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Corrida sem ultrapassagem não dá PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 13 May 2019 09:53

Olá leitores!

 

Neste final de semana em que as grandes homenageadas foram as mães houve muita ação no campo do esporte a motor, e com certeza muitas se orgulharam do trabalho feito pelos seus filhos… exceto, claro, as mães da cúpula da Scuderia Ferrari, cujos filhos mais uma vez enfiaram os pés pelas mãos.

 

Mais uma dobradinha da Mercedes, dessa vez com Lewis Hamilton à frente de Valtteri Bottas, indicando que existe grande possibilidade da temporada 2019 ser uma quase reprise de 1988, onde a McLaren só não ganhou todas as provas do campeonato por conta da soberba. Descontando a largada, Lewis e Valtteri não foram incomodados. Nem há muito o que comentar, foram soberbos. O domínio foi tão grande que a corrida foi a mais tediosa dos últimos tempos, tanto que na segunda metade da prova estavam reprisando a largada...

 

Em 3º chegou Max Verstappen, mais uma vez arrancando ótimo desempenho da sua Red Bull Honda, motor ao qual não falta mais velocidade em reta e digo sem pudor que atualmente o segundo melhor carro do grid é a Red Bull. Comprovando a boa fase da equipe, seu companheiro Pierre Gasly chegou em 6º lugar, conquistando importantes pontos para a equipe no Mundial de Construtores.

 

Em 4º e 5 º lugares chegou a dupla da Ilha de Lost, digo, Ferrari… Sebastian Vettel e Charles Leclerc fizeram o possível com a mais desordenada equipe Ferrari desde as temporadas de 1992 e 1993. A equipe está uma caricatura do que foi há 2 anos atrás.

 

Em 7º terminou Kevin Magnussen, com o seu Haas Ferrari bem acertado para a pista e obtendo o melhor resultado entre as equipes do segundo pelotão. Seu companheiro Romain Grosjean também pontuou, terminando a corrida em 10º lugar. Grande resultado para a equipe estadunidense.

 

Em 8º chegou o herói local, Carlos Sainz Jr., com seu McLaren apresentando nítida evolução no desempenho em relação às últimas temporadas. Quem sabe em 2020 possam voltar a brigar por pódio… seu companheiro Lando Norris (19º) abandonou a corrida após superestimar a capacidade de Lance Stroll e tentar fazer o Esse lado a lado com o canadense. Deu certo na primeira perna, claro que não deu certo na segunda… faz parte do aprendizado.

 

Em 9º lugar mais um carro com motor Honda, a Toro Rosso de Daniil Kvyat, que foi prejudicado na entrada do safety-car provocada por Norris e Stroll por conta da equipe não ter os pneus prontos para troca quando chegou… era para ter terminado em 7º, logo atrás de Gasly. Seu companheiro, Alex Albon, foi 11º colocado após uma corrida bem interessante e sem erros da parte dele (sim, também foi prejudicado no pit lane…).

 

Próxima corrida será em Mônaco, e vamos esperar para ver como a Ferrari vai atrapalhar a vida do monegasco Leclerc… esse ano temos 2 grandes certezas: a que ao final da vida morreremos e que a Ferrari vai enfiar os pés pelas mãos em algum momento.

 

Nem só de Fórmula 1 vive o ser humano… ou o Principado de Mônaco, cujas ruas receberam (em traçado mais curto, utilizando apenas a “parte baixa” do traçado da F-1) a Fórmula E para aquela que talvez tenha sido a corrida mais interessante da temporada. Antes de mais nada, gostaria de mencionar o “pé frio” da emissora que transmite a categoria no Brasil: calhou deste sábado ser dia decisivo no Campeonato Alemão, e os dois canais da emissora se voltaram ao futebol… até devido ao fato que (fora a vitória do di Grassi no México) os brasileiros não vinham fazendo uma grande temporada na categoria e as provas com o carro de 2ª geração não estarem muito interessantes, e o resultado foi que a corrida foi transmitida via aplicativo. Pois bem, na segunda pista mais larga do campeonato a corrida foi muito interessante e o Felipe Massa conquistou seu primeiro pódio na categoria. Murphy jamais se engana… a propósito, a pista de Mônaco ser a segunda mais larga mostra o quão perdidos estão os gestores da categoria no quesito “escolha de traçado de pista urbana”. Nada, rigorosamente nada, contra pista de rua, desde que sejam pistas DE RUA. Algumas pistas onde a categoria vai correr são estreitas o suficiente para serem consideradas pistas de viela, de travessa, de alameda… de nada adianta levar o espetáculo para perto do público se a pista não tem largura para os pilotos efetuarem ultrapassagens. Quem levou a melhor foi Jean-Éric Vergne, que aproveitou de forma magistral o fato de largar na pole position para ser o primeiro piloto na temporada 2018/2019 a vencer 2 vezes. Foi seguido pelo competente Oliver Rowland, que perdeu a pole por conta daquelas punições randômicas da categoria, e o pódio ficou completo com o já mencionado Felipe Massa, que fez boa classificação e boa corrida em uma pista que ao menos 2/3 ele já conhecia. Lucas di Grassi, que estava no meio do “pelotão do tiroteio”, levou a pior em uma dividida de posição com Alexander Sims e abandonou a prova.

 

Também tivemos Brasil no pódio na categoria preliminar da F-E, e em dose dupla: não apenas Cacá Bueno venceu a prova do Jaguar i-Pace eTrophy como seu companheiro de equipe Sérgio Jimenez chegou em 2º lugar, seguidos do (por enquanto…) líder do campeonato Bryan Sellers, que está apenas 1 ponto à frente de Jimenez na classificação geral. Parabéns a Cacá e Sérgio!!!

 

E após a etapa da Argentina o WRC foi para outro país latino, aproveitando o deslocamento para a América do Sul: o primeiro Rali do Chile (sim, poderia ser no Brasil, mas… vocês sabem tão bem quanto eu que automobilismo deve ser a última prioridade esportiva em terras tabajaras). Em uma etapa “virgem”, já que ninguém tinha anotações prévias de nenhuma especial, o talento de Sébastien Loeb (Hyundai) voltou a aparecer, e ele andou o tempo todo entre os ponteiros. O campeonato trocou de liderança graças à vitória de Ott Tänak (Toyota) conquistada com uma pilotagem “faca nos dentes” e ao espetacular acidente de Thierry Neuville (Hyundai) no sábado, onde piloto e navegador sofreram apenas hematomas, mas o carro deu perda total… podem continuar a temporada com outro chassi, esse não vai conseguir outro destino que não o ferro velho. Ao menos tivemos a certeza da segurança e da ótima qualidade de construção da gaiola de proteção do carro. As imagens foram assustadoras. Em 2º lugar chegou Sébastien Ogier (Citroën), que é o novo líder da pontuação e em 3º terminou a lenda Sébastien Loeb, em seu primeiro pódio após o retorno à categoria para fazer algumas provas.

 

Também tivemos WTCR, no travado, porém interessante Slovakia Ring (confesso que o traçado me lembra uma mistura de Pocono com Brasília, se fosse possível misturar os dois) para mais 3 corridas cheias de emoção. A primeira prova (aquela realizada no sábado) teve a vitória do Frédéric Vervisch (Audi) após largar em 9º lugar, com o lindo Alfa Romeo de Ma Qinghua (espero que a grafia seja essa mesma…) em 2º e Norbert Michelisz (Hyundai) em 3º lugar. Augusto Farfus (Hyundai) saiu de 19º para um bom 8º lugar na corrida. Na primeira corrida do domingo o domínio foi argentino: vitória de Nestor Girolami (Honda) seguido de Esteban Guerrieri (Honda) em 2º lugar, acompanhados de Kevin Ceccon (Alfa Romeo) em 3º lugar. Augusto Farfus não pontuou. A última prova do final de semana foi um retorno às boas lembranças do passado, com 2 carros da Alfa Romeo no pódio: vitória de Ma Qinghua e 3º lugar para Kevin Ceccon, com o Hyundai de Michelisz em 2º lugar. Nesta prova Farfus terminou em 7º lugar, após batalhar na escalada de posições novamente.

 

No sábado os norte americanos foram brindados com algo pouco usual para eles: uma corrida de Indy em Indianapolis… que não parou por causa da chuva. OK, foi no traçado misto usado para MotoGP e F-1 no passado, mas ainda assim deve ter dado nó na cabeça de alguns fãs mais antigos da categoria. Prova interessante, começando no seco e com a chuva chegando após poucas voltas da largada, e prosseguindo com diferentes intensidades até a bandeirada final. Quem se deu bem nessas condições climáticas foi Simon Pagenaud (Penske), que aproveitou sua habilidade no molhado para deixar Scott Dixon (Ganassi) para trás já no final da corrida, com o garoto Jack Harvey conquistando seu primeiro pódio e também o primeiro pódio da equipe Meyer Shank na Indy (os caras são bons no IMSA, mas ainda não tinham conseguido bom desempenho nos monopostos) com um ótimo 3º lugar. E não ficou aí: em 4º lugar, sem melhor resultado até agora, chegou o brasileiro Matheus Leist, com o fraco carro da Foyt. Ainda bem que ele salvou as honras do Brasil, pois os experientes Tony Kanaan e Hélio Castroneves (em seu retorno especial pra categoria para as 2 corridas de Indianapolis) tiveram que se contentar com o 20º e o 21º lugares, respectivamente, 2 voltas atrás dos líderes. Hélio conseguiu a proeza de rodar no piso molhado… após colocar pneus de chuva. No comments…

 

A NASCAR foi até Kansas City para mais uma corrida em oval de 1,5 milha, e foi a vez de Brad Keselowski mostrar que nesse tipo de pista ele é dos melhores que existe, conquistando a vitória já na prorrogação do final da prova. Em que pese Kevin Harvick ter vencido o 1º segmento e Chase Elliott o 2º, ao final a estrela do piloto da Penske brilhou mais forte. Foi seguido por Alex Bowman em 2º lugar, que conseguiu talvez o melhor resultado da Chevrolet na temporada, por Erik Jones – que dessa vez foi bem melhor que seus experientes companheiros de Joe Gibbs Racing – em 3º lugar, por Chase Elliott em 4º lugar e fechando o Top-5 chegou Clint Bowyer, que já na prorrogação ultrapassou Jimmie Johnson, que terminou em 6º.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini