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Sabadaço, Chororô em Maranello e o efeito Poccono PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 19 August 2019 06:55

Olá leitores!

 

Esse foi um final de semana em que as corridas do domingo foram prejudicadas... prejudicadas pela excelente corrida da NASCAR no sábado à noite. Ela elevou os parâmetros de avaliação do que viria no dia seguinte, sem dúvida alguma. Foi uma digna compensação pelas bobagens vindas do mundo da Fórmula 1 durante a semana... primeiro o Mattia Binotto não foi capaz de ter aquela humildade e dizer “admito, erramos o alvo no projeto do carro desse ano”. Numa entrevista publicada na imprensa italiana, enrolou, enrolou, e não disse nada. Aproveitou para reclamar que “se tivesse a especificação dos pneus de 2019 faria o carro diferente”... sim, claro, a Pirelli muda e não informa ninguém, tornando tudo uma loteria... tem quem acredite, claro, mas ao menos para mim fica muito difícil levar a sério o que ele choramingou. Sem contar que os pacotes de atualizações liberados durante a temporada ficaram abaixo do esperado em termos de evolução de desempenho... começo a achar que as línguas maldosas que dizem que o problema da Ferrari é o excesso de italianos em cargos de comando estão corretas. Enfim, quem sabe a inédita proeza de ficar uma década inteira sem conquistar nenhum título (pilotos ou construtores) seja uma lição aprendida. Não acredito muito nisso, mas tenho a esperança...

 

Por falar em esperança, acho que apenas os torcedores do Denny Hamlin ficaram felizes com o resultado da corrida na arena de Bristol no sábado à noite. Acredito que os outros torcedores estavam torcendo pela inesperada e inusitada vitória de Matt DiBenedetto, piloto que no meio da semana ficou sabendo que terá que procurar outro carro para 2020, já que a equipe não pretendia renovar o contrato com ele... e acabou sendo aquele que liderou o maior número de voltas na conturbada corrida noturna. Sem querer tirar os méritos de Hamlin, que fez a pole, liderou, perdeu tempo com um toque com Jimmie Johnson (que voltou a ter um final de semana tenebroso), perdeu mais tempo com uma parada não programada por uma roda mal apertada, e quando recuperou a volta perdida sendo o “Lucky dog” em uma bandeira amarela lá na volta 248, e saiu de 13º na volta 260 para líder a 11 voltas do final, mas... DiBenedetto merecia a vitória. Tanto que após a bandeirada – ainda no pit lane – recebeu os cumprimentos de diversos outros pilotos. Espero sinceramente que ele encontre um carro melhor que o #95 para pilotar ano que vem, o jovem (28 anos) está fazendo por merecer. Em 3º chegou Brad Keselowski, em mais um desempenho consistente esse ano, em 4º terminou Kyle Busch (que veio lá da 31ª posição na largada) e fechando o Top-5 Chase Elliott, o mais bem posicionado entre os pilotos que correm com Chevrolet essa temporada.

 

Por falar em NASCAR, grande susto para os fãs da família Earnhardt: o jatinho em que Dale Jr. e família viajavam caiu ao lado de uma rodovia no Tennessee e pegou fogo. Felizmente não houve ferimentos graves, apenas arranhões, pequenas queimaduras e – muito provavelmente – a perda total da roupa de baixo...

 

Este domingo a Copa Truck fez sua rodada dupla em Santa Cruz do Sul, e mais uma vez o grande nome da prova foi Beto Monteiro (VW), aniversariante desse domingo, que na primeira prova do dia largou na pole, suportou com maestria a pressão recebida dos adversários e venceu de ponta a ponta a corrida, sua 4ª vitória esse ano. Atrás dele chegaram Leandro Totti (Mercedes) em 2º, Paulo Salustiano (VW) em 3º, Wellington Cirino (Mercedes) em 4º e Renato Martins (VW) fechando o top 5. Já a segunda corrida teve como vencedor Paulo Salustiano após um lance... polêmico. Ele e Felipe Giaffone (Iveco), que terminou em 2º, estavam disputando acirradamente a liderança quando Paulo ultrapassou Felipe após ambos se enroscarem e saírem para a área de escape da primeira curva. Fosse F-1 Salustiano ganharia 10 segundos parado no boxe, mas para sorte dele não é. Pessoalmente, achei incidente de corrida. Disputa dura sim, mas não vi deslealdade na manobra. Em 3º terminou André Marques (Mercedes), em 4º Wellington Cirino e em 5º Leandro Totti. Graças ao grid invertido, o “fruto da terra” Régis Boessio largou na pole na segunda corrida... mas para sua tristeza (e dos seus torcedores, que gostariam de o ver vencendo “em casa”) a liderança durou até a 3ª volta, quando começou a ser ultrapassado por outros caminhões mais bem desenvolvidos. Entretanto, como único piloto a defender a marca Volvo, o 6º lugar não foi ruim. Nas duas corridas ele chegou à frente dos pilotos com os caminhões MAN, por exemplo, que tem muito mais verba de desenvolvimento com que contar.

 

E a Indy foi fazer a que deve ser sua última prova em uma pista que foi criada para os carros da Indy, mas que para a atual geração de pilotos feitos de açúcar e polvilho ficou “muito perigosa”... Pocono, talvez a única pista oval realmente desafiadora da temporada, com apenas 3 curvas, mas as três com raios e inclinações diferentes, uma pista com uma largura que – deveria – ser um fator de segurança para os pilotos, viu um acidente plasticamente feio logo na primeira das 200 voltas programadas para a corrida. A anta do Takuma Sato não deve saber onde termina a traseira do próprio carro (e ele já corre há um tempinho na categoria...) e fechou Alexander Rossi, que largou pessimamente, muitos metros antes da tomada da segunda curva do circuito. Resultado foi previsível: um “big one” onde Felix Rosenqvist tomou um susto monumental indo parar na grade, lembrando de leve o terrível acidente de Robert Wickens... aí já começaram os protestos contra a “falta de segurança” de Pocono. Primeiro lugar, não adianta fazer a pista mais segura do mundo se você tem no grid pilotos sem noção como o Sato. Segundo, as leis da Física são implacáveis... quando se está a mais de 300 km/h, fica realmente complicado manter o frágil invólucro chamado corpo humano intacto com as forças de desaceleração envolvidas em um acidente. Por mais que se tente, sempre existirá risco envolvido no esporte a motor. Aí aparecem figuras como Felipe Massa (que passou de piloto a ex-piloto desde que recebeu a molada na cabeça, mas continuou ocupando espaço na pista por muito mais tempo do que deveria ou mereceria) escrevendo bobagens no Twitter, única maneira que o elemento tem de chamar alguma atenção hoje em dia. Aliás, está virando um Jacques Villeneuve sem título, pela quantidade de asneiras proferidas... enfim, após os envolvidos serem levados ao centro médico, quem tinha condições de ter o carro reparado ter sido reparado e a pista limpa, a corrida reiniciou com um bocado de atraso no cronograma... ruim para uma região que tinha fortes chuvas previstas para o final da tarde. E tirando um ou outro piloto que disputava posição, a corrida passou a ser bem chatinha, com exceção das bandeiras amarelas provocadas por Spencer Pigot e Colton Herta para que o espectador não dormisse. Enquanto isso o ceu escurecia, e escurecia... resultado, pouco após a volta 120 a prova foi interrompida por falta de segurança, graças aos raios que caíam perto da pista. Com a iminente chegada da chuva, e tendo sido cumprido mais da metade da corrida, a prova foi encerrada com Will Power em 1º, Scott Dixon em 2º, Simon Pagenaud em 3º, a sensação dessa temporada Santino Ferrucci em 4º e Josef Newgarden fechando o Top-5. Grande resultado para Tony Kanaan, que conseguiu levar sua charrete, digo, seu carro da Foyt a um ótimo 8º lugar. Seu companheiro Matheus Leist não conseguiu retirar Dom Perignon da pedra e terminou em 14º lugar.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini