Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
500 Km de Interlagos e a retrospectiva nacional PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 23 December 2019 00:26

Olá leitores!

 

Nesse momento em que sento em frente ao teclado para redigir essas mal traçadas linhas, ouvindo rockabilly com fones de ouvido, pensei no que escrever a respeito... e pensei em começar escrevendo algumas linhas sobre a etapa final do Brasileiro de Endurance, as 6 Horas de Curitiba, que foi (indiretamente) responsável pela edição tão diferente que tivemos esse ano dos 500 Km de Interlagos, corrida que o bom senso recomendaria que fosse em outra data mas que acabou espremida pelo curto calendário de Interlagos após a Fórmula 1... mas foi impossível. Na noite de domingo, nem no próprio site da categoria se encontravam os resultados. Aí aparecem as reclamações que “não existe divulgação do automobilismo brasileiro”, “a imprensa não noticia”... pô, nem o resultado provisório (lembrando que a NASCAR, minutos após a bandeirada, já coloca o resultado em seu site, mesmo sem ser o “oficial”, coloca o provisório mesmo, depois se alguém for desclassificado é publicada a correção; mesmo ocorre com WTCR, WEC, IMSA, entre outras) existia. Como no horário da corrida em Curitiba eu estava em Interlagos acompanhando a prova paulista... ficarei devendo o resultado. Mas como podem perceber, posso não dar o resultado mas não deixei de dar o (mui merecido) puxão de orelhas.

 

Vamos ao que eu acompanhei, os 500 Km de Interlagos. Com os principais competidores de longa duração disputando o campeonato em Curitiba, os organizadores tinham que atrair competidores... e foi feito para esse ano um regulamento privilegiando custos mais baixos. E querem saber de uma coisa? Apesar da ausência dos Porsche GT3, dos protótipos MC Tubarão, dentre outras estrelas do Endurance brasileiro, a corrida foi ótima! 500 quilômetros sem a necessidade de uma única entrada do safety-car, com 5 categorias diferentes na pista (OK, na prática 6, mas a Marcas tinha apenas um carro competindo... e nem chegou ao final), e com um regulamento que permitiu que se inscrevessem carros que dificilmente se encontraria no Brasil. Que tal um Fusca (aquele antigo, não o “New Beetle”) com motor de F-3? A típica tomada de ar lateral conseguia chamar mais atenção que o aerofólio traseiro na altura do teto, parecendo um Dodge Charger Daytona tupiniquim... e gostei de ver o carro andando. A disputa nas voltas finais da Turismo 1.6 estava entre um Chevrolet Corsa e... um VW Brasília! E a vitória ficou com o Brasília! A equipe LF Competições / Servidone fez um excelente trabalho de estratégia e preparação, fazendo com que fosse possível na pista anular a vantagem de um projeto décadas mais moderno e levar o primeiro lugar na categoria. Tivemos Opala com a preparação dos antigos Stock Car, teve Maverick (por poucas voltas, quebrou logo, mas fez a volta mais rápida da prova), teve protótipos Aldee Spyder e até um dos primeiros Aldee, com teto rígido e motor dianteiro... a diversidade automotiva na pista era de encher os olhos. Seria mais legal com mais carros na pista? Sem dúvida. Largaram 31 em uma prova que caberia tranquilamente 48 carros. Mas as disputas foram muito legais, com alguns carros levando vantagem nos trechos de alta velocidade, outros nos trechos de baixa, e a não existência de entrada do safety-car mostrou que o pessoal queria era rodar na pista. A temperatura do dia da prova, quente mas não excessiva como nos dias de Truck e Stock, deve ter cooperado com o resultado. Vitória na geral ficou com a dupla do protótipo P3 #151, Pistilli/Casarini, que foram os dominantes da corrida e levaram com certa facilidade o primeiro lugar, seguidos (11 voltas atrás...) pelo protótipo P3 # 10 da dupla Dal Pont/ Abbade, que chegou apenas 2 voltas à frente do primeiro colocado da Turismo Força Livre (e 3º na Geral), o Lancer Turbo #777 do trio Scalamandré/ Garcia/ Julianelli. Em 4º na geral chegou o campeão da P2, o Aldee #7 de P. Loco e S. Zambello, que ganhou impressionantes 22 posições da largada até a chegada, e em 5º na geral o vencedor da Turismo 2.0, o Gol #222 do trio C. Vallone, C. Asciutti e A. Fortunato. Os mencionados vencedores da Turismo 1.6, o Brasília #71 de M. Servidone/ L. Finotti / M. Fortes terminou em um ótimo 11º lugar na geral, à frente de quase todos os carros da Turismo 2.0, inclusive 2 Sandero RS... trabalho excelente. Alguma coisa poderia melhorar? Sim. Apesar da prova 500 Km de Interlagos estar inserida no calendário de uma etapa do Paulista de Velocidade, aparentemente os responsáveis pelo cadastramento de imprensa dos 500 Km não conversaram com os responsáveis pela mesma área da Federação Paulista... enfim, sempre serve o aviso para profissionais de comunicação... se comunicarem entre si. Não costuma fazer mal.

 

Final de ano é época de retrospectivas... comecemos com a nacional.

 

A Copa Truck mais uma vez apresentou um grid cheio de pilotos competentes e muita, mas muita disputa na pista. Esse ano foi coroado campeão Beto Monteiro, merecidamente, já que há algumas temporadas ele vinha pilotando muito bem mas vivia sendo traído por alguma falha mecânica. Esse ano a categoria dividiu suas etapas em 4 copas, com os melhores colocados indo disputar a grande final, e Beto Monteiro venceu 2 das 4 copas, foi 2º colocado em uma e 3º colocado na outra. Esse era o ano dele, com certeza. O vice campeão André Marques venceu uma copa, foi 3º em outras duas, e na etapa final utilizou essa mesma regularidade para se sobrepor ao 3º colocado, Paulo Salustiano, que venceu a última das 4 copas e mostrou grande crescimento no final da temporada, e essa terceira posição no final ficou de ótimo tamanho, coroando uma merecida ascensão. Entre as fábricas, previsível título da VW-Man, que é quem mais investe na categoria, com a Mercedes-Benz ficando com o vice.

 

Na Stock Car Daniel Serra igualou-se a seu pai e conseguiu o tricampeonato consecutivo. Em uma festiva temporada (comemoração dos 40 anos da categoria, cujo primeiro campeão foi meu ídolo de infância Paulo Gomes), Daniel demonstrou que regularidade e inteligência nunca são dispensáveis se o objetivo for o maior número de pontos no final da temporada. Apenas uma vitória durante a temporada, mas constantes bons resultados, fizeram ele chegar com certa folga na decisão do título, e o bom trabalho da equipe Eurofarma RC se refletiu na pontuação final, com um piloto em primeiro (Serra) e outro em 3º (Ricardo Maurício). Thiago Camilo, da Ipiranga, batalhou bastante mas ao final o vice campeonato foi o melhor que ele poderia ter alcançado, já que teve mais vitórias (6 ao total, o piloto que mais venceu) mas foi menos regular que Daniel. O segundo colocado em total de vitórias foi Rubens Barrichello, com 4 vitórias, todas na segunda corrida de cada etapa. Estratégia interessante, a de sacrificar a primeira prova pra ter vantagem na segunda etapa, mas... não funcionou tão bem assim, e ele teve que se contentar com o 5º lugar na pontuação final. É uma estratégia interessante e que merece ser aprimorada... a conferir em 2020. Eu investiria nela.

 

Menção honrosa para o Porsche Carrera Cup, que embora – tecnicamente – seja mais uma categoria de “gentlemen drivers” que de pilotos profissionais, esse ano abriu as arquibancadas de suas etapas para o público, e tiveram uma frequência muito boa, mostrando que a estratégia de 4 categorias diferentes (Carrera Cup 4.0, GT3 4.0, Carrera Cup 3.8 e GT3 3.8) largando juntas e pontuando em separado atrai público e torna as corridas interessantes, até pelo grid cheio. Também é dividido em provas curtas (Sprint) e longas (Endurance), e as longas costumam ter pilotos convidados (como é o caso de Justin Allgaier, que quando consegue uma folga do extenso calendário da NASCAR aparece por aqui para mostrar que apesar de ser piloto de ovais também sabe fazer curvas para a direita). Espero conseguir levar minha filha para ver uma etapa dessas em Interlagos... baixinha vai gostar.

 

Termino desejando boas festas a todos, independente de sua crença (ou falta de), aproveitem bastante na companhia de familiares e amigos, e semana que vem tem a retrospectiva internacionais e (espero...) as previsões de Pai Alex, o calendário dele está meio concorrido mas espero conseguir ainda essa semana um encontro no terreiro dele.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini