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Um ano desafiador para Sebastian Vettel PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 23 March 2020 00:17

Olá fãs do esporte a motor,

 

Bem vindos ao meu consultório online e me Divã virtual em tempos de coronavírus... hahaha. No melhor estilo brasileiro, tentando rir para não chorar com essa pandemia que está colocando o mundo de pernas para o ar.  

 

Há três semanas foi criado o meu “consultório virtual”. Tanto eu como a minha secretária estamos trabalhando em casa, com ela cuidando da agenda e eu fazendo as consultas à distância. Todos os meus pacientes foram avisados e a adesão foi total. Não sem, claro, algumas piadinhas com o fuso horário. Lewis e Daniel foram bem criativos e humorados. Amei.

 

A universidade onde estou fazendo doutorado também paralisou as atividades, mas este ainda é o maior projeto de 2020. Assim, desta forma, vamos tentando atender a todos da melhor forma possível. Como diz o meu marido, “é o que temos para hoje”.

 

E para esta quinzena, depois da paralisação de todas as competições pelo mundo, escolhi a sessão que tive com Sebastian, que está em um ano decisivo de sua vida, com a cobrança cada vez maior na Ferrari – que não fez uma boa pré-temporada na Espanha – com a sombra de Charles Leclerc cada vez maior e com a pressão por um título sempre sobre suas costas. De certa forma, o cancelamento do GP da Austrália pode ter sido um alívio.

 

  O ano de 2020 vai ser decisivo na vida de Sebastian Vettel. Seu último ano do atual contrato na Ferrari e uma cobrança enorme.

 

Sebástian tem consciência de que há coisas que ele pode fazer melhor e que precisa fazer melhor. Ele fala sobre aquela coisa de estar sempre buscando os detalhes, de achar o ponto certo para fazer as coisas e que não se ganha quatro títulos mundiais por acaso. Esta é uma verdade que todos temos que concordar. Por mais que o carro da Red Bull fosse excelente, Sebastian precisava ser excelente também.

 

Isso, contudo, não tem tirado o incômodo que a sombra de Charles Leclerc vem fazendo. Sebastian disse ter ficado feliz em ver a Ferrari apostando em um talento tão grande como é o de Charles ao renovar seu contrato até 2024 e que não está preocupado por não ter tido ainda aquela “conversa” sobre a renovação ou não do seu contrato com a Scuderia. Para ele, tudo virá no tempo certo e no momento, há uma preocupação maior para 2020 que é ter um carro competitivo contra uma Mercedes que impressionou em Barcelona.

 

  Será o segundo ano da parceria com Charles Leclerc, que no ano passado cresceu pra cima do tetracampeão mundial.

 

Uma coisa que Sebastian tem plena consciência é que os erros dos últimos anos não podem se repetir, mas ele disse o mesmo no ano passado e no ano anterior. Depois de perder as lideranças do campeonato em 2017 e 2018, quando ele perdeu o quinto título mundial e Lewis Hamilton o ultrapassou para vencer os dois. O acidente da pole position em Cingapura em 2017 e a saída de pista para a barreira de pneus ao liderar o GP da Alemanha em 2018 foram difíceis de engolir.

 

Mas os erros em 2019 (rodar na pista no Bahrain e no GP da Ferrari em Monza, e uma colisão com o Red Bull de Max Verstappen no GP da Grã-Bretanha e a pior delas, o acidente com Charles no último GP Brasil) tiveram um efeito muito negativo para ele em relação ao seu status na equipe – algo não declarado, mas a renovação do contrato de Charles e a dele, não sejam um sinal – e também perante aos tiffosi e a mídia italiana.

 

  O ano promete ser difícil e a cobrança maior do que em todos os outros. Se as coisas não correrem bem, pode ser o último.

 

Foi inevitável não procurar fazer Sebastian falar sobre uma possível e incômoda equiparação de status dentro da equipe para a temporada deste ano, algo que a Ferrari não faz desde a chegada de Michael Schumacher. Mattian Binotto inclusive já afirmou que acha certo que eles estejam no mesmo nível para começar a temporada 2020 e Sebastian reagiu com uma resignação que poderia ser surpreendente para alguns, mas que na verdade é uma forma de interiorização e fortalecimento que ele tem buscado. Uma lição aprendida do terrível ano de compartilhamento da Red Bull com Daniel Ricciardo.

 

Daniel que tem tido seu nome comentado em uma possível “troca” para 2021, com o australiano indo para a Ferrari e Sebastian indo para a Renault. Ele desconversa sobre isso e diz que não tem nada em relação a isso, apesar dos recentes elogios do diretor da equipe francesa em relação a Sebastian. Evidentemente as coisas poderia caminhar nessa direção ao longo do ano, mas com as incertezas provocadas pelo coronavírus, hoje nem este tipo de especulação, natural após algumas etapas disputadas, seria algo com alguma racionalidade.

 

  Com as dificuldades apresentadas na pré-temporada, As dificuldades podem ser maiores. As cobranças também serão.

 

Sebastian foi, no início da temporada passada beneficiado com algumas ordens de equipe que o colocaram à frente do companheiro de equipe. Isso mudou ao longo da temporada e ele percebeu a perda de espaço. Apesar de Mattia Binotto afirmar que continuará com o uso de ordens de equipe, ele garante que deixará a disputa livre entre os pilotos.

 

Cabe a Sebastian estar pronto para quando a temporada voltar e o mundo voltar a ter uma certa normalidade pós-coronavírus conseguir estabelecer uma liderança na equipe e nestes meses antes da retomada nas pistas, a Ferrari consiga encontrar soluções para seus problemas e estar minimamente competitiva na volta dos carros à pista.

 

Beijos virtuais do meu Divã,

 

Catarina Soares