Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid,

Começo a escrever esta coluna de março no voo de ida para o Brasil, continuei na volta para o Canadá depois de um carnaval maravilhoso na minha Bahia, no meu Afoxé Filhos de Gandhi, onde desfilo desde adolescente. Quem vem pra Bahia uma vez, vai querer vir todo ano e quase esqueço de terminá-la.

Mas eu tinha prometido na coluna do mês passado que voltaria a falar sobre a evolução da automação nos carros de passeio e veículos em geral e que abordaria os chamados “níveis de autonomia” que a automação dos carros está alcançando com a corrida que as fabricantes estão disputando em busca do carro completamente autônomo.

A direção autônoma não é mais um sonho futurista, está se tornando uma realidade. Toda semana, as empresas anunciam seu compromisso com o desenvolvimento e o lançamento de veículos autônomos, e muitos desses anúncios destacam o “nível” de autonomia que está sendo desenvolvido.

A direção autônoma pode ser assustadora para alguns, mas é difícil negar os benefícios. Veríamos diminuição do congestionamento, redução de emissões, estacionamento mais eficiente, menores custos de transporte para todos, bem como redução no custo de novas estradas e infraestrutura. Melhoraria também grandemente a mobilidade de pessoas idosas e deficientes.

Existem 5 níveis diferentes de automação de condução que você precisa saber para entender onde estamos atualmente com essa tecnologia que avança rapidamente. Aqui está uma explicação simples de cada nível de autonomia.

Nível zero - sem automação

No Nível 0 de Autonomia, o motorista executa todas as tarefas operacionais, como direção, frenagem, aceleração ou desaceleração, e assim por diante. Nenhum controle autônomo está disponível. A maioria dos veículos atualmente em uso se enquadra nesta categoria, especialmente no Brasil Em países mais desenvolvidos, não é o caso. Monitores de longa distância não são considerados equipamentos autônomos de direção. Todos os veículos deste nível, todas as suas funções e opções, são totalmente controlados por um motorista.

Nível Um - Assistência ao Motorista

A este nível, o veículo pode ajudar o motorista com algumas funções, mas o motorista ainda controla toda a aceleração, frenagem e monitoramento do ambiente ao redor. Pense em um carro que freia um pouco mais quando você chega muito perto de outro carro na estrada. Isso é um avanço de automação.

Uma assistência mínima parcial para um motorista está disponível. De acordo com os dados especificados, os carros de automação de nível 1 podem ser equipados com uma das funções disponíveis, por exemplo, controle de velocidade ou controle de direção. Além disso, o controle de cruzeiro, que no Brasil as pessoas se acostumaram a chamar de “piloto automático” também pode ser considerado como uma função similar. Carros de primeiro nível não podem ter várias funções semelhantes. Em 2021, a maioria dos carros será equipada com um sistema automático de frenagem de emergência que fará com que todos esses carros pertençam à tecnologia de automação de nível 1.

Nível dois - automação parcial

A maioria das montadoras está atualmente desenvolvendo veículos neste nível, onde o veículo pode ajudar com as funções de direção ou aceleração e permitir que o motorista se desvincule de algumas de suas tarefas. O motorista deve estar sempre pronto para assumir o controle do veículo e ainda responsável pela maioria das funções críticas de segurança e pelo monitoramento do ambiente.

Assistência mais ativa ao motorista já está disponível. Fabricantes de marcas de luxo, como BMW, Cadillac, Mercedes e outros, já começaram a produzir carros de nível 2 que suportam pelo menos duas funções para controle de tráfego independente, por exemplo, controle de velocidade e direção. Tais carros podem continuar dirigindo sem a participação do motorista por até 1 minuto. O modelo mais comum, pertencente ao nível 2, é o carro Tesla equipado com um piloto automático capaz de minimizar a interferência do motorista para o nível de autonomia dado. Ao mesmo tempo, não pode dirigir sozinho em todos os lugares ou parar de forma autônoma.

Nível três - automação condicional

O maior salto do Nível 2 para o Nível 3 e acima é que a partir do Nível 3, o próprio veículo controla todo o monitoramento do ambiente (usando sensores como o LiDAR, do qual falarei a diante). A atenção do motorista ainda é fundamental nesse nível, mas pode se desvincular das funções de “segurança crítica”, como a frenagem, e deixá-lo para a tecnologia quando as condições estiverem seguras. Muitos veículos atuais de Nível 3 não exigem atenção humana para a estrada a velocidades abaixo de 37 milhas por hora (60 Km/hora).

O nível condicional de autonomia é fornecido. Fabricantes como Ford e Volvo se recusaram, inicialmente, a trabalhar em modelos deste nível que podem ser chamados de automação de nível intermediário 3, permitindo que o veículo realize constantemente um controle independente ao longo da estrada. O carro em si vai exigir o controle de um motorista se ele não for capaz de reconhecer o terreno. Quando o sistema autônomo se recusar a funcionar, ele simplesmente mudará para a opção de assistência ao motorista. A principal controvérsia deste nível é que não faz muito sentido, já que suas diferenças do nível 2 não são significativas o suficiente.

A Audi e outros anunciaram carros autônomos Nível 3 para serem lançados no ano passado. Um especialista em veículos autônomos da Ford observou que eles planejam levar a empresa diretamente ao nível 4, dizendo: “Não vamos pedir ao motorista para intervir instantaneamente - isso não é uma proposta justa”.

Nível quatro - automação alta

Nos níveis 4 e 5, o veículo é capaz de dirigir, frear, acelerar, monitorar o veículo e a pista, bem como responder a eventos, determinar quando trocar de faixa, girar e usar sinais.

No Nível 4, o sistema de direção autônoma deve primeiro notificar o motorista quando as condições são seguras, e somente então o motorista muda o veículo para este modo. Não pode determinar entre situações de condução mais dinâmicas como engarrafamentos ou uma alça de entrada ou saída em uma auto-estrada. Atualmente, a meta da maioria dos fabricantes é este nível específico, e a data aproximada para sua implementação é estimada para 2020-2021.

O SAE nível 4 é capaz de garantir uma direção completamente autônoma do ponto A ao ponto B, mas, ao mesmo tempo, pode estar limitado a certas áreas ou condições climáticas. Os veículos com este nível de automação, que estarão disponíveis para venda, terão volantes e pedais para fornecer aos motoristas humanos a possibilidade de controlá-los a qualquer momento, se necessário.

Nível cinco - automação completa

À primeira vista, pode parecer que não há muita diferença entre os níveis 4 e 5, mas na verdade existe e esta é o que realmente faz o diferencial. Este nível de condução autônoma não requer absolutamente nenhuma atenção humana. Não há necessidade de pedais, freios ou volante, pois o sistema de veículo autônomo controla todas as tarefas críticas, monitoramento do ambiente e identificação de condições de direção exclusivas, como engarrafamentos.

Esses veículos poderão se mover em quaisquer condições climáticas e tomar decisões sobre mudanças repentinas de uma rota ou escapar de uma situação difícil em questão de uma fração de segundo. Os carros devem ser equipados com um grande número de sensores confiáveis. Este será um sistema complexo, que, provavelmente, não será introduzido para uso geral e nem será criado como um protótipo funcional em um futuro próximo quanto muitos dos que estão tentando “vender esta ideia” anunciam. Não há data clara quando carros deste nível estarão totalmente prontos, mas especialistas dizem que pelo menos mais dez anos ou mais vão passar.

A NVIDIA anunciou recentemente um computador AI (inteligência artificial) para ajudar a alcançar a autonomia de nível 5, onde os motoristas simplesmente conectam seu destino e deixam o resto para o veículo em si. Mas o que são NVIDIA e também o LiDAR, que mencionei antes?

Como estou entrando na quarta lauda e o texto está ficando longo demais, vou fazer um suspense e deixar para falar sobre os softwares e hardwares que estão instalados no seu carro e você nem sabe.

Muito axé pra todo mundo,

Maria da Graça