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Um domingo de grandes vitórias PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 05 August 2019 02:55

Olá leitores!

 

Se eu fosse uma pessoa um pouco mais maldosa eu diria que a prova cabal que esse atual regulamento técnico da F-1 é algo que nasceu errado é a constatação óbvia que pistas como Monza, Spa e Paul Ricard estão gerando corridas (no mínimo) desinteressantes e locais anteriormente conhecidos por serem mais chatos que lâmina de barbear propiciarem boas corridas. Sim, a corrida de Hungaroring foi muito acima da média das provas lá disputadas desde a inauguração, e uma parte razoável disso é fruto do atual regulamento, que nivela as pistas por baixo.

 

Passado esse momento de divagação, devemos comemorar o fato que, enfim, Max Verstappen conseguiu fazer sua primeira pole position. Andei lendo que “a equipe Mercedes teria errado na classificação”... bobagem. No sábado “Mad Max” Verstappen arrancou 110% do que o carro poderia oferecer, e foi assim que conquistou a primeira pole de um motor Honda desde 2006, feito que um superestimado piloto espanhol espalhador da cizânia não conseguiu nem chegar perto de atingir.

 

Na corrida em si, vitória do melhor carro com a melhor estratégia e um piloto que tem tudo para se tornar o novo “senhor dos recordes”: Lewis Hamilton reclamou muito, mas obedeceu às ordens vindas do boxe e nas últimas voltas teve pneus muito melhores que os de Max e conquistou sem grande dificuldade a primeira posição. Teve seu dia de Michael Schumacher, que também conseguia fazer funcionar estratégias que, em tese, não seriam as melhores. As coisas estão dando tão certo para Hamilton que na primeira volta, terceira curva, o pneu traseiro dele bateu na asa dianteira do Bottas, danificou a asa, mas não teve nenhum tipo de corte ou dano. A probabilidade dele não ser campeão esse ano está cada vez menor, pelo que concluímos que ele NÃO precisava da ajuda recebida da FIA no Canadá. Seu lacaio Valtteri Bottas (8º) sofreu com a necessidade de parada extra para troca da asa dianteira e, levando em conta a conjuntura total da corrida, não teve uma má apresentação, apenas um resultado final abaixo do que se esperava.

 

Em 2º lugar chegou o grande nome do final de semana, Max Verstappen, que ficou sem a vitória, mas não sem deixar claro que, em seu 5º ano de categoria, se tornou um piloto maduro e que, com um carro capaz de disputar mais frequentemente a liderança, certamente será campeão nos próximos anos. Não ganhou nota 10, mas um 9,9 com louvor. Seu companheiro Pierre Gasly (6º) mais uma vez sofreu com problemas no carro... que só aparecem no carro dele. Acho que ele deveria aproveitar o mês de férias da categoria para fazer uma visita aos terreiros de Salvador, tomar alguns banhos de descarrego, pois até admito que ele não é tão rápido quanto Max, mas também não é tão pior assim.

 

Em 3º lugar terminou Sebastian Vettel, que parece estar lentamente recuperando sua auto confiança e cometendo menos erros que nos últimos 12 meses. Aparentemente o projeto do carro funciona bem com característica sobreesterçante, e Vettel (ao contrário do seu ídolo Michael Schumacher) prefere o carro subesterçante. Os italianos demoraram meia temporada para descobrir isso... alguém precisa cortar a grappa do departamento de engenharia da equipe, não está dando certo. Enfim, graças aos infortúnios de Bottas e Gasly ele conseguiu um lugar no pódio com uma estratégia ousada de esticar o período com os pneus médios o máximo possível para então trocar para os macios ao invés dos duros – que o carro atual também não aceita bem. Ou seja, fizeram tudo errado com o projeto do carro para essa temporada. Seu companheiro Charles Leclerc (4º) reclamou muito – e com razão – da lentidão do carro com pneus duros. Em outras condições, eu diria que era melhor abandonar o carro desse ano e se dedicar 100% ao do próximo ano... mas como o regulamento mudará em 2021, não adianta se esforçar muito para um carro que irá correr apenas um ano. Melhor seria manter boa parte do departamento técnico pensando no carro de 2021 e fazer para 2020 um aperfeiçoamento do modelo do ano passado, sem os erros cometidos neste ano. Enfim, cada vez mais o time de Maranello está se complicando sozinho.

 

Em 5º chegou Carlos Sainz Jr., mais uma vez arrancando um ótimo desempenho da McLaren-Mercedes. Corrida segura, madura, de quem conhece e se adaptou bem ao carro. Disputou (e ganhou) de Gasly, que tem um carro consideravelmente melhor que o seu. Prova da evolução da equipe foi que o companheiro Lando Norris também terminou nos pontos, em 9º lugar. Norris poderia ter terminado em 7º, mas a parada nos boxes acabou atrasando ele...

 

Em 7º terminou Kimi Räikkönen, que conseguiu a melhor posição que o carro da Alfa Romeo lhe permitiu. Ao menos o experiente finlandês consegue arrancar algum desempenho do carro, ao contrário do seu jovem companheiro Antonio Giovinazzi, que mais uma vez esteve abaixo da crítica e terminou a corrida apenas em 18º, à frente apenas de Robert Kubica, piloto talentoso, mas que nitidamente sofre com handicap físico... Giovinazzi não tem essa “desculpa”.

 

Fechando a zona de pontos chegou Alexander Albon, que conseguiu extrair um desempenho decente do seu Toro Rosso com os pneus duros e protagonizou interessante disputa com seu companheiro Daniil Kvyat (15º), que venceu a disputa, mas perdeu a guerra: desgastou muito os pneus e os mesmos acabaram a 10 voltas da bandeirada...

 

Esperemos que após as férias da categoria as corridas continuem tão interessantes como foram na Áustria, Inglaterra, Alemanha e Hungria...

 

Além da Fórmula 1, tivemos a volta das férias da MotoGP, com o mesmo resultado previsível do resto da temporada: mais uma vitória (a 50ª) de Marc Márquez, que se igualou em vitórias com a lenda Mike Hailwood e suas 76 vitórias no total das categorias da Motovelocidade. E nem mesmo as condições climáticas adversas fizeram o espanhol esmorecer: a largada foi adiada por causa da forte chuva que caiu após a prova da Moto2, e a corrida começou com a pista seca em alguns trechos e úmida em outros. Corrida foi tão fácil que ele largou, abriu uma vantagem de quase meio segundo para Dovizioso, veio mantendo essa vantagem até o meio da prova, e depois aumentou o ritmo, cruzando a bandeirada quase 2 segundos e meio à frente do italiano... que diga-se de passagem também não pareceu se esforçar para buscar o rival. Impressionante, quando a Ducati acerta a moto, arruma um piloto principal que não tem aquele “sangue no olho” de buscar a vitória... lamentável. Em 3º chegou Miller, com a Ducati da equipe Pramac, mostrando que – se não fosse tão inconstante – seria um melhor segundo piloto da equipe oficial que o Petrucci, que essa prova “voltou ao normal” e terminou a corrida em 8º lugar, com uma Ducati da equipe oficial atrás de uma Yamaha privada. Alex Rins mais uma vez arrancou ótimo desempenho de sua Suzuki, cruzando a bandeirada em 4º, à frente de Crutchlow (5º colocado após uma semana de “diarreia verborrágica”, já que só deu entrevista para falar bobagem) e de Valentino Rossi, que fez o possível com a fraca moto da Yamaha.

 

A IMSA WeatherTech foi até a linda pista de Road America para mais uma etapa, que marcou a 3ª vitória seguida da Mazda Team Joest na geral, dessa vez com a dupla Harry Tincknell / Jonathan Bomarito, à frente do Acura Team Penske de Dane Cameron / Juan Pablo Montoya que terminou em 2º e do outro Mazda de Oliver Jarvis / Tristan Nuñez em 3º. Os brasileiros Felipe Nasr e Pipo Derani chegaram em 4º com seu Cadillac DPi, ao passo que Helinho Castroneves foi apenas o 7º com seu Acura DPi. Na categoria GTD a Bia Figueiredo fez dupla com a ótima Katherine Legge no Acura GT3 da Meyer Shank e terminaram em 13º na categoria.

 

A NASCAR foi para a tradicional etapa de Watkins Glen, e quem acessou o aplicativo da TV por assinatura viu uma vitória maiúscula de Chase Elliott. Maiúscula no sentido que, das 90 voltas da corrida, ele liderou 80, além de vencer também os dois primeiros segmentos. Ele foi simplesmente monumental. No final Martin Truex Jr. bem que tentou assumir a liderança, mas nunca conseguiu efetivamente chegar perto o suficiente para tentar a ultrapassagem, teve de se contentar em fazer pressão e tentar induzir o jovem Elliott ao erro... que não aconteceu. Em 3º chegou Denny Hamlin, que está em um ano de boa regularidade e promete para os playoffs. Em 4º mais um dos carros de Joe Gibbs, dessa vez o de Erik Jones, que também fez grande corrida tendo largado em 14º. Fechando o Top-5 veio o melhor dos Penske, o de Ryan Blaney. Quem esteve irreconhecível foi Kyle Busch, que além de uma punição por excesso de velocidade no pit lane ainda arrumou confusão com William Byron e Bubba Wallace (tendo sido jogado para fora da pista por este último). Parabéns, Buschinho, conseguiu irritar o Bubba Wallace... estava “inspirado” esse domingo.

 

Tivemos também a volta do WRC, com a etapa da Finlândia, que teve a vitória de Ott Tänak, mas sobre esta etapa eu recomendo a leitura da coluna escrita pelos nossos colunistas italianos na coluna Pé no Porão.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini