Olá leitores!

Enquanto as temporadas não começam oficialmente, vamos de testes de pré-temporada, “silly season” e corrida extra campeonato... além da felicidade de ver um filme sobre nosso esporte favorito vencer os preconceitos atuais e ser indicado para diversas categorias e vencer em duas delas na mais prestigiada premiação da indústria do cinema norte americano, o Oscar.

MotoGP fazendo testes e as especulações e reclamações giram mais alto que os motores das motos. Para não perder o costume, Cal Crutchlow está reclamando da moto... ele fosse um piloto melhor, estaria na equipe principal da Honda e a moto seria feita de acordo com o estilo de pilotagem dele. Como não é, saiu dizendo que por enquanto a moto 2020 piorou em curvas em relação à 2019... simples, pare de encher o saco e corra com o chassi do ano passado, cáspita! Cara chato... no geral, a Yamaha está lembrando a Ferrari dos anos 80, muito rápida nos treinos de pré-temporada, mas pela falta de velocidade em retas presumo que será mais um ano de fiascos. Suzuki, além de mostrar uma pintura “vintage” maravilhosa, também apresentou resultados interessantes, pode ser que incomode mais do que ano passado. A Ducati, ao menos no tipo de pista usado (Sepang), parece meio perdida. Os pilotos também não parecem estar no auge da motivação, então não dá pra saber direito.

Mas talvez a grande bomba do circo da MotoGP seja a confirmação da dupla da equipe de fábrica da Yamaha para 2021 e 2022 com Maverick Viñales e... Fabio Quartararo. Por um lado é compreensível a Yamaha não querer deixar fugir o talento do Quartararo, mas agora fica a dúvida: e “Il Dottore”? Rossi se aposenta final do ano ou continua em 2021 na equipe satélite SIC, trocando de lugar com Quartararo? A Yamaha, sabedora do potencial de alavancar vendas de motos do grande campeão italiano, disse que ele tem até a metade da temporada para decidir seu futuro, e que se resolver continuar terá moto oficial e mecânicos da própria Yamaha pra cuidar da moto dele... vamos aguardar. Ele já não tem que provar nada a ninguém, já fez muito pelo esporte, e se quiser continuar será pela satisfação pessoal da velocidade, como fez Schumacher quando retornou da aposentadoria para a Mercedes. Qualquer que seja a decisão de Valentino Rossi, esse colunista apenas tem a agradecer por tudo que ele propiciou.

Na Fórmula 1, a Pirelli já bateu o punho na mesa: 2021 será com os novos pneus de perfil baixo (aro 18 polegadas), por mais que as equipes tentem adiar novamente a decisão e continuar com as rodas de 13 polegadas. Faz sentido: quando essas rodas de 13 polegadas foram adotadas, uma parte considerável dos carros de produção usavam essa medida, então era possível extrapolar alguns resultados das pistas para os pneus de rua... hoje em dia pneus de aro 13 se encontram – quando se encontram – para o mercado de reposição de carros mais antigos. Ao menos no Brasil, algumas medidas de aro 13 estão quase impossíveis de serem encontradas, um grande problema para os proprietários que querem manter a originalidade do seu veículo antigo... por qualquer parâmetro de lógica, não faz o menor sentido insistir no formato de pneus atual. Eu apoiaria 100% a manutenção desses pneus, desde que o regulamento na parte de aerodinâmica retornasse ao padrão da metade dos anos 70, antes da invenção do carro asa. Do jeito que está, vamos de rodas e pneus modernos e chega de tertúlia flácida para acalentar bovino.

Para não dizer que não tivemos ação nas pistas, aquela prova extracampeonato da NASCAR, o Busch Clash, apenas para pilotos convidados pelo desempenho na temporada anterior, foi disputada nesse domingo... praticamente um derby de demolição: 18 largaram, 6 terminaram a prova. Tivemos até um “big one” em uma relargada, para dar uma ideia da sede de volante que o pessoal estava após as férias. Mesmo com o carro mais danificado do final da prova, a vitória ficou com Erik Jones, com o auxílio do companheiro de equipe Denny Hamlin, que uma volta atrás não conseguiria na última relargada disputar a vitória e o auxiliou empurrando o carro de Jones a última volta inteira, fazendo com que ele assumisse a liderança e vencesse a prova. O vídeo é espetacular. Claro que tive que acompanhar por outros meios, já que para a transmissora oficial da categoria na Banânia o campeonato argentino de futebol dá mais audiência...

E terminemos com a ótima notícia: Ford X Ferrari foi indicado em 4 categorias para o Oscar e venceu em 2, Melhor Edição de Som e Melhor Edição de Filme. Em tempos sombrios onde o automóvel e o automobilismo são vistos como a fonte de todos os males da vida moderna, um grande alívio. Por mim, também teria vencido o de Melhor Filme, mas nessa categoria a disputa era muito forte, já valeu por ter sido indicado.

Até a próxima!