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Londrina - PR PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 03 February 2010 12:50

 

O início do Autódromo de Londrina. 

 

O autódromo de Londrina é obra do então prefeito Antônio Belinati, de uma idéia que começou a ser fomentada no final dos anos 80, os planos tomaram sequência e no ano de 1989 ele conseguiu reunir pilotos, entusiastas e outros colaboradores para passar do plano das idéias para a realização.  

 

 

 A imagem via satélite mostra o complexo esportivo que abriga o estádio municipal, o autódromo e o kartódromo.

 

A primeira questão que foi levada em conta era a escolha do local para a construção. Dentre as opções, decidiram por utilizar o terreno ao lado do estádio de futebol – o Estádio do Café – aproveitando a estrutura de acesso e estacionamento já existentes. 

 

O projeto contou também com o importante apoio da PETROBRAS que fez um contrato de exploração de publicidade no local em troca de uma parte considerável dos custos do projeto. 

 

 

 A foto tirada pelo helicóptero mostra o curvão e a entrada dos boxes do traçado bem funcional com suas duas retas longas.

 

O projeto foi apresentado e as obras iniciaram logo em seguida, sendo concluídas em agosto de 1992. A inauguração deu-se no dia 21 de agosto daquele ano com uma corrida de longa duração, as 500 milhas de Londrina, prova que vem sendo realizada anualmente. 

 

A homenagem ao mito. 

 

Em 1994, o autódromo que era chamado apenas de Autódromo Internacional de Londrina recebeu, por projeto e este foi aprovado por aclamação na Câmara de Vereadores da cidade, o nome do tricampeão Ayrton Senna da Silva, falecido poucas semanas antes em Imola, na Itália.  

 

Quer ir para o autódromo, siga para o estádio! 

 

Chegar em Londrina é muito fácil, servida por boas rodovias, o acesso é fácil. De Curitiba são cerca de quatro horas e começamos a ver as diversas entradas para a cidade, mas em nenhuma delas havia uma indicação para o autódromo... entramos numa qualquer e seguimos por dentro da cidade.  

 

 

Foi depois de parar e pedir informação que encontramos o caminho do autódromo... era só ter seguido as placas para o estádio!

 

Em várias placas de indicação urbana víamos “Estádio do Café”. Há não muito tempo, o norte do Paraná foi o maior produtor de café do Brasil, hoje não mais. Foi nesta época que foi construído o estádio da cidade. Como não achávamos uma placa dizendo “Autódromo Internacional”, entramos em um posto de combustível e pedimos informações. 

 

Lá nos foi dito: “Pega a Av. Rio Branco e vira a direita... você vai ver placas por lá”. Seguimos a dica do frentista e depois de percorrer boa parte da avenida, vimos a primeira placa. Pouco depois, vimos a segunda e já estávamos na Av. Henrique Mansano... foi lá, e somente lá que descobrimos que o portão principal do Autódromo Internacional Ayrton Senna ficava na mesma avenida do Estádio do Café. Ou seja, se você quer ir para as corridas, vá para o estádio! 

 

Na torre de cronometragem funciona uma escola de pilotagem. Aqui, como em vários lugares, homenagens ao pai da F. Truck. 

 

A entrada não faz jus a um Autódromo Internacional, é preciso cruzar toda a entrada do estacionamento para chegarmos a entrada do autódromo propriamente dito e, cruzando o portão, a primeira visão é a torre de vidros verdes no final da alameda, ladeada por um impecável gramado... agora sim, estávamos num Autódromo Internacional. 

 

Como falamos antes com o administrador, Fabio Gôngora, já sabíamos que iríamos encontrar o autódromo em atividade: Uma equipe da Fórmula 3 estaria treinando lá. Era o Piloto Bruno Andrade, preparando-se para seu novo desafio, ele que foi um dos melhores na F3 Light, estava treinando com o carro da categoria principal. Isso explicava a presença da ambulância e do Dr. Sidnei Garcia de Souza, de plantão como deve ser. 

 

Os boxes são um pouco apertados para caber dois carros, mas é possível. As instalações estão bem conservadas. 

 

Acertamos com o Fabio o seguinte: Enquanto o carro estivesse na pista, faríamos as fotos da infraestrutura, nos intervalos de pista, quando o carro estivesse nos boxes, iríamos para a pista.  

 

Começamos pela torre, onde encontramos a escola de pilotagem RPM, sob responsabilidade do Sandro Areas, onde se pode ter aulas práticas e teóricas e pilotar carros de turismo e protótipo. Do alto da torre, tivemos a primeira visão da pista. As instalações da torre são realmente boas. 

 

 

Como havia gente treinando, a ambulância e a gloriosa "Jabiraca" estavam de plantão. As instalações atrás dos boxes são boas... 

 

Saindo da torre, fomos aos boxes ver o trabalho da equipe privada dos Andrade, capitaneada por um atento “paitrocinador”, o ‘seu’ Andrade, que com olhos atentos acompanhava cada volta do filho, treinando com o carro dotado com apenas dois pedais e motor com a potência liberada. Pudemos ver um box ocupado com uma equipe trabalhando e vimos que as instalações do autódromo, apesar de um pouco menores que as de Curitiba, são capazes de receber dois carros grande, como os Stock Cars e, lá dentro, há espaço para se trabalhar sem apertos. 

 

Como havia um carro treinando, a administração do autódromo provê uma ambulância para caso de necessidade de socorro ao piloto em treino. Na área dos boxes, o posto de abastecimento, assim como os muros da pista, tem a bandeira da Petrobras, que foi a grande parceira da prefeitura de Londrina na construção do autódromo.  

 

... embora o espaço para transitar entre os boxes e o as instalações atrás deles seja um pouco apertada. 

 

Apesar de algum aperto, devido a passagem estreita entre as estruturas, não faltam banheiros, lanchonetes e meios para quem trabalha não passar apertos. Acima dos boxes, encontram-se a sala de imprensa, a sala de briefing e os camarotes.

 

 

Em cima dos boxes ficam os camarotes e o terraço, de onde se tem uma excelente visão de boa parte da pista. 

 

Acima destes, há um enorme terraço, em grande parte descoberto, mas com estrutura para serem montadas tendas e poder acomodar os torcedores Vips... estes tem onde se acomodar, banheiros de verdade... complicado é para o público em geral, que tem que se virar com banheiros químicos. 

 

O posto médico mostrou estar aquém das demais instalações. Abaixo/dir, Fabio Gôngora e o socorrista, que acompanhava o treino.

 

O ponto fraco que encontramos foi o posto médico. Apesar de nos grandes eventos as UTIs móveis de hoje em dia serem de uma capacidade impressionante e o circuito ser localizado dentro da cidade, esperávamos um pouco mais por ser um autódromo tão novo. 

 

 

A visão do pit lane mostra uma imagem bem moderna, com uma largura boa e fácil para a sinalização, nem parece ter 18 anos.

 

A área dos pits tem uma boa largura e os vidros verdes dos camarotes dão um ar de modernidade ainda hoje, com quase 20 anos de uso. A mureta é baixa, mas a proteção é feita por telas e estas estavam muito bem cuidadas... mas não víamos a hora de ir para a pista. Enquanto a equipe trabalhava no carro, iniciamos as fotos da pista com um acordo: o carro ficando pronto, sairíamos imediatamente. 

 

a reta doa boxes é "espremida" pelos muros, mas é o estado do asfalto que preocupa, com remendos, rachaduras e buracos.

 

Começamos pela reta... e já fomos constatando o mau estado do asfalto, uma tônica dos nossos judiados autódromos. Conversando com o piloto Bruno Andrade, ele disse que a pista estava realmente com uma condição difícil, com muitos remendos e muitos bumps em reta, o que para um monoposto, com um curso de suspensão tão curto como é, é uma tortura para a coluna do piloto. 

 

 

Na curva do estádio, costatamos um outro problema: as barreiras de pneus sem nenhum sistema de fixação ou amarração.

 

Seguimos pela rachada reta em direção à curva do estádio, a única estrutura permanente para a torcida que vem aos eventos, nos aproximamos da curva e vemos um outro problema: as barreiras de pneus. 

 

Montadas com os pneus trançados, mas sem nenhuma amarração entre eles, estes pneus espalham-se em todas as direções em caso de um acidente... e se for com um caminhão da Fórmula Truck, eles ainda irão mais longe! Como se não bastasse, agora em janeiro a saúde pública encontrou diversos focos de dengue no autódromo, justamente nos pneus!  

 

 

Por medida de segurança, a Stock solicitou a construção de uma chicane, encurtando a curva, mas o traçado original também é usado. 

 

O traçado original da curva do estádio continua evidenciando o mau estado do asfalto e aponta para uma curva perigosa, onde se chega para uma freada forte, em descida com um muro e uma barreira de pneus – soltos – muito próxima. O risco era tal que a Stock solicitou a construção de uma chicane para proporcionar que a curva original virasse área de escape. Estávamos seguindo para a curva da caixa d’água quando o Dr. Sidnei apareceu com sua moto: era hora de sair da pista para deixar o Bruno treinar. 

 

Voltamos para os boxes e começamos a acompanhar o pai, o ‘seu’ Andrade, que do alto do terraço observava o filho. Tudo ia muito bem quando ,no final da manhã começou a chover... fazer fotos com chuva não estava nos planos, ainda mais ter que “tomar banho de chuva”. A equipe aproveitou para fazer a parada do almoço e nos liberou a pista.  

 

A chuva nos deu oportunidade de examinar a drenagem do autódromo. em alguns pontos, esta se mostrou deficiente. 

 

Aquilo que poderia ser algo ruim e desagradável, acabou por tornar-se algo bem interessante: teríamos oportunidade, pela primeira vez, de verificar a drenagem de um dos autódromos, ponto que levantamos na visita anterior, em Guaporé.  

 

Retomamos pela curva do estádio... e encontramos um bueiro em que a água simplesmente não descia. Já na retinha antes da curva da caixa d’água, a água descia sem problema, mas havia um riozinho cruzando a pista que preocuparia qualquer piloto. 

 

A curva do "S" e a entrada da reta mostraram uma boa drenagem, mas o bueiro é um perigo extra para os pilotos. 

 

Entrando na curva e seguindo para o “S”, que é em descida vimos que a área de escape da primeira perna é boa, grande, só que é com grama e no molhado... na segunda perna, tem uma pequena caixa de brita pela parte externa... e um perigoso bueiro, alto, anida que protegido por pneus (soltos). Um ponto que precisa ser melhorado, com certeza. 

 

A chuva mostrou um "rio" cruzando a reta oposta. A chuva "escondeu os bumps", mas bastou rodar devagar pra sentí-los. 

 

A mesma chuva que “mascarou” os remendos e bumps da reta oposta, citados pelo Bruno Andrade, expuseram um rio que certamente poderia criar uma aquaplanagem... e com um muro muito próximo. Já na curva do mergulho ou “curvão”, a drenagem estava boa, sem poças, sem rios e com uma área de escape ampla, só que, mais uma vez, com uma larga faixa de grama antes da brita e da barreira de pneus junto ao muro. 

 

A segunda perna do curvão e a aproximação da curva dos boxes tem a área de escape externa com grama... e pneus "trançados".

 

Na segunda perna da curva, a área de escape diminui perigosamente em seu final e também é coberta de grama. 

 

 

A curva da vitória, feita em subida, leva de volta à reta dos boxes. Neste ponto o asfalto está bom e a drenagem funcionando. 

 

Com a redução de velocidade, a curva dos boxes é feita mais lentamente, mas aí a área de escape é mínima. A entrada dos boxes em Londrina é longa, lenta e sinuosa, acompanhando a topografia e deixando a entrada para a reta dos boxes também como um ponto importante, com um “S” de baixa e em subida que, se mal contornado, é perda de posição na certa no final da reta.  

 

A lenta e sinuosa entrada dos boxes em Londrina pode fazer a diferença entre vencer ou não, perder ou ganhar posições. 

 

Assim, completamos uma volta no 3.146 metros desta pista desafiadora, com subidas, descidas, curvas velozes, dois “esses” mas que precisa muito de um trabalho de recapeamento, além dos pontos de segurança que tem que ser melhorados. 

 

Aproveitamos que todos estavam almoçando e que o Fabio só chegaria por volta das 13:30, saímos para um “splash and go” num restaurante perto do portão principal antes de retomar as fotos. 

 

Com as chaves e o acompanhamento do administrador do autódromo, pudemos ver por dentro as dependências acima dos boxes. 

 

Na volta do almoço, Fabio já estava no autódromo e fomos visitar o interior das dependências que estavam fechadas. A sala de imprensa estava vazia, mas vimos que não faltavam tomadas para conectar computadores. A sala de briefing é bem montada e parecia estar pronta para receber os pilotos. 

 

As confortáveis instalações dos camarotes tem um pequeno problema. O acesso é descoberto e sujeito a um banho de chuva. 

 

Abrimos também um dos camarotes, que são bem espaçosos. O único problema é se chover... caso chova, o acesso que é aberto, inclusive para os banheiros exige um guardachuva. 

 

Na parte térrea da torre fica a secretaria do autódromo, onde o Fabio trabalha e ficam guardados alguns troféus importantes, como o das 500 Milhas de Londrina, a prova mais tradicional do autódromo. As acomodações são simples, mas bem organizadas e limpas. 

 

 

 

No térreo da torre de controle, a secretaria, onde encontramos o Sr. Olímpio, um verdadeiro anjo da guarda do autódromo. 

 

Como sempre fazemos, entrevistamos o administrador do autódromo Fabio Augusto Gôngora, que também é o secretário do Automóvel Clube do Café. 

 

NdG: O autódromo de Londrina é um empreendimento municipal. Qual o órgão e como é feita a gestão desta praça de esportes? 

 

Fabio Gôngora: Sim, é uma obra que pertence ao município de Londrina, mas há 5 anos ele vem sendo administrado pelo Automóvel Clube do Café, que é gerido por um grupo de pilotos. É importante salientar que neste período temos disputando, participando de provas e vindo ao autódromo mais de 80 pilotos apenas da região. O Automóvel Clube do Café existe desde 1982, ou seja, 10 anos antes de inaugurar o autódromo. 

 

 

Fabio Gôngora está à frente da administração do autódromo há dois anos. Neste período, o autódromo conseguiu avanços.

 

NdG: Então temos uma administração privada de um bem público... como é que se harmoniza e se evita conflitos e questionamentos diante desta forma tão pouco usual de administração em que existe a questão da rigidez que se exige de uma administração que tem que prestar contas à toda a população e a um tribunal de contas e tem que atender aos anseios dos apaixonados pelo esporte que fazem o ACC? 

 

Fabio Gôngora: Realmente não é uma tarefa fácil. A solução passa por também termos que ser políticos, uma vez que é preciso agradar a todos. A atual administração tem dado total apoio ao autódromo. Como funciona isso: o Automóvel Clube presta contas anualmente para a Fundação de Esportes do Município de Londrina, sendo a diretoria do ACC o nosso primeiro contato junto à prefeitura. O ACC funciona como qualquer clube, com seu presidente, Dr. Paulo Oliveira, que termina a gestão agora em 2009 e em janeiro assume o Dr. Robson Ranieri, sua diretoria e todos que aqui trabalham tem que estar em sintonia com a fundação de esportes. O papel do Administrador do Autódromo que hoje é responsabilidade minha e quase que o de um “faz-tudo” aqui dentro. É responsabilidade do administrador as questões dos contratos, dos treinos, da manutenção das instalações que vai desde o corte de grama, uma porta com defeito, uma privada entupida até o gerenciamento do calendário de eventos com todos os campeonatos de todas as categorias, além do dia a dia que, convenhamos, é como cuidar de uma casa e também tem toda a questão de adequação desta casa aos regulamentos de cada categoria, às exigências que cada organizador tem. Apesar de toda a trabalheira, é algo que é gostoso e gratificante, poder conhecer gente nova, conhecer coisas novas, aprender e para mim que estou há só dois anos neste trabalho, posso dizer que, tenho empolação para fazer isso por muito tempo. 

 

NdG: Além de você, quantos funcionários trabalham aqui no autódromo? 

 

Fabio Gôngora: Hoje nós temos com funcionários do Autódromo, do ACC, eu e o ‘seu’ Olímpio, que é o “serviços gerais”. Agora nós temos aqui no trabalho que envolve as atividades, os paramédicos, o pessoal de limpeza, seguranças, o pessoal dos bares... estes são contratados para os eventos. Como nós temos eventos praticamente todos os finais de semana, eles são pessoas que nós consideramos como “da casa”, e este contingente varia entre 50 e 60 pessoas por evento, trabalhando diretamente. Se considerarmos as pessoas que se envolvem indiretamente, chegamos fácil a 100 pessoas. 

 

NdG: Manter um autódromo é algo dispendioso. Como é que estão as contas do autódromo? Ele “se paga”, tem conseguido superávit ou tem se mostrado deficitário? 

 

Fabio Gôngora: Nós temos como fontes de renda os aluguéis para eventos e os aluguéis de pista. Nós usamos o espaço aqui para, por exemplo, alugar uma parte do autódromo para a realização de um show e isso gera receita. Fazem campeonatos de Tunning também. De pista, alugamos a pista para treinos, onde vem equipes de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul com intuito de trabalhar. Além disso tem os eventos de corrida onde também se cobra um aluguel. Tem sido possível manter as contas em dia e ainda se buscar fazer uma ou outra melhoria. Contudo, não é suficiente para recapear a pista, para fazer uma área de boxes alternativos não tem como fazer.  

 

NdG: Vocês recebem algum dinheiro da prefeitura ou fruto de alguma lei ou benefício fiscal de qualquer esfera? 

 

 

"Apesar de ser um bem do município, o autódromo não recebe verbas municipais, é com seu aluguel que ele se paga".

 

Fabio Gôngora: Não. Dinheiro de fora, dinheiro público não recebemos e nem temos nenhum incentivo fiscal. Temos o apoio da prefeitura no sentido de que o atual prefeito é uma pessoa que gosta de automobilismo, mas ele não pode transferir recursos para o autódromo de forma direta. 

 

NdG: E da iniciativa privada ou outros contatos, há uma forma de se conseguir recursos?  

 

Fabio Gôngora: Uma maneira de conseguirmos recursos seria através disso. Este autódromo teve o apoio da Petrobras quando foi construído e ele explora a publicidade com a pintura da marca nos muros, etc. Se tivéssemos mais, poderíamos fazer mais, mas mesmo assim, já conseguimos fazer uma área melhor para a colocação dos motohomes com instalações elétricas e hidráulicas, com a receita do autódromo. Se tivéssemos mais dinheiro, daria para fazer mais. O Dr. Ranieri estará abrindo um departamento de marketing no ACC para poder ter gente para buscar patrocínios e também temos a prefeitura trabalhando com um patrocinador para que seja feita uma reforma total do autódromo.  

 

NdG: Como anda o calendário de eventos do autódromo? 

 

Fabio Gôngora: Neste ano de 2009 tivemos 7 etapas do campeonato metropolitano de automobilismo disputadas aqui no autódromo e mais duas fora, uma em Cascavel e outra em Curitiba, que também foram válidas pelo campeonato paranaense. Tivemos também as etapas do regional e dos campeonatos brasileiros de Fórmula Truck, GT3, Maserati e Endurance. Para 2010 esperamos ter mais eventos e já temos a volta da Stock praticamente certa (está no calendário para o dia 12/10, mas alguns pontos ainda faltavam ser fechados quando da entrevista) , a Truck continua conosco, A Fórmula 3 também vai estar retornando a Londrina, dia 3 de agosto, o brasileiro de moto velocidade vai correr aqui e temos as 500 Milhas que são tradicionais, e estamos negociando a permanência da GT3. 

 

NdG: E os eventos não ligados ao automobilismo? 

 

 

"Para termos a volta da Stock Cars em 2010 foi preciso assumir o compromisso de fazermos reformas de segurança na pista".

 

Fabio Gôngora: Nós aproveitamos também o espaço e fazemos o aluguel para shows com artistas sertanejos, tem também uma grande rádio local que faz um evento com mais de 30 atrações de nomes nacionais, temos os campeonatos de som e tunning, além de, neste ano que está terminando nós trouxemos para dentro do autódromo as motos, onde abrimos espaço para que quem tivesse uma moto e quisesse correr aqui ao invés de fazer isso nas ruas e nas estradas, fazer isso aqui com segurança, com ambulância, UTI móvel, médico, paramédico, socorrista... e já temos para 2010 quase 20 eventos agendados para motos.  

 

NdG: Os eventos de maior porte, como a Stock e a Truck, geram certamente, exigências maiores dos organizadores para com os a administração do autódromo. Como é este “ajuste”, esta “adequação” que vocês tem que fazer?  

 

Fabio Gôngora: Cada organizador vem sempre com seus vistoriadores e passa uma lista de pontos que precisam ser atendidos para realizarem o evento aqui. A Stock, por exemplo, apontou a área de escape ali no “S” onde vamos ter que aumentar o muro em 12 metros e vamos substituir a brita por uma área de escape asfaltada, assim como o mergulho, no final da reta oposta, onde também será feita a área de escape asfaltada. Outra questão é o sistema das barreiras de pneus, que não estão seguindo o padrão FIA, que é com o sistema aparafusado. Estamos cientes do problema e vamos procurar adequar o quanto antes. Precisamos lembrar que, geograficamente, não temos como ampliar a área do autódromo, temos a limitação física e com isso temos que nos adequar dentro do que é possível. Contudo, é importante salientar que nunca tivemos um acidente fatal em Londrina e que se faz provas de rua onde as áreas de escape são bem menores ou nem existem. 

 

NdG: Já que você mesmo entrou num dos aspectos que vimos como deficiente (as barreiras de pneus) vamos falar sobre o asfalto... você falou que a prefeitura está buscando um recapeamento da pista e não vimos que os bumps e em diversos pontos, uma deterioração considerável... Como a administração está lidando com isso? 

 

Fabio Gôngora: Até hoje foram feitos 3 serviços de recapeamento parcial, o último deles ali na chicane, no “S” e na subida da vitória. Ali foram removidos e refeitos, agora, foram feitos alguns reparos em outros pontos ao longo destes anos. Aquela chicane foi feita tem 5 anos, por solicitação da Stock, para criar uma área de escape maior ali na curva após o estádio. O recapeamento total está na pauta que esta sendo levada para o patrocinador que estamos buscando nos moldes que tivemos com a questão da publicidade. 

 

NdG: Nós tivemos nesta visita a primeira oportunidade de fazer fotos com chuva e assim ver a questão da drenagem. De um modo geral, para o tanto que choveu, ele mostrou-se boa, mas vimos em alguns pontos, empoçamento, riozinhos cruzando a pista e alguns bueiros que a água não descia. A manutenção deste sistema é feita como? 

 

 

"O bom entendimento com as autoridades, seja a prefeitura, seja a federação, seja a CBA, tem sido fundamental para nós".

 

Fabio Gôngora: Esta manutenção é constante, mas acredito que o último conte de grama que foi nesta semana pode ter causado algum entupimento. Até agradeço a observação e pegarei os pontos onde isso ocorreu para podermos providenciar o serviço. Sempre que cortamos a grama há o risco disso acontecer e nem sempre conseguimos fazer a limpeza logo após o corte. A inspeção e limpeza dos bueiros é feita regularmente a cada 60 dias. Ali na reta oposta, nós deveremos fazer no período do fechamento do autódromo para o período de natal e réveillon, um ajuste de nível para que a água não cruze a pista. Essa obra é pequena mas importantíssima.  

 

NdG: A infraestrutura do autódromo é bem montada, com uma boa torre, camarotes, banheiros, salas de briefing e imprensa, lanchonetes e bares... a área do paddock está muito bem servida, mas e para o público, como fica a estrutura? 

 

Fabio Gôngora: Temos duas situações distintas. Nas nossas provas regionais o público é muito pequeno, mesmo sendo entrada franca não conseguimos trazer muitas pessoas ao autódromo. Nos grandes eventos, nós montamos na reta oposta arquibancadas tubulares e são utilizados banheiros químicos. Além disso temos como arquibancada fixa aqui no final da reta principal a arquibancada oposta ao estádio. O fato de não se ter um local para o público se acomodar com um pouco mais de conforto, certamente desestimula para que ele retorne. 

 

NdG: Na área dos boxes, temos dois bares/lanchonetes. Na área para o público, como é feito o atendimento? Vocês credenciam ambulantes ou isso fica por conta do organizador do evento? 

 

Fabio Gôngora: Exatamente. Na área dos boxes temos uma lanchonete e um que funciona também como restaurante, que serve uma comida simples, caseira, mas bem feita. Na área que é para o público em grandes eventos, onde são montadas as arquibancadas, é com o organizador que é feito o credenciamento dos vendedores, sendo que é calculado em função do público esperado para o evento.  

 

NdG: Sendo este modelo de gestão público-privado não muito comum, como é a relação das duas administrações com os órgãos federativos (CBA e FPRA)? 

 

Fabio Gôngora: O ACC e a FPRA tem uma excelente relação. O Presidente Rubens Gatti está sempre presente e ela é ótima. Com a CBA também tem uma relação muito boa conosco e com a FPRA e isso é muito importante e eles sabem que o ACC trabalha de forma muito séria, com muita dedicação e isso é muito considerado. 

 

NdG: Nós vimos aqui do lado o kartódromo. Ele também é administrado por vocês? 

 

Fabio Gôngora: O kartódromo também é da prefeitura e segue o mesmo modelo de gestão, parceria com um órgão, mas é um outro grupo que gerencia, uma associação de pilotos de kart. Somos vizinho, trocamos umas idéias mas cada um tem a sua forma de gerir.  

 

NdG: Para as pessoas que moram aqui provavelmente sabem que o autódromo fica ao lado do estádio, mas para uma pessoa de fora, que vem aqui pela primeira vez, só encontramos placas indicando o caminho do autódromo aqui bem perto. Você já havia atentado para isso? Haveria como se conseguir melhorar isso? 

 

 

"Os administradores dos autódromos deveriam se reunir e trocar idéias. É uma idéia que tenho e que pretendo levar adiante".

 

Fabio Gôngora: Não, sinceramente, não. Mas como morador da cidade e vocês vindo de fora, deve ter sido algo que chamou atenção. As vezes a gente reclama que o público não vem, mas se não tem nem uma indicação de onde é o autódromo, como é que ele vai chegar aqui? As equipes que vem treinar aqui, que vem correr aqui, gostam da localização do autódromo por ser dentro da cidade, perto de hotéis, mas a gente nunca percebeu este detalhe. Vou falar com o presidente da ACC par levar esta questão para o prefeito para tentarmos melhorar isso.

 

NdG: Tivemos agora no início do ano uma vistoria da secretaria de saúde e foram encontrados focos de mosquito da dengue nos pneus do autódromo. Como isso repercutiu e quais as providências tomadas?

 

 

Fabio Gôngora: Realmente não repercutiu bem, mas também houve um alarde excessivo. Não era algo tão grande quanto foi falado e, assim que constatado, nós já partimos para a ação. Todos os pneus foram removidos, foram feitos cortes para o escoamento da água de um bom tamanho e as barreiras foram remontadas. Acreditamos que não teremos mais problemas do gênero. 

 

NdG: Além do que você já falou sobre os projetos que o ACC e a administração do autódromo tem em mente? 

 

Fabio Gôngora: Vou falar de uma idéia minha... Eu gostaria de, agora em 2010, conseguir reunir todos os administradores de autódromos do Brasil para que possamos trocar idéias, alinhar pensamentos e podermos fazer um congresso amplo e buscarmos, juntos, soluções e melhorias para os nossos autódromos. 

 

NdG: De antemão colocamos o site dos Nobres do Grid inteiramente à disposição deste projeto ambicioso e sensacional. Temos certeza que todos os administradores terão muito o que dizer para que se possa melhorar o nosso automobilismo. 

 

Fabio Gôngora: Bom poder contar com o apoio de vocês e espero vê-los em breve por aqui para acompanhar nossos eventos.   

 

 

 

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Last Updated ( Friday, 24 October 2014 01:26 )