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O estranho silêncio sobre Interlagos PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 23 January 2020 20:50

Caros amigos, desde 2012 meus estimados leitores se acostumaram a ler minhas colunas às quintas-feiras. Sempre procurei guardar uma certa distância do final de semana, fosse para o leitor poder dedicar-se a outras opções, fosse para se concentrar nas transmissões do esporte a motor dos seus dias de lazer.

 

Esta semana, por um motivo que considerei extremamente importante, comuniquei para nossas editoras que eu postergaria em um dia a publicação da minha coluna diante de um evento que eu estava aguardando para o dia de hoje e que, contudo, não aconteceu: o comunicado da abertura dos envelopes dos grupos interessados na concessão do Autódromo Internacional José Carlos Pace, em Interlagos.

 

Como todos os membros que trabalham e dedicam horas pessoais ao nosso projeto de resgate, preservação e divulgação da história do automobilismo brasileiro, procuramos ajustar nossas agendas profissionais e pessoais, com nossos assuntos de família para poder conseguir dedicar essas preciosas horas ao nosso trabalho no Nobres do Grid e mudanças precisam ser planejadas, embora precisemos ter sempre algum grau de flexibilidade neste processo complexo chamado vida.

 

Esperando ansiosamente pela abertura dos envelopes, fui surpreendido ao consultar no final da tarde de ontem o site da Prefeitura de São Paulo e sua Secretaria de Governo de Desestatização onde havia o comunicado, datado daquele dia, 21 de janeiro, informando o adiamento do processo da concessão do autódromo – pela segunda vez, na verdade, dado o fato de que a data inicial era o dia 8 de janeiro – para o dia 28 de fevereiro, uma sexta-feira após o carnaval, com a abertura dos envelopes definida para às 11:30 horas, com o prazo limite de entrega determinado para uma hora antes da abertura, às 10:30 horas, em evento a se realizar na sala de coletivas da Secretaria de Comunicação.

 

Não tenho como não imaginar – ou especular – que há por trás destes adiamentos algo que percebemos nos áudios da enquete que foi feita no mês de dezembro, onde um dos nossos enviados aos autódromos coletou quase 30 áudios ouvindo profissionais de diversas áreas ligados ao automobilismo. Alguns deles questionaram se o valor pedido na concessão, de um bilhão de reais, não seria demasiado.

 

Seria então o motivo dos dois adiamentos o fato de não terem sido entregues envelopes de nenhum dos consórcios inicialmente interessados? Para lembrar, um dos consórcios que teria demonstrado interesse seria ligado a Time For Fun, empresa ligada ao ramo de entretenimento, que promove shows musicais e festivais no país e que também é a dona da VICAR, empresa promotora da Stock Car. Um outro potencial concorrente é o grupo que administra a Arena do Palmeiras, a WTorre, e o grupo que administra a Arena de Brasília. Há um movimento de um outro grupo, mas que eu prefiro não considerar em respeito aos nomes envolvidos.

 

Vejo-me obrigado a reportar-me a excelente coluna de nosso mais recente incorporado membro do grupo, Reinaldo Cunha, que em seu último texto na Coluna “Velocidade Nordeste” apresentou o fato de que no processo licitatório do Governo do Estado do Ceará, proprietário do Autódromo Internacional Virgílio Távora, onde para a venda e a total liberdade do novo proprietário fazer o que bem entender da área de pouco mais de 280 mil metros quadrados (pouco mais de 1/4 do que é a área do Autódromo Internacional de Interlagos), o valor de lance mínimo foi de 50,5 milhões de reais (5% do valor pedido na concessão do autódromo paulista) não teve nenhum interessado. Nenhum envelope foi entregue.

 

Neste país ‘suis generis’ que é o Brasil, onde não é incomum se dizer que “o ano só começa depois do carnaval”, a segunda postergação de prazo pode ser algo ligado a esta “formalidade nacional”. Entretanto, não ficarei surpreso se houver um novo adiamento no final de fevereiro. E que seja isso um “recado” à administração municipal de que esta conta bilionária não fecha, uma vez que ainda será necessário um enorme investimento em infraestrutura para potencializar e multiplicar a rentabilidade da área onde está o autódromo.

 

Aguardemos o que nos espera o final de fevereiro, o pós quarta-feira de cinzas e não esqueçamos que 2020 é ano de eleições municipais.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva