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Em 2020, vem aí a Fórmula Kids PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Saturday, 04 January 2020 11:15

Feliz ano novo, pessoal! 2020 vai ser um ano muito interessante em diversos aspectos do esporte. Vamos ter jogos olímpicos (no Japão, com jogos e competições na madrugada e alguns pela manhã), que poderemos ver pela televisão, mas também teremos a Fórmula Indy... que não veremos pela televisão, porque a emissora que transmitia o campeonato não vai mar passar as corridas. Quem sabe o Foxbola consegue passar os VTs como faz com outras categorias. Antes assim do que nada.

 

Espero que seja um ano de consolidação dos pilotos brasileiros nos campeonatos de Gran Turismo pelo mundo, com a presença de Felipe Fraga e Daniel Serra em campeonatos internacionais, além dos pilotos que estão correndo nesses campeonatos nas categorias de protótipos com grande sucesso como André Negrão, Pipo Derani, Felipe Nasr, Bruno Senna e para essa temporada, junta-se a eles Matheus Leist, que deixa a Fórmula Indy.

 

Mas, mesmo sem brasileiros, vamos ter uma categoria que disputará um campeonato com 22 corridas pelo mundo todo, que será transmitida pela televisão pra todo mundo (no caso do Brasil, quando a corrida for na hora do futebol, vai passar na TV por assinatura) e que esse ano a gente pode chamá-la de “Fórmula Kids”... e não é birra com os moleques, mas uma constatação.

 

   Em 2020 metade do grid da F1 vai ter 25 anos ou menos. Essa era a idade em que se chegava lá. Agora estão chegando com 20 ou menos!

 

Na temporada de 2020 da Fórmula 1, metade do grid vai começar a temporada com 25 anos de idade (caso do “veterano” Carlos Sainz Jr.) ou menos! Se a gente incluir o “coroa” António Giovinazzi (que nossos narradores não acertam falar seu sobrenome nas transmissões nem com reza braba), que completou 26 anos no último dia 14 de dezembro, Essa turma vai ser maioria no grid com 20 carros.

 

Em 5 anos a Fórmula 1 passou por uma verdadeira revolução na composição do seu grid, com uma enxurrada de pilotos muito jovens – e cada vez mais jovens – chegando para ficar na categoria... e poderia ser uma quantidade ainda maior se não fosse a interferência da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), presidida pelo Baixinho Narigudo, ator coadjuvante dos desenhos da Pantera Cor de Rosa.

 

   Não fosse a criação do sistema de pontos imposto pela FIA, para obrigar os pilotos a correr nas categorias de base, onde chegaríamos?

 

Charles Leclerc (22), na Ferrari, Max Verstappen (22) e Alexander Albon (23) na Red Bull, Esteban Ocon (23) na Renault, Carlos Sainz Jr. (25) e Lando Norris (20) na McLaren, Lance Stroll (21) na “Racing Daddy”, Pierre Gasly (23) na Alpha Tauri (ex-Toro Rosso), George Russell (21) e Nicholas Latifi (24) na Williams e António Giovinazzi (26) na Alfa Romeo vão compor o grid mais jovem destes 70 anos de história da Fórmula 1... pelo menos até o próximo ano, onde podemos ter mais “meninos” assumindo volantes.

 

Normalmente eu sou um crítico feroz dessa cartolada que – apesar de alguns terem sido pilotos algum dia em suas vidas – parecem esquecer o que são pedais e volantes quando passam a vestir terno e gravata, sentam-se ao redor de mesas intermináveis de reuniões intermináveis para decisões quase sempre questionáveis, quando decidiram estabelecer o escalonamento de contagem de pontos (40 pontos em 3 anos de atividade no automobilismo) para que um piloto pudesse obter a superlicença.

 

   A cartolada gosta disso: muita reunião, abobrinha, mordomia, palácios, mas dessa vez eles acertaram em brecar a molecada.

 

De alguma forma, acabaram acertando... e evitando que a coisa degringolasse e começássemos a ver adolescentes com espinhas na cara alinhando no grid. Iam ter que colocar aquela “água de rosas” dos pódios nas corridas dos países árabes em todas as corridas do campeonato. Afinal, crianças não podem beber álcool, ao menos oficialmente e ia ficar meio complicado fazer isso com a cerimônia do pódio sendo transmitida para o mundo todo pela TV (e no Brasil pelo aplicativo, porque tem que passar alguma matéria sobre algum time de futebol, competição de skate, peteca, truco, etc).

 

Já que é pra falar mal da cartolada, não vamos esquecer os “comissacos” desportivos, que ficam fazendo sabe-se lá o que na torre de controle, caso tivessem sido mais rápidos em sua decisão, o GP Brasil de Fórmula 1 de 2019 teria visto no pódio três pilotos dessa nova geração caso a punição pra Neguin MC Hamilton tivesse saído rápido como puniram o fugitivo da Fundação Casa (ex-“dimenor” Max) no GP dos EUA em 2017. Teríamos Carlos Sainz Jr. completando o pódio e mostrando uma nova realidade para todo o mundo de forma mais explícita.

 

   Se os "comissacos" tivessem feito seu trabalho direito, teriamos no GP Brasil de F1 do ano passadoum pódio todo de garotos.

 

O problema é que a fórmula de excesso de testosterona e hormônios em ebulição não são garantia de que o piloto ainda adolescente vá se tornar um “ás do volante”. As vezes são como aquele antigo shanpoo anti-caspa, “que parece mais não é”, que o meu pai usava e eu nunca esqueci o nome – Denorex – e nem o cheiro... como aquilo fedia, Deus do céu.

 

Nesse caso do “piloto Denorex” a gente pode colocar no mesmo trem os dois meninos ricos de papais bonzinhos: Lance Stroll e Nicholas Latifi. O primeiro, a gente sabe, viu seu papai bonzinho, Lawrence Stroll, comprar uma equipe e contratar um piloto experiente (Sergio Perez) pra ver se ele conseguia aprender o que não aprendeu. Lance até foi campeão da F3 europeia, mas quis dar o mesmo passo que o fugitivo da Fundação Casa e não tinha competência pra isso.

 

   Com um grid majoritariamente formado por pilotos em "idade de F2 ou F3", o risco de acidentes de F2 ou F3 aumenta...

 

Antes tivesse feito como seu compatriota, que depois da F3 passou 4 anos na GP2 e depois rebatizada como Fórmula 2, Nicholas Latifi, que este ano vai correr na Williams, ao lado de George Russell. O novo piloto da equipe que vive de pires na mão, mas que tem uma empresa de engenharia e tecnologia de última geração, também é “filho pai pobrinho”. O ‘seu’ Michael Latifi comprou 10% da McLaren dois anos atrás, onde pretendia colocar o filho. Não deu certo. Agora, está colocando uma grana na Williams. Será que vai?

 

Andei procurando umas fotos antigas, para ver como eram os pilotos de outros tempos e para mostrar para vocês a diferença do tempo em que os pilotos da Fórmula 1 eram homens e não meninos, que corriam com carros bem pouco seguros, em reta tão velozes quanto os atuais, numa categoria em que morria pelo menos um piloto todos os anos.

 

   Acima, Bruce McLaren, Stirling Moss, Tony Brooks, Graham Hill, Jo Bonnier & Wolfgang von Trips em 1960 / abaixo, Emerson Fittipaldi, James Hunt, Ronnie Peterson, Niki Lauda and Chris Amon em 1976. Nas duas fotos, émerson é o mais jovem, com 26 anos.

 

E que ninguém venha com essa de que é saudosismo, que os tempos são outros, etc. Essa coisa de colocar um monte de meninos no grid, se em algum momento der problema e morrer mais um (antes do Anthonie Hubert, na Fórmula 2, teve o Jules Bianchi, que morreu aos 25 anos depois de seu acidente no Japão), que ninguém venha me chamar de fatalista.

 

Ver os moleques batendo roda pra mostrar quem é mais valente vai ser divertido... enquanto algo mais grave não acontecer.

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva 
Last Updated ( Saturday, 04 January 2020 11:47 )