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A criatividade do mundo virtual e seus carros indestrutíveis PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 04 May 2020 06:39

Olá leitores!

 

Mais uma semana em que os mundos virtual e real se misturam ... mas ao menos não temos obituário, já é um avanço.

 

Caso o vírus não tivesse se espalhado como fez, esse final de semana deveríamos ter a volta de Zandvoort ao calendário da F-1, e o site The Race (www.the-race.com) fez um exercício listando 14 pistas que a Fórmula 1 poderia ou deveria trazer de volta. A lista deles foi interessante, embora eu jamais pensasse em trazer de volta a pista de Buddh (talvez um dos piores trabalhos “partindo do zero” do Tilke) ou a chatíssima Magny-Cours. Talvez pela premissa que norteou a lista se basear nos parâmetros que permitiram a volta de Zandvoort, a de ser uma pista que atualmente existe e teoricamente ser capaz de receber os ajustes para os padrões da Fórmula 1 de 2020, muita pista interessante ficou de fora. Confesso que algumas opções apresentadas seriam interessantes para substituir pistas atuais. O site citou uma hipotética temporada começando e terminando na Austrália para apresentar a pista de Adelaide... mas eu trocaria sem problema algum a chatíssima prova de Melbourne pelas interessantes ruas de Adelaide. Até hoje a pista é usada, em uma versão mais curta, pela Supercar australiana, mas creio que no comprimento original seria uma ótima opção para a abertura do campeonato. E eu aceitaria sem o menor problema trocar aquela Paul Ricard com chicane no meio da reta Mistral por Dijon-Prenois. As variações de altura na curta pista de Dijon provavelmente tornariam a prova mais interessante que a plana e – ao menos na configuração atual – extremamente chata Paul Ricard. De quebra nos livraríamos daquelas áreas de escape pintadas com listras que têm como principal função atrapalhar a visão de quem acompanha a corrida pela TV. Quando a pista era exclusivamente voltada para testes, sem problemas, aliás esse propósito de servir para testes é que norteou o asfaltamento de tudo o que pudesse vagamente ser considerado área de escape e aquela pintura de gosto duvidoso para demarcar as partes “fora da pista”, mas para competição de verdade aquilo mais atrapalha do que ajuda. Até por motivar excesso de rigor dos comissários de pista com a questão de “limites de pista”, limites esses muito melhor definidos com grama, brita ou areia do que com asfalto. Há outras sugestões na matéria que saiu no sábado no site supramencionado, metade delas eu achei interessante (mesmo que com ressalvas), a outra metade eu dispensaria, mas é uma leitura que vale à pena.

 

Esse exercício proposto pelo site me motivou a pesquisar as pistas obscuras existentes, aquelas que não recebem as categorias de grande ou médio destaque... olha, confesso que foi uma busca muito divertida. Sair buscando autódromos aleatoriamente pelo globo me fez descobrir desde uma modesta – porém com traçado muito interessante – pista no Senegal cujo portal de entrada lembra as tendas dos beduínos até uma pequena pista (pouco menos de 3km de extensão) na Finlândia cujos boxes não ficam na reta de largada... aliás, nem em linha reta ficam. Confesso que passei horas fuçando nessas “pistas lado B” com o mesmo gosto com que saio procurando músicas “lado B” na internet.

 

E aparentemente as categorias mundo afora se tocaram que nesses tempos reclusos que vivemos a única maneira de se manter na mídia são as corridas virtuais, pelo que esse final de semana tivemos uma série delas. A MotoGP (que tinha feito sua corrida virtual anterior com o jogo MotoGP19) lançou a edição 2020 do mesmo jogo promovendo uma corrida virtual em Jerez de la Frontera com as 3 categorias. Interessante que aparentemente os pilotos da Moto3 levaram a coisa mais a sério que os da categoria principal, já que na prova da MotoGP tivemos muito mais choques e quedas que na Moto3 ou na Moto2. No final, venceu quem caiu antes e portanto teve mais tempo de recuperar posições: vitória de Maverick Viñalez, seguido por Alex Márquez em 2º e Francesco Bagnaia em 3º.

 

Agora, se vocês acham que o pessoal da MotoGP leva a coisa na brincadeira, deveriam ter visto a prova do Indycar iRacing Challenge... parecia corrida no Need For Speed, de tanto que o pessoal se batia. E para a tristeza do pessoal da Indy mais uma vez a vitória estaria nas mãos de Lando Norris... até que apareceu um Pagenaud da vida devagar no meio do caminho pra provocar um acidente e tirar o Norris da disputa. Aliás, a revista Motor Sport se referiu em termos muito elogiosos (só que não) ao Pagenaud em sua conta do Twitter... foi engraçado. A vitória ficou com o Scott McLaughlin, graças ao Ferrucci que fechou Askew na disputa pela vitória como se fosse corrida do BTCC dos anos 90... ainda bem que no simulador não machuca.

 

Só quem leva a sério esse negócio de corrida virtual é o pessoal da NASCAR, e esse domingo correram em Dover, uma das pistas que o americano mais gosta e que eu acho mais sem graça (não tanto quanto Martinsville, esse é hors-concours). Como seria de se esperar a vitória no eNASCAR iRacing Pro Invitational Series foi de William Byron, pela terceira vez nos últimos 4 eventos. Esse se dá bem em simuladores. Foi seguido (bem de perto) por Christopher Bell em 2º, com Timmy Hill (muito constante no Top-5 virtual) em 3º, Erik Jones em 4º e Michael McDowell fechando o Top-5. Mas a grande notícia é que a última corrida virtual antes da volta da NASCAR às pistas reais será em uma pista tremendamente histórica: final de semana que vem correrão no North Wilkesboro Speedway, pista de 0,625 milha que por décadas foi um dos marcos da categoria e que foi digitalizada pelo pessoal dos simuladores a pedido de Jeff Gordon, o último vencedor da Cup Series na pista antes que ela encerrasse as atividades em 1996. Hoje se encontra abandonada, praticamente em um estado que não permite mais a recuperação da mesma, e a digitalização da mesma foi, segundo Jeff, para que as novas gerações tivessem conhecimento daquele palco histórico da categoria. País civilizado é outra coisa...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini