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A nova/antiga era na direção da Stock Car PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 15 November 2018 10:59

A Stock Car anunciou a volta do dirigente Carlos Col ao comando da categoria. Não comando direto, mas comando, pois ele integrará o Conselho ao lado de Fernando Altério. Deles partirão todas as ordens para os rumos da Stock, que em 2019 completa 40 anos ininterruptos de existência. Esse retorno do dirigente à Stock Car sempre foi algo que esteve no fio da navalha. Muitas foram as vezes que se disse sobre seu retorno ao controle, mas sempre se ficou no diz-que-diz. Nem ele nem a Vicar confirmavam.

 

Só para explicar aos nossos leitores quem é o novo-velho manda-chuva. Carlos Col é engenheiro mecânico formado com pós-graduação em Administração de Empresas. Quando jovem, como piloto, ele se sagrou o primeiro campeão da história antiga Stock Car B, ao lado de George Lemonias, o Gregão. Entre 1989 e 1996 fez 20 corridas na Stock Car sem grande sucesso. Sucesso mesmo ele teve quando, por volta de 1999/2000, pegou a moribunda (termo feio, né?) categoria e a recuperou, claro com a ajuda dos ex-pilotos Ingo Hoffmann e Paulo Gomes e de alguns donos de equipes como Washington Bezerra.

 

Col e seu grupo transformaram uma categoria que chegou a ter um total de 17 pilotos participantes no ano inteiro de 1989 – somente seis fizeram as 20 provas das dez rodadas duplas – o que equivaleria pouco mais da metade do grid das corridas de hoje, que tem, em sua maioria, 29 carros. Não daria aqui para explicar todas as mudanças feitas, mas com a presença da televisão, limitações técnicas a todas as equipes e uma orientação segura e confiável, ele resgatou a credibilidade e a confiança na Stock Car, que continuou a crescer.

 

Ele criou a Vicar (mistura do nome de sua mulher, Virgínia, e do seu, Carlos) e com o auxílio de uma equipe trabalhadora e muito leal, fez a Stock ter mais de 40 carros no grid. A situação provocou a existência de um pré-classificatório, pois algumas pistas não comportariam tantos carros. Para definir isso a FIA (Federação Internacional do Automóvel) tem uma equação que deve ser seguida. Quando tudo caminhava muito bem, eis que surge a notícia de que ele tinha vendido quase todo o controle da categoria para a T4F, grande empresa promotora de shows. Col ainda continuou pelos bastidores, pois detinha uma porcentagem das digamos assim, ações da Vicar.

 

Fernando Alterio e Carlos Col estão juntos para gerir o futuro da Stock Car, a categoria mais antiga do país.

 

Além do mais, na venda, ele teria assinado um contrato onde se comprometia a não criar outra categoria de automobilismo em determinado número de anos. Esse tipo de cláusula é comum quando uma pessoa vende seu grande negócio, seja ele de que tipo for. Acho que no começo de 2012, ou próximo disso, a T4F comprou as ações restantes e Col se desligou totalmente da Stock Car. Foi isso o que ele me disse numa ligação pessoal assim que pôde confirmar que sairia.

 

Algum tempo depois, Col procurou a então dona da Fórmula Truck, Neusa Navarro, para ver se ela o aceitaria como sócio. Neusa recusou, pois, como também me disse na época: “a categoria é minha”. Pena que tudo acabou como já sabemos e com a criação da Copa Truck a FTruck acabou. Ele acabou aceitando representar os donos das escuderias da Stock Car junto à administração da categoria. Mamão com açúcar para quem conhecia como a palma da mão a Stock Car. Curiosamente, os donos da nova categoria de caminhões chamaram Col para estar à frente, pois eram, e continuam a ser, donos de equipes e pilotos e precisavam de alguém que entendesse de gestão.

 

Na primeira reunião com os pilotos e proprietários dos caminhões ele já mostrou sua diferença para os outros ao dizer que, na reunião, gostaria de falar sem ser interrompido e que quem quisesse falar deveria pedir a palavra. Totalmente diferente das reuniões antigas, onde todos falavam juntos, brigas e mais brigas, discussões se sucediam, quase não se resolvia nada e todos saíam irritados com todos. A Copa Truck cresceu e se organizou com a equipe dele e, caso continue a dirigir a Truck, vai ter muito trabalho pela frente, pois se administrar uma já é difícil, duas é mais ainda, mesmo para quem domina essa arte. 2019 promete ser um ano de muito trabalho para ele e toda a equipe.

 

Milton Alves