Machine com Marty McFly e retornou no tempo. Segundo que a corrida – talvez pelas características da pista – foi boa mesmo para os padrões de quem não se acostumou ainda com a ideia de automobilismo virtual. E a vitória de Denny Hamlin foi desenhada a pouco menos de 10 voltas do final com uma manobra clássica da categoria, um “bump and run” sobre Ross Chastain (que ao final teve que se contentar com o 4º lugar na bandeirada). Das poucas corridas virtuais que vi e gostei. Teve até um “big one” na prova. Tudo de bom. O Top-5 foi composto por Timmy Hill em 2º, Tyler Reddick em 3º, o já mencionado Chastain em 4º e por Austin Dillon em 5º, correndo com a tradicional pintura amarelo e azul do carro #3 do começo dos anos 80. Havia certa expectativa por parte de alguns por conta da participação do último piloto a vencer no North Wilkesboro “real”, Jeff Gordon, mas ele (nitidamente) se divertiu no simulador e sorrindo terminou em 18º lugar.

A NASCAR está prometendo voltar às pistas do mundo real semana que vem, com dois eventos em seguida ocorrendo em Darlington: dia 17/05 será a prova que deveria acontecer em 21/06 em Chicagoland. A etapa que deveria acontecer 19/04 em Richmond acontecerá quarta feira 20/05 também em Darlington. Já a prova da quarta feira 27/05 se refere à etapa que aconteceria em Sonoma e que foi reposicionada para acontecer em Charlotte. Os presidentes das pistas de Chicagoland e Sonoma já declararam que aguardam o retorno da categoria em 2021, ao passo que o presidente da pista de Richmond assegurou estar trabalhando para que a prova do outono (já nos playoffs) prevista para 12/09 seja um grande evento para os fãs (ele está confiando que sejam liberadas aglomerações humanas até lá). As provas de Darlington e Charlotte ocorrerão sem público e com severas regras de isolamento social para os integrantes das equipes. Inclusive as pistas foram escolhidas devido à proximidade com a sede das equipes, minimizando assim os deslocamentos para as corridas. Vamos torcer para tudo dar certo... Está prevista a realização completa da prova de 600 milhas em Charlotte no domingo 24/05, mesmo dia em que estariam previstas as corridas de Mônaco (F-1) e Indianapolis (Indycar).

Até a próxima!