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A Burocracia das Corridas e a Técnica dos Pilotos PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 11 February 2019 21:12

Quando eu falo que as corridas estão ficando cada vez mais burocráticas!!!

 

Por conta de uma suposta “hegemonia” ou ainda suposta “emoção ou segurança” os regulamentos estão tornando as corridas muito burocráticas ou artificiais.

 

A corrida “pura”, aquela que contemplava o melhor Piloto e a melhor Equipe está acabando por conta dos regulamentos que exigem uma série de “artifícios” para dar emoção às provas.

 

Alguns exemplos:

 

- Intervenção do safety car no meio da corrida. Algumas provas têm previsto em seu regulamento uma intervenção programada e consequentemente uma relargada com o objetivo de agrupar todos os concorrentes para “dar mais emoção” a corrida;

 

- Grid Invertido. Em uma corrida com duas provas, o Piloto vencedor da primeira é “punido” com a inversão do grid, tendo que largar em 8º lugar (como na Stock Car, ou Porsche Cup entre outras);

 

- Pit Stops obrigatórios. Tiram a emoção da pista e levam para o pit lane. Muitas vezes, tudo que o Piloto construiu na pista se perde por conta de uma porca de roda que não encaixa corretamente.

 

                        Pit stop de Massa na Ferrari em 2016 (foto de Abishai, John: Pit Stop)

 

Todos estes artifícios fazem com que o talento do Piloto e a capacidade da equipe sejam “penalizados pela eficiência”. Alguns defendem que desta forma as corridas ficam mais emocionantes. Pode até ser, mas que penaliza o melhor Piloto penaliza!

 

Lembro-me que diminuí meu interesse pela F1 quando certa vez, durante um pit stop de uma equipe, me peguei torcendo para que eles errassem alguma coisa e perdessem tempo, desta forma, o piloto para o qual eu estava torcendo ganharia uma posição. Refleti e pensei: - isto não é corrida, pois corrida se decide na pista!

 

Tudo isso citado acima, são artifícios criados com o intuito de dar mais emoção às provas. Teoricamente eu sou contra esses procedimentos, mas compreendo os motivos: trazer emoção para as corridas, mesmo que sejam com estes “artifícios”. Desta forma se atrai mais público, torna o evento melhor no quesito espetáculo e, automobilismo é isso, vive do público e da audiência já que os carros são “veículos” de publicidade.

 

Fórmula E 2018/19, 3ª Etapa em Santiago – Chile.

 

Lucas di Grassi fez o melhor tempo no treino classificatório para a terceira etapa, mas foi desclassificado e largou em último devido a uma infração técnica, por ter usado excessivamente os freios em sua volta de retorno aos boxes.”

 

Então vamos voltar ao assunto do título, a penalização do Lucas di Grassi na Fórmula E, será que foi injusta? Entendo que sim. Foi Ilegal? Não!

 

                                                          Lucas di Grassi (foto divulgação Audi)

 

O Di Grassi, após fazer a pole position foi penalizado com a perda de todas as posições por não ter feito a volta de desaceleração ou de retorno aos boxes pressionando o freio da mesma forma (ou menos)  que pressionou na volta que marcou seu melhor tempo. Então por que eu disse que foi injusta, mas não foi ilegal? Por conta do que venho dizendo, isto estava previsto no regulamento que com o intuito de equilibrar as corridas, acabam inibindo as habilidades e capacidades dos bons pilotos. Neste caso, a Formula E tem um item no regulamento que não permite que o Piloto freie mais ou mais forte na volta de retorno ao pit lane, o que faria com que a temperatura dos freios se elevassem ao ponto de sua caloria aumentar a pressão dos pneus.

 

Vou tentar ser mais claro: os fabricantes de pneus estão interferindo muito nos regulamentos, dizem que é por segurança. Pode ser, mas também pode ser por comodidade. Alegando que alguns pneus podem estourar durante a corrida caso não estejam na calibragem estipulada, pedem para inserirem no regulamento a pressão mínima e máxima estipulada para cada circuito. Antigamente apenas sugeriam as calibragens. No Caso do Di Grassi, foi alegado que ele saiu dos boxes com uma calibragem mais baixa do que o regulamento permitia (algo mais apropriado para seu estilo de pilotagem) e logo após sua volta rápida, fez a volta de retorno aos boxes aquecendo o freio, desta forma a caloria do freio era transferida para o ar dos pneus, aumentando assim a pressão dos mesmos (adoro quando os pilotos e equipes são inteligentes e técnicos). Porém, o regulamento já previa isso e não permitia este procedimento. Se está no regulamento, então é legal (pode ser injusto, mas é legal).

 

      Desde o kart os pilotos se preocupam com a calibragem (foto: FIRESTONEKARTINFO)

 

Lembram-se quando falamos sobre os regulamentos, são vários em uma mesma corrida (regulamento Técnico, Desportivo e Particular),   que teoricamente servem para equilibrar as corridas, mas também as tem  burocratizado ultimamente. Todo Piloto tem (ou deveria ter) conhecimento prévio dos regulamentos, já que os Regulamentos  Técnicos e Desportivos são disponibilizados antes do início dos campeonatos e os Pilotos ao se inscreverem nos campeonatos sempre atestam que tem conhecimento destes regulamentos. Já os RPPs, Regulamentos Particulares das Provas, que são de responsabilidade do Diretor de Provas e dos Comissários de cada etapa, trazem artigos específicos daquele circuito ou daquela corrida e são disponibilizados na secretaria de prova da categoria pelo menos 5 dias antes do inicio do evento.

 

Sobre as calibragens, hoje com tanto equilíbrio ( e profissionalismo) entre as equipes, este item passou a ser um dos grandes trunfos de um piloto/equipe. Os pilotos são extremamente profissionais e técnicos, recordo-me de uma prova que eu era organizador e ví um  piloto descer do carro e falar para o mecânico: “baixe apenas ½ libra no pneu dianteiro direito e o carro ficará ótimo”. Fiquei pensando o quanto um piloto tem que ter sensibilidade para perceber a diferença de ½ libra de pressão em um dos pneus do carro?

 

É isso!

 

Abraços,

 

Sergio Berti

 

 

 

    
Last Updated ( Monday, 11 February 2019 21:26 )