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Jimmie: Um campeão é eterno PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 25 February 2020 22:52

Olá fãs do esporte a motor,

 

Neste período de férias, um dos pacientes aqui dos Estados Unidos com quem mantive contato mais próximo foi o hepta campeão da NASCAR, Jimmie Johnson, a quem admiro muito como piloto e como pessoa.

 

Os últimos dois anos foram bem difíceis para ele. A Sua equipe – a Hendrick Motorsport – e a Chevrolet de um modo geral pareciam ter “perdido a mão” e seus carros foram superados com facilidade em 2018. Em 2019 as coisas melhoraram, mas o grande campeão em atividade continuou “na seca”. Passou a temporada inteira sem vencer e ficou fora da decisão final pelo título, o que não acontecia desde 2004.

 

Aos 44 anos de idade, Jimmie Johnson veio amadurecendo uma ideia ao longo de 2019 e no final do ano passado falou para mim, mas pediu segredo (ele sabe que sou editora do site dos Nobres do Grid), para que não fosse nada noticiado antes de um pronunciamento oficial que ele faria antes do início da temporada de 2020. O que posso dizer é que vou sentir sua falta no grid.

 

   São quase 20 anos correndo na NASCAR, 83 vitórias e sete títulos que fazem de Jimmie Johnson uma lenda viva das pistas.

 

Ele veio para sua consulta quinzenal depois das 500 milhas de Daytona, onde estava muito bem na prova e acabou sendo apanhado por um “big one”. Foi uma corrida de final tenso com o acidente de Ryan Newman, mas Jimmie chegou com uma expressão muito leve. O carro estava bom, competitivo, ele estava se sentindo bem e mesmo tendo anunciado que deixaria a categoria – ao menos como piloto regular de toda temporada – estava se sentindo renovado e motivado para tentar superar Dale Earnhardt e Richard Petty, isolando-se como o maior campeão da categoria caso venha o oitavo título.

 

Este foi um assunto delicado para se tratar com Rick Hendrick, com quem Jimmie Johnson está correndo desde 2002. É uma relação mais longa do que seu casamento e com a clareza de quem tem quase 20 anos correndo praticamente 80% dos finais de semana por ano também pesou e a grande relação ente Rick e Jimmie deixou a ambos muito à vontade para tentar fazer de 2020 uma grande temporada.

 

   Esta relação entre Jimmie Johnson e a equipe de Rick Hendrick criou um vínculo de amizade e confiança entre todos.

 

Uma das coisas que mais admiro em Jimmie Johnson é o lado família. Ele é casado com Chandra e tem duas filhas lindas (Genevieve e Lydia) e ele ponderou que suas filhas estão entrando em uma fase da vida que ele acredita ser importante estar mais tempo em casa e com 38 etapas (as 36 regulares e as duas extras) da NASCAR, ele fica tempo demais longe das filhas, mas ele é muito consciente de que nenhuma mudança é um processo fácil.

 

De forma bem clara, Jimmie não pretende se aposentar e simplesmente parar de correr. Ele só não quer correr 38 provas por ano. Isso tem deixado uma outra possibilidade no ar: a de correr em outras categorias, fazendo algumas corridas, mas buscando equilibrar a paixão das pistas com a relação familiar. Ele falou em Indy, IMSA, Le Mans, mas que este é um assunto a se ver depois. Que o foco agora é a temporada 2020 da NASCAR.

 

   Depois de anunciar que esta será sua última temporada regular na NASCAR, Johnson fala em resgatar certas coisas.

 

Sobre isso, Jimmie disse que algumas coisas precisavam ser resgatadas este ano e uma delas era aquele olhar de temor por parte dos seus adversários, o que desapareceu nos últimos anos em função dos seus resultados bem abaixo dos obtidos ao longo da carreira. Ele disse que desceu um platamar e que não estava onde deveria e nem um pouco satisfeito. Para deixar a categoria, era importante sair por cima.

 

No ano passado Jimmie mudou de chefe de equipe. Com Cliff Daniels trabalhando com ele desde o final do ano passado, fazendo as últimas corridas, inclusive, ele percebeu uma melhora de performance, com resultados melhores e conseguindo andar entre os 15 primeiros. Este foi um grande impulsionador para 2020 e o desempenho nas 500 Milhas de Daytona foi um reflexo desta mudança do final de 2019 e do planejamento para este ano.

 

   Deixar a NASCAR não significará deixar as pistas e Jimmie Johnson não vai nos deixar órfãos de seu carisma.

 

Depois de ver seu desempenho em Daytona e também em Las Vegas (escrevi a coluna depois da corrida), acho que posso afirmar que o Jimmie Johnson que me procurou anos atrás para fazer terapia para lidar melhor com o fato de que mesmo sendo um dos maiores vencedores da categoria, ele não conseguia ter um grande número de fãs e até mesmo ter pessoas torcendo “contra” por ele não ter o “carisma” de Earnhardt e Petty está de volta.

 

O ano de 2020 promete e Jimmie pode pensar em conquista de título. As próximas provas serão importantes para que ele consiga voltar a “provocar temor” nos adversários e isso acontecendo, os “haters” vão ter que engolir a seco uma oitava conquista.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares