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Pamplona 2020: A festa de San Firmino PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 01 April 2020 20:16

Caros Amigos, todos os países tem algumas tradições. Algumas seculares e até milenares como no caso de chineses e japoneses, povos de países que estabeleceram suas culturas há um tempo que mesmo o chamado “velho continente” (a Europa) era uma terra de bárbaros.

 

Uma brincadeira na festa de São Firmino, em 1881, acabou tornando-se um virou tradição da cidade espanhola de Pamplona. Todo mês de julho, ao longo de oito dias acontecem – uma a cada dia – as famosas “Corridas de Touros. São 8 corridas. Uma parte da cidade é isolada, um verdadeiro “corredor” por entre as casas em espaços estreitos são abertos, com as pessoas nas janelas e sacadas, indo até a praça de touros da cidade. Um grupo de touros são soltos e correm em direção a Arena... com uma quantidade enorme de “toureiros amadores” dispostos a tentar “tourear”, escapar das chifradas ou mesmo correr entre os animais de centenas de Kg.

 

Particularmente, não tenho notícias de brasileiros participando desta brincadeira extremamente perigosa (lembro-me de algumas vezes ter visto na televisão casos de pessoas sendo mortas pelos animais), mas para 2020 teremos – ao menos espero que ainda tenhamos, em face ao coronavírus – a “corrida de Touros” envolvendo dois brasileiros: Sérgio Sette Câmara e Igor Fraga.

 

Sergio Sette Câmara já foi piloto do programa da equipe austríaca, a Red Bull, em 2016. Contudo, por não conseguir atingir os resultados esperados pela equipe e que conseguiu voltar ao programa depois de ter conquistado a superlicença no ano passado, após a conclusão da temporada da Fórmula 2. Aos 21 anos e com uma condição de que a Red Bull não tem nenhum de seus jovens pilotos com a superlicença em mãos, o mineiro Sette Câmara é o piloto reserva das duas equipes (em teoria), uma vez que, caso haja algum problema na equipe principal, provavelmente eles promoverão um piloto da “equipe B”, a Alpha Tauri.

 

Assim como aconteceu com Pierre Gasly, sem lugar para correr na Fórmula 1 após conseguir sua superlicença, a Red Bull colocou o piloto francês para disputar a Superfórmula no Japão, uma categoria de monopostos mais rápida que a Fórmula 2, mas basicamente disputada por pilotos locais, com a participação de alguns estrangeiros. Este ano, a Red Bull promoverá uma “corrida de touros” nesta categoria. Além do brasileiro, o estoniano Júri Vips, também piloto do programa, esará na mesma categoria e com uma vantagem: Como o brasileiro só foi confirmado há menos de duas semanas, pegou uma vaga que seria de Pietro Fittipaldi e que, segundo levantamento do nosso colunista, Genilson Santos, não se trata de uma equipe onde os pilotos tem conseguido bons resultados nos anos anteriores. Se a Red Bull irá levar este “detalhe” em consideração é algo que não podemos nos fiar em se tratando de programa de jovens pilotos da equipe.

 

Além de estar em uma equipe melhor (a Mugen), Vips tem como vantagem o fato de já ter disputado o campeonato no ano anterior, onde terminou na 5ª colocação. Ele tamém disputou o campeonato da Fórmula 3, contra Pedro Piquet e Felipe Drugovich. Foi o 4° colocado e na suas participações no GP de Macau de F3 sempre andou entre os primeiros. Estranhamente, o “touro estoniano” não disputará a Fórmula 2, algo que seria natural para 2020, mas uma colocação entre três primeiros na categoria japonesa será o suficiente para ele conquistar a superlicença.

 

Uma outra “corrida de touros” vai acontecer na Fórmula 3. Igor Fraga, que entrou este ano para o programa de jovens pilotos da Red Bull, voltará a ter como oponente seu grande adversário do Toyota Racing Series, Liam Lawson, que – da mesma forma que Jüri Vips – leva vantagem sobre o “touro brasileiro” por já ter disputado uma temporada na categoria, no ano de 2019.

 

Os dois pilotos tiveram excelentes trajetórias até chegar onde estão e no início do ano travaram – ao longo de cinco finais de semana – um duelo sensacional na disputa do campeonato patrocinado pela Toyota que, a cada ano, atrai mais pilotos de todas as partes do mundo e que passou a creditar pontos para a superlicença, tornando-o mais atrativo.

 

Igor Fraga talvez possa ser chamado de “aquele piloto que não existe mais”. Um jovem de família de classe média que ao custo de muito trabalho e dedicação conseguiu ir galgando espaços, conquistando títulos (no automobilismo real e virtual), mas que apesar de todo seu talento, especialmente demonstrado na última temporada da F3 Europeia, pessoalmente, eu via como uma enorme falta de visão dos gestores desses programas para jovens pilotos. Agora, ele está tendo “a chance da vida”.

 

Entretanto, no momento e até onde não sabemos, todos os touros estarão confinados aos seus respectivos currais devido a pandemia que nos assola.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva

  

Last Updated ( Thursday, 02 April 2020 16:31 )