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Emoção à flor da pele PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 24 September 2018 03:07

Olá leitores!

 

Sei perfeitamente que um acidente não é algo que deva ser comemorado, ou causar risos, mas... a cena mais hilária do esporte a motor no final de semana foi, sem dúvida, o tombo do Jorge Lorenzo na primeira curva da corrida em Aragão. Após ele passar meses reclamando da Ducati e ter anunciado antes da metade da temporada que iria se mudar para a Honda em 2019, mesmo com todo o esforço (e principalmente dinheiro) que a Ducati dedicou a ele nos últimos anos, pareceu claramente que a moto, após o ejetar de cima dela, ambos já caídos no chão, ela ainda deu um empurrão nele como que dizendo “sai para lá, seu ingrato!”... podem assistir a repetição da cena, a aparência da cena como um todo poderia vir de uma daquelas cenas de roteiro de ficção científica envolvendo “rebelião das máquinas” ou coisa do gênero. Extremamente curioso... mas depois comentarei sobre a bela corrida da MotoGP.

 

Comecemos com o DTM, que foi para a Áustria fazer a penúltima rodada dupla antes do encerramento da temporada, que como reza a tradição será em Hockenheim. Na corrida de sábado a sorte novamente sorriu para René Rast: já estava conformado com um honesto 4º lugar, quando... Daniel Juncadella recebeu punição de drive-through por uma infração cometida na última relargada, a 3 voltas do final, porém como a punição veio na última volta, os comissários acrescentaram 30 segundos ao tempo final de corrida dele... aí a equipe Audi, que tinha os carros de Mike Rockenfeller e Nico Müller à frente de Rast, deu aquela famosa ordem para deixarem o único piloto Audi com chances matemáticas de título passar, e ele acabou sendo o vencedor da corrida, com Rockenfeller em 2º e Müller em 3º, em um pódio totalmente argolado... os dois pilotos da Mercedes que lideram a pontuação do campeonato, Paul di Resta e Gary Paffett, tiveram momentos diferentes na corrida: di Resta terminou em um bom 4º lugar, ao passo que Paffett teve de se contentar com o 10º lugar, logo atrás de Augusto Farfus, que terminou em 9º lugar. Já no domingo a vitória ficou com... René Rast! Sim, ele de novo! No atual formato de rodadas duplas da categoria, primeira vez que um piloto vence 4 corridas seguidas, igualando-se a lendas da categoria como Klaus Ludwig, Alessandro Nannini e Nicola Larini, que atingiram essa marca nos anos 80 e 90. Em 2º lugar, comboiando o vencedor a menos de meio segundo de diferença, chegou Nico Müller com outro Audi e o 3º lugar ficou com o vice líder do campeonato Paul di Resta e seu Mercedes, após uma acirrada luta pela posição com o líder Paul di Resta, que teve de se contentar com o 4º lugar. Nessa prova do domingo Farfus acabou abandonando com problemas no seu BMW ainda na 15ª de 40 voltas. A situação para a última rodada dupla do ano, que se dará daqui a 3 semanas em Hockenheim, é que existem 56 pontos em jogo... e a vantagem de di Resta sobre Paffett é de magros 4 pontos (229 a 225). Mesmo com 4 vitórias seguidas, Rast precisa de um pequeno milagre para levar o título, já que a desvantagem dele para di Resta é de 30 pontos. Contudo, sabemos que essa temporada tudo pode acontecer – inclusive mais duas poles e duas vitórias seguidas do Rast. Recomendo não perder as provas finais, dias 13 e 14 de outubro.

 

Na noite de sábado tivemos a 2ª prova dos playoffs, em uma de minhas pistas favoritas da temporada, Richmond, onde assistimos a uma apresentação de gala de Kyle Busch: após largar lá atrás por conta da punição recebida por reparos no carro após a classificação, ele foi galgando posições e alcançou a liderança da prova, onde esteve por 92 das 400 voltas da corrida. Teve grandes disputas de posição com Keselowski e Harvick, inclusive esse último tentou pressionar nas voltas finais, mas Buschinho manteve a corrida sob controle. Assim sendo, Kevin Harvick teve de se contentar com o 2º lugar, enquanto o vencedor dos dois primeiros segmentos Martin Truex Jr. conseguiu se recuperar de um drive-through recebido por conta do descontrole de um dos pneus trocados por parte dos seus mecânicos, com o garoto Chase Elliott mais uma vez sendo o melhor dos carros da Chevrolet e terminando em 4º lugar, com o 5º lugar sendo ocupado por um dos pilotos que mais se destacou na primeira metade da corrida, Aric Almirola, que estava em uma noite inspirada. Destaque para Jimmie Johnson, que após um longo tempo conseguiu voltar ao Top-10, cruzando a bandeirada em 8º lugar. Ainda corre risco de ser eliminado na primeira rodada de corte dos playoffs, mas... já é um avanço.

 

Importante etapa da Stock Car esse domingo no Velo Città, no interior de São Paulo, pista deliciosa de correr mas que não oferece muitas chances de ultrapassagem. E comprovando que piloto que disputa o título não pode apenas ser bom de volante, mas ter sorte, esse domingo a sorte sorriu para Felipe Fraga na primeira corrida, que ele venceu após o primeiro líder da corrida Marcos Gomes ter de parar nos boxes para consertar a luz de freio que não funcionava e o segundo líder, Gabriel Casagrande, ter enfrentado problema com uma porca não devidamente apertada na sua troca de pneus. Dessa maneira, Felipe venceu a corrida por estar no lugar certo na hora certa – uma importante característica para qualquer campeão. Em 2º chegou Daniel Serra e em 3º Cacá Bueno, um pódio dos mais talentosos possíveis na categoria. A segunda corrida começou com uma das maiores demonstrações de azar que já ví: o jovem Felipe Lapenna, que terminou em 10º na primeira corrida e, portanto, tinha a pole para a segunda corrida, teve problemas no carro antes da volta de apresentação e nem largar o coitado largou... próxima corrida não esqueça, meias de lã por baixo da sapatilha, para aquecer esse pé frio... quem também teve azar foi a Bia Figueiredo, que bateu com força na barreira de pneus após atingir o carro de Gabriel Casagrande ao sofrer falha nos freios na freada da primeira curva do circuito. Felizmente, apenas danos materiais, mas visualmente assustou. Cacá Bueno foi convidado a se recolher aos boxes pois os comissários presenciaram falha na luz de freio. Ele parou nos boxes, a luz funcionou, aparentemente um mau contato, mas a chance de um novo pódio já tinha escapado. Quem ficou com a honra de assumir o degrau mais alto do pódio foi Átila Abreu, acompanhado no 2º lugar por um Daniel Serra que lutou como um leão pelo pódio nas voltas finais, e por Rubens Barrichello em 3º lugar, que pressionou muito mas não conseguiu concretizar a ultrapassagem sobre Serrinha.

 

A motovelocidade foi para a pista de Aragão, que de tão interessante nem parece projeto de Hermann Tilke, o Maldito, onde Marc Márquez mostrou que esse ano não tem para ninguém, e ele interrompeu a sequência de triunfos da Ducati com uma belíssima ultrapassagem sobre Dovizioso, e uma disputa de posição de fazer o público se levantar nas arquibancadas. Curiosa a MotoGP esse ano: observando a tabela de pontuação, onde agora o pequeno espanhol tem 72 pontos de vantagem, a impressão seria de uma temporada chata... nada mais errado. Apenas o final das corridas têm tido um resultado repetitivo, mas as corridas em si estão muito boas no geral. Claro que o chorão mor teve que reclamar: na cabeça dele, Márquez causou a queda dele e os ferimentos (ele deslocou o primeiro dedo do pé direito e fraturou o segundo metatarso do mesmo pé), quando basta observar a imagem do acidente com atenção para ver que Márquez mergulhou na parte interna da curva, Llorenzo tentou uma trajetória por fora com pneus frios e não deu certo... ficaria mais bonito assumir o erro, mas enfim, não seria Jorge Lorenzo se fizesse isso. Atrás de Márquez chegaram Andrea Dovizioso em 2º lugar, e uma surpreendente dobradinha da Suzuki em 3º e 4º lugares, respectivamente Andrea Iannone e Alex Rins, talvez na melhor prova da Suzuki esse ano. Aleix Espargaró levou a Aprilia a um bom 6º lugar, enquanto a menos pior Yamaha (esse ano é difícil falar em melhor Yamaha...) foi a de Rossi, em 8º lugar... que fase, Yamaha, que fase...

 

Assustador. Essa a palavra que define o acidente sofrido pelo brasileiro Alan Hellmeister no final da segunda corrida do final de semana da GT Open em Monza. Logo após a bandeirada, seu Mercedes foi tocado por trás e o carro foi desgovernado em direção ao guard rail da parte interna, após o final da mureta dos boxes. Com a violência da pancada, o motor atravessou o guard-rail enquanto o resto do carro atravessou a pista de volta, indo parar muitos metros à frente. As informações preliminares indicavam fraturas nas duas pernas do Alan, pelo que desejamos que a recuperação seja completa e o mais rápida possível.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini 

 

Last Updated ( Monday, 24 September 2018 09:52 )