Olá leitores! Agora que estamos quase na bandeirada final de 2018 (aliás, antes de mais nada, já que daqui a pouco é Natal, lembrem-se, se consumirem bebidas alcoólicas NÃO DIRIJAM, ficou claro? Quero ver vocês todos prestigiando ano que vem a minha coluna, nada de óbitos por coisa que pode ser perfeitamente evitada…) partimos para as atividades de final de ano do automobilismo. Em Interlagos ameaçou, ameaçou, mas a corrida dos 500 Km de São Paulo acabou acontecendo sob tempo seco e o calor só não atrapalhou mais pois, com a largada às 16hs e a grande cobertura de nuvens escuras, no máximo estava abafado. Isso resultou em uma bela corrida, onde o protótipo nacional AJR #117 enfrentou de igual para igual os carros importados especialistas em provas de longa duração. A vitória ficou nas mãos de quem ousou mais na estratégia: o carro #19 apostou em uma parada diferente nos boxes e conseguiu reverter o quadro de perda de posições das primeiras voltas (largou em 2º e logo caiu para 4º lugar). Cabe ressaltar o seguinte: os 4 primeiros colocados terminaram na mesma volta, sendo 3 carros da GT3 e o protótipo AJR (em 3º lugar, após passar praticamente a primeira metade da corrida na liderança), e o líder completou a prova em 3h22m14s382, tempo muito respeitável para 117 voltas em Interlagos. Por falar nisso, parte da programação do final de semana englobou uma etapa extra campeonato do Rali de Regularidade do Jan Balder, dedicada em homenagem a um dos maiores jornalistas automobilísticos do Brasil, Lito Cavalcante, e da qual esse vosso escriba participou com o Nigel (nome do meu Astra 1,8l ano 2000 verde escuro metálico, praticamente um “British Racing Green”) e no qual finalmente consegui um adesivo com o número correto para um carro com esse nome (05). Está certo que o número não é vermelho, mas o contorno é em vermelho, e para mim basta… não me preocupei muito com a regularidade, nem prendi o cronômetro no volante para marcar o tempo – até porquê a idade está chegando e comecei a usar óculos para longe… que deixam minha visão à distância excelente, mas para distâncias curtas (como trabalhar no computador ou ler) não preciso de óculos, assim sendo eu não iria enxergar direito os números mesmo, então liguei o “dane-se” (a palavra não é bem essa, mas para publicação vai essa mesma...) e fui no instinto mesmo. Nessas condições, 22º entre 49 inscritos não foi mal, e o mais importante, diverti-me MUITO na pista… a Curva da Junção, em praticamente todas as voltas, foi percorrida no “BTCC Style”, de pé em baixo e ou usando a zebra inteira ou usando a tampa de concreto do bueiro de escoamento de água que tem atrás da zebra… com certeza se John Cleland ou Alain Menu vissem aquilo ficariam orgulhosos do pupilo sulamericano. Inclusive uma das voltas deixei o Nigel escorregar muito para cima da zebra de saída da curva, e com a ondulação da zebra somada à pressão maior colocada nos pneus traseiros (afinal, todo carro de projeto Opel tem tendência ao subesterço e eu queria um comportamento mais “neutro” na pista, daí a diferença de calibragem em relação ao preconizado pela fábrica) a traseira deu uma escapada, aí contei com a ajuda dos caboclos Gilles Villeneuve e Colin McRae, mantive o pé cravado no fundo, contraestercei, a traseira voltou ao lugar e seguimos morro acima… como disse, foi muito divertido. Acelerar no lugar correto para se fazer isso (um autódromo) é uma experiência que recomendo a todos vocês, caros leitores… é de sair do carro sorrindo como o Coringa. Agora vamos para a primeira parte da retrospectiva de 2018, começando com a categoria rainha, a Fórmula 1, onde até agora fico dividido em 50% para cada parte a vitória do Lewis Hamilton e a derrota da equipe Ferrari. Não tiro nenhum mérito do brilhante piloto inglês, que cometeu erros quando podia e nos momentos decisivos foi preciso como um neurocirurgião, com o luxuoso auxílio de Sancho Pança, ops, Valtteri Bottas, que mostrou ser um Gerhard Berger com menos personalidade e muito mais chato – e isso não foi um elogio para o finlandês. Tanto que, com o mesmo carro do Hamilton, conseguiu a proeza de terminar o campeonato em quinto lugar… enfim, parece que para os propósitos da equipe Mercedes ele está servindo. Sebastian Vettel, por outro lado, não soube aproveitar o carro nitidamente superior que teve na primeira metade da temporada, e após a morte de Sergio Marchionne a hierarquia de poder na Ferrari ficou confusa, fazendo os italianos cometerem erros absolutamente inaceitáveis para uma equipe em disputa do título. Mesmo assim, Vettel terminou em 2º no campeonato e Räikkönen em 3º, comprovando a força do conjunto e da equipe. Por sua vez, Vettel tem que trabalhar muito a sua cabeça, já que não foi somente nos erros da equipe que o título foi antecipadamente para as mãos de Hamilton, mas também nos erros do próprio piloto alemão, que mostrou uma desagradável tendência a se deixar levar pela instabilidade emocional da equipe, o que não acontecia com seu mestre Michael Schumacher. Hamilton, por sua vez, nos momentos decisivos foi absolutamente preciso. Um campeão não “desaprende” a pilotar, mas… tem que colocar a cabeça novamente nos eixos, recuperar a serenidade ao volante e não se deia envolver pela politicagem da equipe. Já pelos lados dos energéticos, favoreceram tão claramente o Max Verstappen que o Daniel Ricciardo preferiu anunciar a transferência para a Renault ainda antes do meio da temporada, passando o resto do ano comendo o pão que o Diabo Caolho amassou com ódio… poucas pessoas devem ter comemorado tanto o final da temporada. No geral, não foi um ano ruim, embora não tenha sido brilhante. Nos lados da NASCAR, título para o Dick Vigarista, ops, Joey Logano, que fez uma temporada regular mediana mas cresceu nos playoffs, e contou também com uma certa ingenuidade do campeão em exercício, Truex Jr., que não se defendeu como deveria na última curva da corrida de Martinsville e tomou o toque que o tirou da liderança. Nunca se faz uma trajetória convencional quando atrás de si vem o Logano necessitando de uma vitória, mas enfim… Na Indy mais um título para Scott Dixon, definitivamente um piloto diferenciado na categoria, Alexander Rossi bem que tentou, mas no final não deu para enfrentar o neozelandês. Foi uma temporada difícil para os brasileiros Tony Kanaan e Matheus Leist, mas principalmente para Matheus foi um importante aprendizado. Não há muito o que se esperar na equipe Foyt, então qualquer resultado de mediano para frente deve ser efusivamente comemorado. No DTM a Mercedes se despediu da categoria com o título de Gary Paffett, que de 20 etapas não pontuou apenas em 3 delas, comprovando a vantagem de ser regular. As últimas provas mostraram uma reação impressionante de René Rast, mas infelizmente para ele a tal reação veio tarde demais… mas merece conferência ano que vem, com novo regulamento. Semana que vem continuamos… ótimas festas para todos vocês que acompanham minha coluna! Até a próxima! Alexandre Bianchini |