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Show brasileiro em Daytona, neve e calor PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 28 January 2019 02:45

Olá leitores!

 

Semana passada eu ainda estava no ritmo de férias e esqueci de comemorar a melhor notícia do começo do ano, a saída do Arrivabene da Ferrari… Arrivabene virou partenzamale, garanto que não deixará saudades na torcida… ou ao menos nesse torcedor aqui. Como diz um amigo meu, vá com Deus e o Diabo que lhe carregue.

 

Sábado tivemos a prova da Fórmula E em Santiago, sob um inclemente calor de 37ºC, o que deve ter contribuído para amolecer… o miolo dos comissários – ou de quem escreve a porcaria do regulamento. Efetivamente a categoria elétrica já superou a F-1, ao menos na complexidade de regulamento e na quantidade de vezes que a porcaria da regra muda no meio do campeonato. Ridículo é pouco. Inventar regulamento sobre o retorno do piloto aos boxes é de uma idiotice tão grande quanto os Andes… enfim, menos mal que puniu o Di Grassi, um cidadão que, se houvesse punição por chatice/arrogância, toda corrida seria punido. Com isso, o piloto de QI de 4 dígitos perdeu a pole-position e teve de largar em último, o que não deve ter contribuído para o a melhora da simpatia dele… enfim, o calor também deve ter afetado os ânimos dos outros pilotos, pois o que se viu foi um festival de erros e batidas dignos de GP de F-3 em Pau, não de pilotos experientes como os que competem com os elétricos. Ao final a regularidade e consistência  de Sam Bird surtiram efeito, e ele alçou voo até o degrau mais alto do pódio, seguido por Pascal Wehrlein em uma bela apresentação com o carro da Mahindra, e apenas em sua segunda corrida na categoria já conquistando um 2º lugar e pelo carregador de cruz Daniel Abt em 3º lugar, pódio merecido para Daniel embora conquistado à base de uma punição aplicada a Alexander Sims. No tocante aos brasileiros, o menos mal foi Nelsinho Piquet, que ao final teve a 11ª posição. Di Grassi na pista terminou em 10º, mas com a punição de 20s recebida pela batida em “Pechito” Lopez acabou em 12º lugar e Felipe Massa abandonou após levar a pior na batida contra Oliver Rowland. A respeito da pista, não pe ruim, mas precisa urgentemente de uma pavimentação minimamente decente, parecia coisa de ruas brasileiras de tão mal feita, nem a horrorosa pista de Indy no Sambódromo de São Paulo tinha asfalto nesse patamar. Como a princípio a prova já está confirmada para a próxima temporada, fica um ponto para os chilenos consertarem.

 

A grande atração do final de semana foi a primeira corrida de longa duração do ano, as 24 Horas de Daytona, cujo final veio por água abaixo… literalmente: a segunda metade da corrida teve duas bandeira vermelhas por conta do excesso de água que caía do céu sobre a pista, a segunda acontecendo a cerca de uma hora e meia para  final da prova. Talvez com os carros de corrida de antigamente, com pneus mais estreitos (e, portanto, menos sujeitos à aquaplanagem) fosse possível continuar, mas… nas condições da atualidade, nem pensar. Como o cronômetro não para por ocasião das bandeias amarelas e vermelhas, a edição desse ano teve quase 14 horas de bandeira verde, o que convenhamos não é muito. Como compensação, as lutas por posições nesses momentos de bandeira verde foram acirradas e numerosas, seja pela liderança, seja no meio, seja no final do pelotão. Enquanto houve carros correndo com bandeira verde, houve emoção – e é isso que o público gosta, na verdade…

Pouco antes da derradeira bandeira vermelha, uma intensa luta pela liderança entre o Cadillac DPi #10 de Fernando Alonso, Kamui Kobayashi, Jordan Taylor e Renger van der Zande e o Cadillac DPi #31 de Felipe Nasr, Eric Curran e Pipo Derani se desenrolava na pista, e acabou sendo decidida na aquaplanagem de Nasr na Curva 1 quando disputava a liderança com Alonso… sorte do espanhol, que assim conquistou a vitória na corrida. Em 3º na geral, ainda na mesma volta dos líderes, chegou o Acura Dpi #7 de Ricky Taylor, Helio Castroneves e Alexander Rossi, num ótimo resultado para a equipe Penske.  Muito se esperava dos protótipos com motor Nissan, mas se eles foram os bichos papões da classificação apresentaram problemas de confiabilidade durante a prova, pelo que o 4º lugar obtido por Loic Duval, Jonathan Bennett, Colin Braun e Romain Dumas com o Dpi #54 foi um ótimo resultado. Surpresa foi o vencedor na quase inexistente categoria LMP2 (apenas 4 carros, maior burrada do planeta o pessoal da IMSA separar os Dpi e os LMP2), o Oreca #18 do quarteto Pastor Maldonado (sim, ele mesmo!), Sebastian Saavedra, Ryan Cullen e Roberto Gonzalez. Mais impressionante ainda: o carro se envolveu em acidente e NÃO foi nas mãos do Maldonado… e ainda terminou em 6º na Geral. Corrida fantástica doi a do BMW M8 #25 de Colton Herta, Connor de Phillippi, Phillipp Eng e do brasileiro Augusto Farfus, que foi chamado às pressas para compor o quarteto que pilotaria o carro e contribuiu decisivamente para a vitória do carro na categoria GTLM, sobre a Ferrari 488 #62 de Alessandro Pier Guidi, James Calado, Davide Rigon e Miguel Molina (que ficaram em 2º lugar na categoria) e o Porsche 911 #912 de Earl Bamber, Laurens Vanthoor e Mathieu Jaminet, que terminou em 3º entre os GTLM.  Ainda falando dos GTLM, destaque para o BMW #24  de Jesse Krohn, John Edwards, Chaz Mostert e Alessandro Zanardi… o que o Zanardi fez na pista antes do carro apresentar problemas elétricos e perder diversas voltas consertando o defeito foi de encher os olhos… como não canso de repetir, Zanardi é um MONSTRO, um cara que é um modelo a ser seguido por todos os fãs do esporte a motor. Desistir não faz parte do vocabulário dele, definitivamente, e arrogância também não (sim, míssil teleguiado para o Llorón de las Astúrias…). A categoria GTD foi a com maior participação brasileira, e o melhor colocado foi Felipe Fraga, que compondo a equipe do Mercedes #33 com Luca Stolz, Ben Keating e Jeroen Bleekemolen chegou a liderar a categoria, mas acabou se atrasando nos momentos de chuva mais intensa e ainda terminou em um bom 7º lugar na categoria com maior número de carros na corrida. Duas posições atrás chegou o carro da equipe brasileira Via Italia, a Ferrari 488 #96 de Marcos Gomes, Andrea Bertolini, Chico Longo e Vitor Franzoni, à frente de outro carro com participação brasileira: o Acura NSX #57 do quarteto Bia Figueiredo, Katherine Legge, Simona de Silvestro e Christina Nielsen, que terminou em 13º na categoria após perder algum tempo com consertos devidos a um toque no meio da noite. Quem se deu mal foi Daniel Serra, com problemas de suspensão na Ferrari 488 #51, e outro que não teve a corrida que esperava foi Christian Fittipaldi, em sua prova de despedida das pistas… ele sonhava com um pódio, quiçá com uma vitória, mas ainda assim teve o reconhecimento pela sua bela carreira nos EUA  com a sessão de aplausos na sala de imprensa após a corrida. Obrigado por tudo, Christian!!!

 

Esse final de semana também tivemos o Rali de Monte Carlo, que marcou a 7ª vitória de Sébastien Ogier na prova e a 100ª da Citroën no WRC… impressionante. Foi seguido por Thierry Neuville (Hyundai) a apenas 2,2 segundos e o pódio foi completado por Ott Tänak (Toyota) em 3º. A grande lenda do esporte Sébastien Loeb, em sua primeira corrida com Hyundai, terminou em 4º lugar a apenas 13 segundos de Tanak… a hora que ele pegar a mão do carro, vai ser interessante.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini