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Kimi, a imagem da resiliência PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 19 September 2018 14:22

Caros Amigos, a natureza humana é capa de se mostrar de formas tão diversas que por mais que sociólogos, psicólogos e filósofos desenvolvam teses sobre a humanidade e seus indivíduos, estejam eles agindo em grupo ou individualmente, além da – por vezes – discordância de pontos de vista, há sempre um grande leque de apresentação destas teses.

 

Eu tenho por hábito pensar muito antes de expressar uma opinião sobre os assuntos que se apresentam em meu dia a dia e nos meus círculos de convívio. Acho que isso me ajudou a desenvolver uma certa percepção sobre as pessoas, mas mesmo assim, sou surpreendido por certas colocações de pessoas que achava incapazes de produzir algumas pérolas.

 

Sempre tive muito respeito pelos criadores do Projeto Nobres do Grid. Dois deles, apesar da distância física e os problemas de eventuais deslocamentos após 2011, considero como pessoas amigas, corretas e sensatas. Contudo, certa vez ouvi do nosso antigo editor, Flavio, uma frase que ecoou em minha mente: “A vida é a arte de engolir sapos... vive melhor quem tem mais apetite”. Classifiquei-a como uma definição rústica do que chamamos há algum tempo de resiliência.

 

Esse é um conceito que foi absorvido da engenharia ou da física e ainda é ressaltado dentro de algumas abordagens das ciências humanas. Porém, pode ser um entendimento muito perigoso, visto que as pessoas, enfrentam uma mesma situação de modo totalmente diferente e agem cada um de acordo com as suas crenças e suas histórias de vida.

 

A composição da palavra vem de “silie”, que significa saltar ou impulsionar para algo. Que podemos correlacionar com um propósito ou meta. E o prefixo “Re” tem o significado de novamente, mais uma vez. Dentro desse olhar podemos verificar que a ideia de suportar uma pressão, veio do conceito adotado na física, mas quando olhamos a etimologia da palavra podemos ver um significado mais ativo. Ou seja, o resiliente é aquele que está constantemente se atualizando e sempre tentando buscar os seus propósitos.

 

Nas últimas semanas, tirando a polarização da disputa pelo título da Fórmula 1 entre Hamilton e Vettel e a igualmente polarizada campanha política para as eleições de outubro no país, minha atenção voltou-se para Kimi Raikkonen e a forma como ele lidou com a mudança da Ferrari pela Sauber, numa troca com a promessa monegasca, Charles Leclerc, que vem tendo excelentes atuações com o carro que hoje recebe as cores da Alfa Romeo. 

 

Por mais que o finlandês não queira admitir (e isso é um direito dele), nenhum piloto sairia da Ferrari com um sorriso de felicidade estampado no rosto indo para a “equipe satélite”. Guardadas as devidas proporções, vimos este “filme” acontecer com o hoje piloto de testes da própria Ferrari – Daniil Kvyat – quando este foi “trocado” com Max Verstappen na Red Bull, com o russo indo para a Toro Rosso.

 

A imprensa fez o seu papel em perguntar para Kimi Raikkonen sobre a transferência. Só não sei o que eles esperavam ouvir do finlandês de poucas – e muitas vezes contundentes – palavras. Raikkonen não fez discursos nem levou respostas prontas para as entrevistas que deu após o anúncio da mudança. A colocação de que foi uma decisão que não coube a ele – ao menos para mim – deixou bem claro o plano da Ferrari: mantê-lo sob contrato e evitar que ele levasse as informações que fizeram do carro deste ano o melhor carro do grid.

 

Acredito que sejam poucas as pessoas que possam dizer que “conhecem Kimi Raikkonen” dentro do circo da Fórmula 1. Talvez nem mesmo os jornalistas que lá estão cobrindo a categoria há décadas e que estão sempre nos autódromos possam dizer isso. Apenas ele, Raikkonen, caso quisesse, poderia revelar o conteúdo do que foi colocado em reunião para determinar este novo arranjo.

 

Apesar das respostas “atravessadas”, porém evidentemente não planejadas ou preparadas pela assessoria de imprensa, Raikkonen deixou claro que aceitou por que quis a mudança e por que quis continuar correndo, apesar da lógica – hoje não tão lógica assim – de que um piloto com a bagagem técnica que ele carrega seria de imensa utilidade em uma equipe como a McLaren (aonde ele já pilotou), por exemplo, em vista da colocação de pilotos extremamente jovens para comandar seus projetos.

Talvez estes sociólogos, psicólogos e filósofos devessem estudar Kimi Raikkonen e abrir um novo capítulo nos estudos sobre resiliência humana. Certamente abriria um leque de novas iterações que talvez até hoje não tenham sido abordadas

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva 

 

Last Updated ( Wednesday, 19 September 2018 23:02 )